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De Volta a Nosso Lar: autores
falam sobre a obra |
De Volta a Nosso Lar é
de autoria de Aylton Paiva e Sidney Fernandes (foto).
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A obra
divide-se em uma breve introdução realizada por Sidney
Fernandes e, na sequência, seguem 12
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capítulos, totalizando 163 páginas.
Em uma nota da editora, na
terceira página, o leitor fica sabendo que os capítulos
com numeração arábica são de autoria de Aylton Paiva
(foto abaixo) e
os de número romano de Sidney Fernandes.
O livro foi
publicado pela Editora CEAC, de Bauru (SP). |
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Descrição sucinta do conteúdo – O
livro não pode ser relacionado na categoria de romance,
nem propriamente de obra técnica (por exemplo), estudo
da mediunidade, ou análise literária da obra de André
Luiz. Trata-se, em nosso entendimento, de um livro
doutrinário-didático sobre o primeiro volume da coleção
André Luiz.
Os espíritas mais antigos se recordam do impacto que a
obra Nosso Lar, de André Luiz, causou em nosso
meio. Entretanto, essa não é a questão que motivou os
autores a esse empreendimento. Espíritas e
espiritualistas em geral aceitam a sobrevivência da
alma. Tomando essa premissa como verdadeira, a questão
que se segue é sobre o que nos acontece após a morte.
Quem estaria em melhores condições de nos dar
informações sobre o tal “outro lado da vida”, senão
aqueles que viveram essa experiência? Parece-nos, pois,
que essa é a motivação dos autores: a de analisar
cuidadosamente as informações contidas no primeiro livro
de André Luiz e refletir como a vida presente impacta
nesse futuro.
Para alcançar tal intento, eles criaram um enredo bem
articulado que se inicia no primeiro capítulo (A
morte não é o fim), no qual ficamos conhecendo
Eduardo e Alex. Eduardo, ainda sob o impacto da morte e
velório do tio, indaga a Alex sobre a imortalidade. Alex
recorre a um trecho de O Livro dos Espíritos para
responder à pergunta e, após isso, convida Eduardo para
participar das reuniões do Centro, onde José Giani irá
discorrer sobre o assunto, analisando as informações do Nosso
Lar. A partir da aceitação de Eduardo, o enredo se
desloca para as reuniões do Centro Espírita, com novos
personagens. Nesse espaço, uma sala de um Centro
Espírita, os personagens provocam os expositores Giani e
Ney, algumas vezes desafiando-os em seus argumentos.
Dessa forma, o leitor vai, aos poucos, conhecendo os
personagens e pode até imaginar suas características
físicas e comportamentais.
Essa estratégia dos autores é bem-sucedida, pois prende
a atenção do leitor, que identifica, nas características
dos personagens, pessoas com as quais convive no
ambiente espírita. Com isso, ficamos sabendo um pouco
sobre Joana e Ângela, bastante inquiridoras, algumas
vezes impulsivas; sobre Lucas, um pouco tímido, mas bem
atento; Alex e Acácio, com questões relevantes... E,
também, sobre Ney e Giani, bem-humorados e eficientes na
condução das aulas. No entanto, o mais importante é o
conjunto de conteúdos e possibilidade de reflexões que o
livro enseja.
Considerações finais – Para
concluir, acrescento que De Volta a Nosso Lar tem
uma redação agradável, estrutura lógica de enredo,
continuísmo correto, o que nos leva a recomendá-lo como
excelente contribuição para o entendimento do primeiro
livro da série André Luiz e do mundo espiritual, bem
como das questões que André Luiz nos trouxe. Os autores
recorrem a outros pensadores espíritas e não espíritas
em defesa dos seus argumentos, a começar por Allan
Kardec, León Denis, Francisco de Assis, Emmanuel,
Richard Simonetti, Irmão Jacó, Dante Alighieri e outros.
Entrevista – A
nosso pedido, os autores do livro, Aylton Paiva e
Sidney Fernandes, concederam-nos a entrevista seguinte:
- Vocês em De Volta a Nosso Lar criaram um enredo
com personagens frequentadores de um centro espírita e
dois outros como expositores. Os frequentadores
apresentavam dúvidas sobre o livro de André Luiz, e os
outros dois esclareciam. Esse resumo que faço é bastante
simplificado, pois, no momento, queremos que nos digam
como chegaram a esse formato para o livro.
Sidney: Em
sua juventude, Aylton Paiva acompanhava, com muito
interesse, as narrativas do senhor José Giovanini,
pioneiro condutor da Juventude Espírita Amor e Caridade,
de Bauru, em torno dos romances espíritas mais
expressivos. Daí surgiu o Senhor Giani, que fazia a
releitura da magnífica obra Nosso Lar para um
grupo de jovens interessados em aprender o Bê a Bá da Coleção
A Vida no Mundo Espiritual, de André Luiz.
Aylton: Os
Mentores Espirituais trouxeram os informes básicos
contidos em O Livro dos Espíritos, codificado por
Allan Kardec, sobre o mundo espiritual, na Parte Segunda
– Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos, na referida
obra. O espírito André Luiz, pela mediunidade de
Francisco Cândido Xavier, detalha, sob a sua vivência,
essa realidade. Sempre achei de suma importância esse
relato e sempre desejei que ele se tornasse o mais
possível acessível às pessoas. Também seria uma forma de
despertar o interesse para a leitura da obra original. A
materialização da ideia o Sidney no-la apresenta.
- Chico Xavier e Herculano Pires tiveram publicação
conjunta, porém a parceria na produção de textos não é
comum no movimento espírita. Qual foi a história dessa
associação para De Volta a Nosso Lar e que
critérios adotaram na divisão das tarefas?
Sidney: Tudo
surgiu com um “coincidente” encontro entre eu e Aylton,
num shopping de Bauru, quando conversamos sobre a
possibilidade da publicação de uma obra acessível ao
grande público, que comentasse o primeiro livro de André
Luiz. Sua esposa, Maria Eny, manifestou seu cepticismo
quanto à concretização do projeto. Tomamo-nos de brios e
iniciamos a troca de correspondências que corporificou o
livro, que foi surgindo gradativamente.
Aylton: Quando
me surgiu a ideia, mais propriamente, a intuição para o
estudo de Nosso Lar, como é apresentada em nosso
livro De Volta a Nosso Lar, eu não estava
desejoso de escrever outro livro. À época, por
generosidade de Sidney Fernandes, e por sua solicitação,
eu fazia a revisão doutrinária de um dos seus livros.
Então pensei: Sidney, em seu estilo simples, elegante e
objetivo, está em condições de escrever o livro. Por
“coincidência”, como ele relata, nos encontramos.
Fiz-lhe a proposta, mas ele desejou que eu escrevesse o
primeiro capítulo e ele faria o comentário sobre o tema
estudado. A partir daí Giani e Ney iniciaram seus
estudos.
- Um dos personagens do livro questiona sobre o tempo
(cerca de oito anos) que André Luiz permaneceu nas
chamadas “zonas inferiores”. Nas experiências de vocês
esse questionamento é frequente?
Sidney: Em
programa que mantenho na TV CEAC de Bauru, onde,
semanalmente, respondo a perguntas do grande público, é
muito comum surgirem dúvidas relacionadas com o tempo
além da Terra. As orientações transmitidas se resumem
aos estados de desequilíbrios por que, geralmente,
desencarnados passam, depois da morte e, além disso, à
permanência da mesma contagem de tempo, nas cercanias do
planeta Terra.
Aylton: Para
os profissionais que atendem pessoas em desequilíbrio
social ou psicológico há um princípio de que “cada caso
é um caso”. Também assim é no retorno à vida espiritual.
André Luiz esteve sob a proteção da mãezinha
desencarnada e dos amigos espirituais, desde o início da
sua doença até sua chegada à zona espiritual do
sofrimento. Todavia, quem não se sintonizava com a ajuda
espiritual era ele, por seu modo de viver. Vivera no
mundo físico apenas preocupado com o bem-estar material.
Nas poucas vezes que se aproximara da religião fora de
maneira superficial e descompromissada. Não cultivara a
visão espiritual da vida, então permanecera na cegueira
espiritual até ele mesmo, pela prece, romper o véu e em
sua frente surgir o iluminado mensageiro espiritual
Clarêncio.
- Vocês relatam no livro sobre a surpresa e desconforto
do Chico Xavier com alguns detalhes trazidos por André
Luiz. Considerando isso, se o Chico, que tinha
familiaridade com o mundo espiritual, teve dúvidas, não
é justificado tal sentimento nas demais pessoas?
Sidney: Sem
dúvida. Embora o esquecimento das novas encarnações deva
ser considerado uma bênção, para que determinados
ajustes pessoais ocorram de maneira menos penosa, ele
nos provoca a sensação do “novo” em várias situações,
certamente já vivenciadas no passado. Recordações inatas
nos auxiliam no enfrentamento dessas “novidades”.
Aylton: Acho
que é compreensível a existência dessa dúvida. A vida
espiritual, por outras religiões é apresentada de forma
nebulosa e quando surge relato de um mundo espiritual
organizado, real, concreto, isso é surpreendente. Então
varia a vivência espiritual de cada um. Conheço pessoas
que, de imediato, aceitaram e se encantaram, outras,
mesmo espíritas, estudiosas das obras codificadas por
Allan Kardec, tiveram dificuldades em assimilar essa
“concretude”. Outras, ainda, estudiosas do Espiritismo,
não as aceitam. É o livre-arbítrio e a maturidade
norteando a receptividade.
- Durante o tempo em que trabalharam nesse
empreendimento, vocês receberam alguma comunicação
espiritual relacionada a essa tarefa, ou alguma forma de
ajuda espiritual?
Sidney:
O personagem Ney surgiu, sem dúvida, da inspiração do
plano espiritual. A minha intenção era, simplesmente, de
elaborar texto introdutório para a obra. Aylton
encantou-se com o personagem e sugeriu sua criação.
Aylton:
Ostensiva, não. Porém, desde que a ideia inicial em mim
surgiu, senti que era uma tarefa espiritual que chegava.
Depois, a ideia de partilhar o projeto com Sidney, em
seguida o encontro “casual” em um shopping, na
cidade de Bauru. Mesmo na facilidade e a fluência para
escrever, não posso negar a ação da espiritualidade.
- Para finalizar, solicito que informem se possuem
planos para novas tarefas conjuntas e, como de praxe,
apresentem suas despedidas ao leitor.
Sidney: Os
autores sempre estão e estarão dispostos a novos
empreendimentos. Aproveito este momento para agradecer a
confiança da Editora CEAC – do Centro Espírita Amor e
Caridade de Bauru –, à assistência da espiritualidade,
que jamais faltou durante o desenvolvimento do projeto e
à generosa aceitação do público leitor, que absorveu a
primeira edição do livro no primeiro dia de seu
lançamento.
Aylton:
Para mim esse primeiro livro faz parte de um projeto. Já
estou iniciando as reflexões sobre o livro Os
Mensageiros, de André Luiz, psicografado por
Francisco Cândido Xavier. Penso que é preciso estimular
o estudo e a divulgação dessa série esclarecedora e
iluminativa que nos trouxe esse mensageiro espiritual,
com o apoio de grande equipe espiritual. Todavia, como
Sidney está com muito trabalho no Centro Espírita Amor e
Caridade, de Bauru, produzindo outros livros e
periodicamente faz ciclos de palestras por várias
cidades, não sei se ele terá disponibilidade para outra
empreitada nesse campo. Ele fará o máximo que lhe seja
possível. É um dedicado e competente trabalhador da
Seara de Jesus e do Movimento Espírita. Leitor amigo:
Encontre De Volta a Nosso Lar, depois siga até
“Nosso Lar”, em companhia de André Luiz e do querido
Chico Xavier.