Deus
Passa no oceano azul a resplendente frota,
Brilham flâmeos pendões, de fragata em fragata…
Relampeia o esplendor… É a luz que se desata
Do coração da vida em clâmide remota.
Vejo a ronda dos sóis por divina cascata,
Da Terra a que me prendo, — humilhada galeota.
Cada estrela é canção, que a beleza pilota,
Nos tênues brocatéis de púrpura e de prata.
Ah! estranho Universo!… Ah! glória que me esmagas!…
Constelações, dizei!… Quem vos fez como vagas
De pétalas, bailando aos sublimes falernos?
Uma sílaba só freme, de mundo em mundo:
Deus!… — o doce mistério altívolo e profundo!…
Deus!… — o infinito Amor dos caminhos eternos!…
Do livro Antologia dos Imortais,
obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira.