A grande pergunta
O improviso não está presente nas lições que
Jesus nos ofereceu.
Se algumas das parábolas não se apresentam
suficientemente claras para o entendimento
comum, é preciso conhecer a obra de Jesus e
reconhecer que tudo o que está contido em seu
Evangelho tem a presença abundante do amor.
Portanto, como cristãos que somos, todo
ensinamento por Ele deixado tem, para nós,
significação especial, equivalendo dizer que, na
condição de aprendizes que somos, a voz do
Mestre é ouvida e respeitada. Se assim não for,
de nada valerá bater no peito, ajoelhar-se e
abrir os braços em direção ao alto, se não
houver, antes desse gesto, lealdade ao
compromisso abraçado.
Se podemos ser felizes já agora, mesmo
carregando o fardo de responsabilidades que nos
cabe, não há por que deixar para amanhã o que
podemos usufruir ainda nesta existência. Assim
agindo, estaremos demonstrando que compreendemos
perfeitamente as lições que Ele nos ofertou,
empregando nesse caso a fé raciocinada, onde as
razões ficam claras. Só o amor vence a legião de
problemas.
Emmanuel, mentor espiritual que acompanhou o
médium Chico Xavier, enviou-lhe, pela
psicografia, esta mensagem oportuna A grande
pergunta, cobrando do aprendiz, em trânsito
nesta vida, o cumprimento da parte que lhe
compete, qual seja, a limpeza do interior da
Alma para poder galgar outras esferas, em outras
altitudes, lembrando sempre que, para conquistar
voos dessa magnitude, somente será possível se
estiverem presentes o amor e o conhecimento.
Ei-la:
A grande pergunta
“E por que me chamais Senhor, Senhor, se não
fazeis o que eu digo?” –Jesus (Lucas, capítulo
6, versículo 46).
“Em lamentável indiferença, muitas pessoas
esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as
sublimes palavras do Cristo.
Não se compreende, porém, o motivo de semelhante
propósito. O Mestre permanece vivo em seu
Evangelho de Amor e Luz.
É desnecessário aguardar ocasiões solenes para
que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e
claros.
Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho
santo, mas desejam revelações diretas. Teriam
mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o
Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações
divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas
celestes e acabam considerando que o serviço do
Evangelho é grande em demasia para o esforço
humano e põem-se à espera de milagres
imprevistos, sem perceberem que a preguiça
sutilmente se lhes mistura à vaidade,
anulando-lhes as forças.
Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre
Divino em seu verbo imortal.
Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram
chamados, por mais humildes lhes pareçam as
atividades a que se ajustam.
Na qualidade de político ou de varredor, num
palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode
fazer o que lhe ensinou Jesus.
É por isso que a oportuna pergunta do Senhor
deveria gravar-se de maneira profunda em todos
os templos, para que os discípulos, em lhe
pronunciando o nome, nunca se esqueçam de
atender, sinceramente, às recomendações de suas
palavras sublimes."