Espíritas:
“Podemos viver bem, sem conflitos”
As XV Jornadas de
Cultura Espírita do Oeste debateram o tema “Conflitos
existenciais: causas e soluções”, num evento cultural de
alto nível, que trouxe a Caldas da Rainha 440 pessoas.
Espíritas de Braga a Olhão, dos Açores, Alemanha, Brasil
e França estiveram nas Caldas da Rainha, no
fim-de-semana de 28 e 29 de Setembro de 2019, debatendo
os conflitos existenciais da Humanidade, à luz da
doutrina espírita (que não é mais uma religião nem
seita, mas sim uma filosofia de vida).
Maurício Virgens, tenor e cantor lírico (Colónia,
Alemanha) abriu o evento com três temas que encheram o
grande auditório do
Centro Cultural e Congressos (CCC), após
as boas-vindas por parte da Organização. A Vereadora da
Educação da Câmara Municipal de Caldas da Rainha deu uma
saudação muito especial, realçando a importância destes
eventos na Sociedade multicultural e plural, bem como da
educação como factor de renovação da qualidade do tecido
social. Seguiu-se uma saudação do vice-presidente da
Federação Espírita Portuguesa, Manuel Costa, e daí em
diante foi um banho de espiritualidade, partilha de
ideias, cultura, que se espraiaram ao longo de dois dias
cheios de novidades. Logo à entrada, 10 pósteres
temáticos abordavam de forma sistematizada, muita
pesquisa espírita acerca de fenómenos mediúnicos,
estatisticamente muito bem trabalhados por Jorge Gomes,
da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal
(ADEP).
Gláucia lima, psiquiatra falou do vazio existencial à
espiritualidade, seguindo-se o Engº Carlos Miguel
abordando o “Planeta Terra: que soluções?” com muita
mestria. O Prof. Reinaldo Barros falou das migrações de
ontem e de hoje, à luz do espiritismo. Seguiu-se uma
entrevista a Jorge Gomes (escritor, jornalista,
conceituado especialista em fauna e flora), sobre os
pósteres temáticos acima referidos. Vasco Marques, um
dos gurus dos “social media” em Portugal, falou da ADEP
TV e das novas tecnologias, seguindo-se os “parabéns a
você” à ADEP, que fizera 20 anos de idade no dia
anterior. Da alegria e emoção passámos ao teatro
espírita, num monólogo fabuloso do actor Edmundo Cezar
(Brasil).
No
Foyer do CCC estava, além dos 10 pósteres temáticos
(muito requisitados pelo público), uma exposição de arte
espírita interactiva (pela 1ª vez em Portugal), levada a
cabo por artistas espíritas caldenses, de grande
qualidade, para além de uma riquíssima livraria espírita
com 2 mil títulos, a preços de divulgação. Estava,
igualmente, uma experiência de gravação e edição de
vídeo com telemóveis (uma espécie de self-service na
aprendizagem), muito frequentada e com muito êxito.
Afinal é mesmo fácil, quando se tem conhecimento
(sorrisos…).
João
Paulo Gomes (Alcobaça), Sílvia Torres (Sonasfly) dos
Açores e Carolina Leal de S. Martinho do Porto (foto
abaixo), cantaram
e encantaram o púbico presente, não só nos intervalos,
no Foyer, como antes das conferências, no Grande
Auditório.
No
Domingo, a Profª Ana Duarte, de Évora, falou das nossas
fugas psicológicas, seguindo-se Ulisses Lopes e Noémia
Margarido (ambos dirigentes da ADEP) que, numa
entrevista, abordaram o medo e como o superar.
Joana Santos (foto abaixo) médica, abordou o tema “Culpa, como sair
dela”, de forma exemplar, para mais tarde deliciar o
público com “stand up comedy” espírita, sendo uma
referência em Portugal, nessa área.
Seguiu-se a médica
Joana Farhat, que falou dos “Tóxicos mentais” e de como
os superar, enumerando técnicas para vencer esta
tendência. Paula Silva, igualmente médica, explicou
“Como morrer bem”, falando da sua experiência, no IPO do
Porto, onde trabalha com doentes terminais. Edmundo
Cezar voltou a entrar em cena, numa performance notável,
seguindo-se a conferência de encerramento “Conflitos
existenciais, dinâmica evolutiva da vida” com Jorge
Gomes, que abordou o tema com tal profundidade, que em
jeito de brincadeira, alguém o apelidava de Alfred
Russel Wallace português. Este evento não poderia
encerrar de melhor maneiro, do que voltar a ouvir o
tenor Maurício Virgens, que interagindo com a plateia,
levou-a ao rubro, num misto de boas emoções e alegria.
Nestes dois dias de debate, a filosofia espírita deixou
exemplos de tolerância, compreensão, entendimento,
colaboração em vez de competição e, acima de tudo,
concluiu-se que podemos viver muito melhor sem
conflitos, completamente desnecessários, estéreis,
ficando no ar a mensagem de Gandhi (A paz é o caminho) e
de Jesus de Nazaré (Amar a Deus sobre todas as coisas e
ao próximo como a si mesmo).
Quando cada um, de per si, decidir ser feliz em
vez de querer ter razão, tudo mudará para melhor,
primeiro no nosso íntimo, e depois, na Sociedade.
Pode
ver gratuitamente todo o evento em www.adep.tv
Nota da Redação:
Para assistir aos
vídeos pertinentes ao evento, clique
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