Brasil
por Paulo Salerno

Ano 13 - N° 639 - 6 de Outubro de 2019

Divaldo Franco: “A força que move e sustenta o Universo é o amor, e somente vivendo nele será possível alcançar a plenitude”

 

No período de 19 a 22 de setembro de 2019, em Mata de São João, Bahia, foi realizada a 22ª edição do Encontro Fraterno com Divaldo Franco trabalhando o tema: Em Busca da Vida Plena.

Realizado nas dependências do Hotel Iberostar Praia do Forte, o evento reuniu 652 pessoas provenientes do Distrito Federal e de 25 Estados Brasileiros e do Exterior. Estiveram representados os seguintes países: Áustria, Canadá, Estados Unidos da América, Itália, Paraguai e Uruguai.

Na edição anterior, apresentamos a primeira parte da reportagem pertinente ao Encontro.

A seguir, o complemento da aludida matéria.

Atividades noturnas do segundo dia

No período noturno foram desenvolvidas duas atividades. A primeira com Juan Danilo Rodríguez, trabalhando os elementos limitantes. Selecionando três pessoas do público, Juan Danilo questionou-as sobre qual seria o impedimento para alcançar uma vida plena, o que pode ser oferecido, quais são as virtudes, se é uma boa ou uma má pessoa, quais são as fortalezas íntimas para manifestar o que possui de bom, agregando informações e orientações para encontrar, assim, o caminho para a vida, realizando mudanças, descobrindo o Cristo interno, estabelecendo limites para a tolerância e para a paciência, aceitando auxílio, reencontrando-se consigo, conhecendo-se ao realizar a viagem para dentro de si mesmo. Há muito a ser conquistado, como permitir-se a ficar só, visando descobrir-se, fazer preces verdadeiras, originais, solicitando o amparo com muita honestidade. A Doutrina Espírita precisa ser estudada e vivenciada de forma prática, com dedicação ao estudo contínuo e permanente. Somente a educação pode mudar o Espírito.

A segunda atividade foi conduzida por Divaldo Franco. Em pequena digressão sobre a depressão, a excelência do amor e a busca pela vida plena, o Arauto do Evangelho e da Paz destacou que na raiz de todas as aflições está o Espírito doente. A força que move e sustenta o Universo é o amor, e somente vivendo nele será possível alcançar a plenitude. O amor é a força que vige no Universo. Todos buscam a vida plena, os valores morais, domar as más inclinações, a equalizar o eixo EGO-SELF ao iluminar o EGO. Para tal, será necessário viver o Evangelho de Jesus, a carta de Deus endereçada aos homens. Ato contínuo, Divaldo Franco conduziu os presentes em uma visualização terapêutica dirigida, destacando que essa não é uma atividade espírita, não devendo, portanto, ser praticada nos centros espíritas. Concluída a visualização, todos se recolheram, aproveitando os benefícios desta viagem interior, projetando soluções.

O Encontro Fraterno com Divaldo Franco não se resume ao número de inscritos e expositores. Há uma grande equipe de trabalhadores sustentando a realização do evento em vários setores, que sob a liderança de Telma Sarraf (foto), vice-presidente da Mansão do Caminho, atendem com cuidado, atenção, dedicação e carinho.

Além de uma livraria, há setores que disponibilizam diversos materiais para serem comercializados. São doações que geram recursos para as obras sociais da Mansão do Caminho.

Terceiro dia do Encontro

Envolvidos em alegria e confraternizando, os participantes do Encontro Fraterno com Divaldo Franco foram recepcionados na bela e tranquila manhã de sábado, 21 de setembro, com envolvente momento artístico, produzindo harmonia, paz nos corações e aspirações de superação.

O tema proposto foi a angústia. Cristiane Lenzi Beira, psicopedagoga, descreveu essa sensação psicológica, como sendo algo que sufoca, é um aperto no peito, que gera insegurança, ansiedade. Narrando a sua própria experiência, ao experimentar a angústia, Cristiane disse que, como qualquer semente, para germinar, passa por um processo, algumas fases, sendo necessário transitar por um período, fechada em sua cova, para então germinar, brotar, se apresentar, inicialmente débil e exigindo cuidados, até tornar-se o que verdadeiramente é.

O ser humano também experimenta essas fases. A superação da angústia, como na semente, começa no interior, dentro da criatura. A angústia faz parte do crescimento, ela provoca um pouco de solidão, é a oportunidade, o momento de reflexão, para poder identificar-se, isso é natural. Assim, é necessário suportar essas fases naturais do crescimento da criatura humana, evitando, contudo, permanecer estacionado no interior, negando-se a desabrochar, a germinar, sair, por assim dizer, da cova onde estava.

A criatura humana, em sua individualidade, deve ser o que é preciso ser, evitando ser o que os outros pensam. Em cada situação, Deus tem um propósito específico, visando sempre o enriquecimento, melhor se equipando, a criatura, de aspectos emocionais e psicológicos. A angústia é um convite para o autodesenvolvimento, para aproximar-se mais de sua natureza, a espiritual.

Todos os que sentem angústia devem buscar apoio, ajuda, contato humano, envolvendo-se em atividades extras, nobres. A angústia não precisa ser triste, é somente uma oportunidade de crescimento. Como tudo em a natureza, transita em fases duras, difíceis, buscando a plenitude, sabendo que a solução deve ser buscada no interior, dentro de si. Assim como a metamorfose é um processo de crescimento, de transformação e de aperfeiçoamento, o homem também experimenta semelhante processo, pois que, sentir angústia é natural.

A sensação de sentir-se pequeno ante um processo é somente uma interpretação, é um ponto de vista, não é real, é somente uma descrição de como está sentindo, sendo necessário aprender a dulcificar o processo, desenvolvendo a essência. É importante sair do seu ponto de vista egoico, transitando para a frequência cósmica, isto é, deixar de se sentir vítima, olhando-se para si exclusivamente, para começar a compreender que deve mudar o seu padrão de frequência, interagindo com o meio, sentindo-se no contexto, fazendo parte, integrando-se. Há que se realizar um esforço para sair das vibrações baixas, alcançando as altas frequências. Assim como as sementes precisam desabrochar, crescer, evoluir com equilíbrio, contando com qualquer ajuste realizado internamente para produzir resultados positivos, tal é o homem que deve experimentar com lucidez a angústia, compreendendo-a como mecanismo de crescimento, de transformação, atingindo novo patamar.

Um bom método é dialogar com a angústia, olhar para dentro de si com coragem e determinação visando identificar a essência, avançando, sendo resiliente, sem se deixar envolver pela tristeza. Embora esteja aflito, continuar com o dinamismo, empregando a flexibilidade, não sendo resistente, rígido para poder desenvolver-se, transformar-se.

Todos devem aproveitar os acontecimentos, passando por eles, transformando-se, crescendo, fazendo bom uso da angústia, sabendo que o adversário é interno, enfrentando-o através do diálogo sincero e corajoso, fazendo algo por si mesmo, exercendo o autocontrole, realizando reflexões otimista, realizando ações enobrecedoras. Busque apoio se necessário, cuide com mais intensidade de seu coração, sua alma (SELF) e menos de seu umbigo (EGO).

Após uma pausa para a realização da foto de todos os envolvidos no Encontro Fraterno, e que é tradicional, o evento teve continuidade com as abordagens realizadas por Divaldo Franco, o Mensageiro da Paz. Afirmando que a angústia foi muito bem desenhada por Cristiane, ressaltou que há temas que se encontram no campo do sentir, e não do de expor. Utilizando-se da mitologia grega, o Arauto do Evangelho conduziu os presentes ao entendimento de que a angústia é a busca, é a insatisfação do que somos, anelando soluções, é um contínuo processo de crescimento espiritual. A angústia é uma emoção que o indivíduo sente ao estar frente a um acontecimento, uma circunstância, ou como consequência de lembranças traumáticas.

Na sua elucidação, Divaldo discorreu sobre as angústias que foram experimentadas pelos libertos dos campos de concentração nazistas, ao final da II Guerra Mundial. Perguntavam-se, os libertados, por que haviam sobrevivido? Por que não haviam morrido, enquanto muitos haviam sido exterminados? Na angústia, os personagens não são reais, são representações criados por ela. Compreendendo que Deus administra o Universo, e Deus sendo amor, tudo o que ocorre é estímulo para o desenvolvimento humano.

A angústia é um estado transitório anunciando a mudança que se avizinha. Na angústia, as sensações se tornam agudas. Neste estado emocional, conforme o grau em que se apresenta, o indivíduo sente que a vida perde o sentido, torna-se vazia, os anseios se ausentam, os prenúncios de acontecimentos futuros vão se avolumando, criando um quadro de expectativa quase que sufocante. Somente pelo amor, através de suas inúmeras manifestações, é possível conquistar a angústia, isto é, compreendendo-a e administrando-a para superá-la.

Divaldo Franco, professor por excelência, apresentando alguns casos, foi elucidando as ocorrências da angústia, descortinando um panorama amigável, colaborando para o entendimento dessa problemática emocional, utilizando-se, também, de cenas jocosas, desanuviando mentes, asserenando corações, conduzindo ao entendimento de que o ser humano é vida, não é homem nem mulher, é vida, enfatizou. A angústia não é um estado mórbido, mas um processo de amadurecimento da alma, plenificando-a, tanto quando a vida. A criatura humana possui tudo o que necessita, e ao se analisar, inventariando o que tem e o que é, irá perceber que é muito mais do que tem. Derramando bênçãos sobre todos, Divaldo Franco encerrou a atividade declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues. Corações em júbilo saudaram o orador de escol com prolongado aplauso, colocando-se em pé para saudar com reverência o amigo anfitrião.

Atividades da noite

A noite já se fazia presente em Mata de São João, e no interior do Hotel Iberostar Praia do Forte os participantes do Encontro Fraterno com Divaldo Franco se movimentavam, buscando os seus lugares para mais uma excelente oportunidade de riquíssimo aprendizado. Ansiavam por vivenciar mais uma experiência, agregando-a ao patrimônio íntimo, capacitando o Espírito. Começava o momento interativo-terapêutico que recebeu o título: Ansiosa solicitude pela vida – Meus anseios. Logo após o harmonioso momento artístico, Divaldo Franco, Juan Danilo Rodríguez, Cristiane Beira e Simão Pedro de Lima se prepararam para conduzir esse especialíssimo momento, que se constituiu em enlevo, fortes emoções, que sensibilizou intensamente, a começar pela prece, O pai Nosso, proferida no idioma Guarani, pela representante paraguaia Ângela Spran. Foi uma homenagem aos povos selvícolas guaranis do Paraguai e do Brasil.

Divaldo, em gratidão, chamou ao palco todos os integrantes da Diretoria do Centro Espírita Caminho da Redenção, homenageando-os, reconhecendo os serviços que prestam, bem como os esforços que realizam para bem conduzir a instituição. São eles: Demétrio Lisboa, Telma Sarraf, João Neves, Divaldo Franco, Mário Sergio de Almeida, Nilo Calazans – ausente por estar em recuperação da saúde -, e Rose Mussi. A Mansão do Caminho é um dos nove departamentos do Centro Espírita. Divaldo Franco agradeceu publicamente pelos ingentes esforços em construir um mundo melhor. Em reconhecimento, e também homenageando a diretoria, o público dedicou-lhes uma intensa salva de palmas, pondo-se de pé, reverente.

O momento interativo começou a ser preparado no primeiro dia do encontro, quando todos tiveram a oportunidade de escrever, em um pequeno cartão, as suas respostas para a seguinte indagação: Quais os impedimentos para alcançar a vida plena que anseia? Na entrada do salão cada participante recebeu um pequeno envelope onde estava contida, por assim dizer, a resposta da Benfeitora Joanna de Ângelis, pinçada de suas obras, atendendo as indagações de cada um. Representando as demais, foram sorteadas quatro perguntas. Seus formuladores se apresentaram no palco, levando consigo as respostas envelopadas, sendo interpretadas por Juan Danilo, Simão Pedro, Cristiane Beira e Divaldo Franco.

Divaldo Franco e os convidados acima nominados destacaram que cada ser humano é a soma de suas construções mentais, cabendo a cada um identificar se estão edificadas na rocha ou na areia; os processos de ira e de raiva devem ser tratados com serenidade; todo o anelo deve começar hoje, sem diminuir-se, todos possuem capacitação para avançar, centrado no mundo material para alcançar o espiritual; é necessário destruir as velhas construções mentais para poder erigir as novas, sem se deixar influenciar pelas dúvidas; crer em seu melhor, acreditando ser capaz de superar quaisquer obstáculos; a paz é construída na intimidade de cada indivíduo, é uma atitude ante os problemas e os conflitos; sentir-se em paz é estar quites com a consciência e com a vida; o autoconhecimento é fundamental para avançar na direção da eliminação dos impedimentos que obstaculizam uma vida plena; a paz não significa a ausência de conflitos, mas vivenciá-los com serenidade; é necessário o aprofundamento do conhecimento do mundo íntimo para poder identificar qual é, verdadeiramente, o principal fator que precisa ser identificado, especificamente; com o coração plenificado se possui paz para poder superar algumas sombras, trabalhando a sensibilidade;

Iluminar-se com a verdadeira fé, a que é raciocinada, a que dá confiança e certeza, dando atenção para a intuição, agindo com coragem; construir a fé a ponto de repetir as inúmeras manifestações de fé que se encontram no Evangelho de Jesus; é importante identificar qual o melhor caminho, mas, o mais importante é decidir como irá percorrer esse caminho; tranquilidade, paz e confiança são importantes para desenvolver o trabalho que realiza internamente embora se encontre no meio da balbúrdia, isto é a paz interior, sem ela há desespero; as dificuldades são mecanismos para desenvolver a segurança; o perdão mais profundo é para consigo mesmo, ele é o mais importante; compreender qual é a relação, a importância, que o outro tem na sua existência, o que ele significa; não é possível obrigar alguém a gostar de você mesmo; cada um precisa da sua própria aprovação, a aprovação do outro não é importante; o amor não tem correspondência, simplesmente ame, se somos amados é de menor importância; para construir um projeto de vida, trace primeiro as suas linhas gerais, e na segunda fase, a da execução, especifique até chegar na essência, detalhando como fazer; perdoar é saber tolerar as ofensas até tornar-se não ofendível;

Quando fizer algo, faça-o bem, determinando por onde começar; fazer o bem é um exercício, simplesmente comece a fazer; aprende-se a fazer o bem no processo de fazer o bem conforme vai acontecendo; entre em ação já; transformar-se pela renovação dos próprios conceitos; caminhar com os valores da alma; a mudança somente acontece quando se renova a consciência; a Lei Natural é a Lei de Deus; a felicidade é cumprir a Lei Divina; conhecer para poder tornar-se mais capaz, somente assim poderás oferecer as melhores orientações; quem resolve mudar já iniciou o processo de mudança, necessita somente perseverar na mudança; o anseio por uma vida plena se concretizará.

Assim, com essas observações que orientam, cada participante pode se identificar com uma ou outra, ou com muitas delas, planejando eliminar os impedimentos para alcançar uma vida plena, colocando o planejamento em execução. Cumprido o programa, a atividade foi encerrada. Reflexivos os participantes começaram a se recolher, preparando-se para um novo dia que será vivido com a amorosidade divina a envolver cada criatura.

Quarto e último dia do Encontro

As condições climáticas se apresentavam em equilíbrio e suavidade. Assim, também, se encontravam os participantes do Encontro Fraterno com Divaldo Franco – 2019.

Todos se preparavam para o encerramento que teve início com a prece proferida pelo Padre Olavo Amaranto (foto com Divaldo), um dos participantes. Nas rodas de conversa, as conquistas individuais, as superações, foram objeto de comentários, ou relatados por inúmeros participantes desta ou das edições anteriores desse encontro de almas em busca do equilíbrio espiritual através do autoconhecimento e do emprego das ferramentas psicológicas colocadas à disposição dos que querem fazer uso delas, atestando a excelência desse trabalho.

Cristo dá vida, nele os cristãos precisam se apoiar. Divaldo Franco solicitou que cada um fizesse a sua análise e avaliação deste período de quatro dias de contato com as máximas do Cristo e que chegaram, e chegam, à humanidade através de emissários e de estudiosos da psique humana, permitindo identificar o que é uma vida plena. O Arauto do Evangelho do Cristo e da Paz, com didatismo impressionante, disse que: 1º. Jamais desista de você! Superar-se a cada momento, a cada fase da vida, renovando-se, sendo resiliente, empregando coragem, vontade e inteligência para se reconstruir ainda melhor, a cada dia, confiando nas reservas de energia que Deus colocou em cada uma de suas criaturas. Não duvide, não desista. 2º. Ame-se! O amor possui mecanismos inimagináveis, todos disponibilizados por Deus através da Lei Divina, permanente e imutável. Tudo o que o homem precisa é aprender a amar. Jesus é a estrela de primeira grandeza que nos ama, e há dois mil anos espera por nós.

Após narrar comovente história, em que a presença e a força do amor restituiu a saúde à pessoa amada, em inegável ação curativa, Divaldo Franco solicitou a Demétrio Lisboa, presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção que dirigisse algumas palavras aos presentes. Demétrio, muito sensibilizado, agradeceu a presença de todos, destacando que identifica e sente Jesus através dos gestos carinhosos e afetuosos de todos os que colaboram com a Mansão do Caminho, dizendo que jamais se sentiu tão bem como neste período em que esteve reunido com irmãos que se solidarizaram para auxiliar através do intercâmbio espiritual e dos recursos financeiros, tão necessários, também.

Divaldo Franco deseja concretizar o plano educacional da Mansão do Caminho, ou seja, receber a criança ainda antes do parto, educá-la em todos os níveis escolares, concluindo seus estudos em Faculdade própria, dando oportunidade ao educando, do parto à faculdade, capacitar-se para o desempenho de uma carreira profissional qualificada.

Telma Sarraf, vice-presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção e diretora do setor de eventos, reuniu no palco quase sessenta colaboradores para homenageá-los, destacando o esforço, o destemor e a dedicação que cada um realizou em prol de sua atividade, alcançando um resultado excelente, desde o planejamento, treinamento e execução desse magno evento.

O próximo Encontro Fraterno com Divaldo Franco já está agendado, será no período de 24 a 27 de setembro de 2020. Com gratidão, os participantes homenagearam Divaldo Franco, externando o amor que sentem por ele.


Nota do Autor
:

As fotos desta reportagem são de Jorge Moehlecke.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita