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por Nubor Orlando Facure

 

Psicose juvenil: um distúrbio do desenvolvimento cerebral


A adolescência é um período de fervilhantes mudanças bem marcadas em todo o nosso organismo, especialmente as alterações no fenótipo (nosso aspecto físico), que são facilmente percebidas em várias partes da nossa imagem corporal.

No cérebro estão em jogo, também, diversas transformações. Elas ocorrem, principalmente, no aumento da produção de certos hormônios, na expansão de redes de conexões neuronais e nas suas associações a distância entre as diversas áreas cerebrais.

Vale a pena revermos essa fisiologia para compreendermos a adolescência e suas dificuldades mentais.

O hipotálamo e a glândula pineal inauguram a produção de hormônios que atuarão fortemente em 4 áreas em particular: no apetite, no sono, na sexualidade e no humor. Esse novo padrão hormonal trará enormes mudanças no comportamento dessas áreas, deixando os pais em desespero na tentativa de impor uma disciplina.

O lobo frontal atua no planejamento das ações, na tomada de decisões, na hierarquia de necessidades e no raciocínio lógico, mas alcançará seu pleno desenvolvimento somente em torno dos 21 anos. Ele nos permite acatar a sugestão familiar de ir almoçar no Shopping, decidir que faculdade vamos cursar, nossa maneira de organizar o quarto onde dormimos, acomodar as roupas no armário, as toalhas no banheiro, o dia para sair e comprar um tênis novo e que tipo de amigos traremos para casa.

No lobo temporal, temos três estruturas importantes para nosso psiquismo: a amígdala, relacionada com nossas emoções primárias como: raiva, medo, sexo e fome; o hipocampo, sede das nossas memórias imediatas, de curto prazo, e as áreas do processamento auditivo que nos permite a compreensão do som e da linguagem falada. O lobo temporal constrói um significado emocional para tudo que nos estimula sensorialmente: o que vemos, o que ouvimos, o que tocamos, o cheiro e o gosto do nosso alimento. Ele produz uma imagem mental reunindo as diversas percepções sensoriais que nos atingem – nos fará ver um mundo cor-de-rosa ou sombrio.

Estamos ouvindo ao longe um badalar do sino da igreja, daqui a pouco, resgatamos dados da nossa memória e reconhecemos que está para iniciar a procissão. Ouço o ruído estridente de um carro que se aproxima, identifico em segundos que vai passar a ambulância. Sinto um cheiro estranho junto de um ruído bolhoso, o leite ferveu e parece que está transbordando queimado. O hipocampo, relacionado com a memória de curto prazo, nos facilita sair de casa e, na volta passar na farmácia para comprar os remédios que a vovó nos pediu e pôr crédito no celular.

O aparecimento da psicose

Alguns agentes, como por exemplo: carga genética, prematuridade, infecções perinatais graves, estressores traumáticos severos, abuso de substâncias ilícitas, podem precipitar quadros perturbadores envolvendo a disfunção dessas áreas que enunciamos acima.

Poderemos identificar no futuro um adolescente com uma constelação de problemas que obriga muitas famílias a peregrinarem por consultórios médicos e psicológicos. Vem a fase de um exame atrás do outro e a troca frequente de medicamentos cada vez mais potente.

Os sintomas clínicos o martírio familiar: Anorexia nervosa, Hipersonia e narcolepsia, Hipersexualidade, Desorganização da rotina e dos cuidados gerais, Impulsividade, Agressividade, Comportamento antissocial e Oscilações do humor.

Lição espírita

Voltamos para a vida física trazendo a memória dos compromissos e oportunidades de resgate e regeneração que foram programados. O perispírito, a partir do nascimento, vai expandindo e reforçando suas ligações neuroquímicas com o cérebro e, gradativamente, a partir da adolescência, vai transferindo o código desses compromissos e resgates que teremos de cumprir, inclusive suportando o custo de uma psicose.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita