Com
Allan
Kardec
Cerca de
trinta
passos
nos
separavam
do local
em que
estávamos
hospedados
e o
primeiro
lugar em
que os
restos
mortais
de Allan
Kardec
foram
depositados,
em 2 de
abril de
1869, no
cemitério
mais
antigo
de
Paris: Montmartre.
Ao
lembrarmos
é
impossível
não
sentir
ligeiro
frêmito
de
alegria
e
reverência.
O ar de
Paris
exala o
pensamento
de Allan
Kardec
em meio
a
diversos
outros
pensadores
que
marcaram
épocas
da
evolução
humana.
Antes de
seus
despojos
serem
levados
para o Père-Lachaise, deveriam
seguir
para o Panthéon,
junto
com as
demais
autoridades
que
fizeram
da
França o
país que
é, como
J. J.
Rousseau,
Victor
Hugo,
Voltaire,
dentre
outros.
Mas a
obra de
Kardec é
maior do
que o
materialismo
que nos
envolve.
A ponte
entre o
druidismo
místico,
espiritualista,
com o
pensamento
científico,
metódico,
estruturado
em
profundos
raciocínios
analíticos
fora
projetada
com o
que de
melhor
poderia
existir:
a
condução
sempre
dedicada
de Allan
Kardec.
Ainda
que se
passem
mais um
ou dois
séculos
à
procura
de
provas,
para
validar
a tese
de que
Kardec
foi um
Druida,
lançamos
mão
destas
evidências
por
encontrar
nos
estudos
existentes,
fartas possibilidades.
Em se
tratando
de um
estudo
sobre
Kardec,
onde
poucos
ousam
aventar
quaisquer
ideias
inovadoras,
uma
possibilidade
nos
basta.
Seus
biógrafos
contribuíram
muito
para
legar-nos
uma
pálida
impressão
do que
foi a
presença
deste missionário entre
nós.
Inteligente,
culto,
amigo,
espirituoso,
observador,
organizado,
pragmático
quanto
aos
métodos,
generoso
para com
as
emoções
entre
todos
que o
procuravam
com
dúvidas,
novidades,
dores e
sofrimentos.
Como
educador,
foi
amigo
dos
alunos.
Como
estruturador
e
organizador
da
Doutrina
Espírita,
foi seu
maior
exemplo.
Um
Mestre
em todos
os
sentidos.
Se para
a
população
parisiense
o
trabalho
de Allan
Kardec
não
mereceu
o
destaque
devido,
para os
Espíritos
foi seu
melhor
tradutor
e
representante
encarnado.
Somente
alguém
com
domínio
de
métodos
científicos
de
investigação
e
pesquisa
seria
capaz de
sobrepor
as
angústias
e
ansiedades
em não
saber
organizar
um texto
ou
estruturar
um
pensamento
científico
mais
complexo,
como fez
Allan
Kardec.
Teria
sido,
Kardec,
o maior
exemplo
de maturidade
espiritual reencarnado
entre
nós? O
maior de
todos é
Jesus,
sem
dúvida,
mas,
dentre
os que
estão a
caminho
da luz,
teria
sido
Kardec
aquele
que
melhor
conjugou
os
esforços
espirituais
e
intelectuais?
Entendemos
por
maturidade
espiritual
a
conjugação
plena,
lúcida,
do
desenvolvimento
cognitivo
com a
educação
dos
sentimentos.
Se foi,
ou se
não foi,
o fato é
que ele
nos
inspira
a sermos
esses
que
anseiam
pela
maturidade
espiritual.
A época
em que
Kardec
viveu
estava
abalada
por
rupturas
históricas
transcendentes.
“A
ciência
tinha
aberto
profundos
sulcos
nos
espíritos
e por
esses
sulcos a
fé, sem
base
segura,
sem
lógica
esclarecedora,
se ia
escoando,
e
deixava
secos
esses
veios
por onde
antes
corria a
seiva da
crença”,
asseverava
o Dr.
Carlos
Imbassahy
a
respeito
da
necessidade
do
“advento
espiritual”
para a
humanidade.
Caberia
a Kardec
irrigar
novamente
esses
veios,
com
profunda
e ampla
destreza
no trato
da
relação
com os
Espíritos.
Seu
respeito
a essa
relação
se
traduziu
pela
sobriedade
de suas
obras.
Obra de
uma vida
inteira,
afinal,
desde a
mocidade
Kardec
era
preparado
para,
após os
cinquenta
anos de
idade,
desenvolver
sua
obra-prima,
que
ficaria
para
sempre
na
humanidade.
Seus
trabalhos
acadêmicos
serviram
para
modelar
o
pesquisador
e
intérprete
maior
dos
Espíritos
superiores.
Um
gigante.
Na
ausência
de
adjetivos,
recorremos
ao
pensamento
de Léon
Denis
para,
congregarmos,
nesse
momento,
com o
coração
em festa
por ter
Kardec
em nossa
Vida.
“Graças
a ti,
oh,
Allan
Kardec!
Graças a
tua
obra,
depois
de vinte
séculos
de
silêncio
e
esquecimento,
a fé das
antigas
eras
reaparece
na Terra
das
Gálias e
um raio
de luz
vem
dissipar
as
sombras
do
materialismo
e da
superstição.
Kardec,
druida
reencarnado,
tu nos
revelaste
esse
grandioso
pensamento
numa
forma
nova,
adequada
às
exigências
de nossa
época.” (Léon
Denis, O
Mundo
Invisível
e a
Guerra.) |