Psicose juvenil: um
distúrbio do desenvolvimento cerebral
A adolescência é um período de fervilhantes mudanças bem
marcadas em todo o nosso organismo, especialmente as
alterações no fenótipo (nosso aspecto físico), que são
facilmente percebidas em várias partes da nossa imagem
corporal.
No cérebro estão em jogo, também, diversas
transformações. Elas ocorrem, principalmente, no aumento
da produção de certos hormônios, na expansão de redes de
conexões neuronais e nas suas associações a distância
entre as diversas áreas cerebrais.
Vale a pena revermos essa fisiologia para compreendermos
a adolescência e suas dificuldades mentais.
O hipotálamo e a glândula pineal inauguram a produção de
hormônios que atuarão fortemente em 4 áreas em
particular: no apetite, no sono, na sexualidade e no
humor. Esse novo padrão hormonal trará enormes mudanças
no comportamento dessas áreas, deixando os pais em
desespero na tentativa de impor uma disciplina.
O lobo frontal atua no planejamento das ações, na tomada
de decisões, na hierarquia de necessidades e no
raciocínio lógico, mas alcançará seu pleno
desenvolvimento somente em torno dos 21 anos. Ele nos
permite acatar a sugestão familiar de ir almoçar no Shopping,
decidir que faculdade vamos cursar, nossa maneira de
organizar o quarto onde dormimos, acomodar as roupas no
armário, as toalhas no banheiro, o dia para sair e
comprar um tênis novo e que tipo de amigos traremos para
casa.
No lobo temporal, temos três estruturas importantes para
nosso psiquismo: a amígdala, relacionada com nossas
emoções primárias como: raiva, medo, sexo e fome; o
hipocampo, sede das nossas memórias imediatas, de curto
prazo, e as áreas do processamento auditivo que nos
permite a compreensão do som e da linguagem falada. O
lobo temporal constrói um significado emocional para
tudo que nos estimula sensorialmente: o que vemos, o que
ouvimos, o que tocamos, o cheiro e o gosto do nosso
alimento. Ele produz uma imagem mental reunindo as
diversas percepções sensoriais que nos atingem – nos
fará ver um mundo cor-de-rosa ou sombrio.
Estamos ouvindo ao longe um badalar do sino da igreja,
daqui a pouco, resgatamos dados da nossa memória e
reconhecemos que está para iniciar a procissão. Ouço o
ruído estridente de um carro que se aproxima, identifico
em segundos que vai passar a ambulância. Sinto um cheiro
estranho junto de um ruído bolhoso, o leite ferveu e
parece que está transbordando queimado. O hipocampo,
relacionado com a memória de curto prazo, nos facilita
sair de casa e, na volta passar na farmácia para comprar
os remédios que a vovó nos pediu e pôr crédito no
celular.
O aparecimento da psicose
Alguns agentes, como por exemplo: carga genética,
prematuridade, infecções perinatais graves, estressores
traumáticos severos, abuso de substâncias ilícitas,
podem precipitar quadros perturbadores envolvendo a
disfunção dessas áreas que enunciamos acima.
Poderemos identificar no futuro um adolescente com uma
constelação de problemas que obriga muitas famílias a
peregrinarem por consultórios médicos e psicológicos.
Vem a fase de um exame atrás do outro e a troca
frequente de medicamentos cada vez mais potente.
Os sintomas clínicos o martírio familiar: Anorexia
nervosa, Hipersonia e narcolepsia, Hipersexualidade,
Desorganização da rotina e dos cuidados gerais,
Impulsividade, Agressividade, Comportamento antissocial
e Oscilações do humor.
Lição espírita
Voltamos para a vida física trazendo a memória dos
compromissos e oportunidades de resgate e regeneração
que foram programados. O perispírito, a partir do
nascimento, vai expandindo e reforçando suas ligações
neuroquímicas com o cérebro e, gradativamente, a partir
da adolescência, vai transferindo o código desses
compromissos e resgates que teremos de cumprir,
inclusive suportando o custo de uma psicose.
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