Infância e consumo consciente
Ocupa-te do reino do coração e o resto te chegará.
Claudio Naranjo
A criança assimila os exemplos dos pais. Se um pai gasta
de modo excessivo, irresponsável, a criança cresce
pedindo coisas, insistindo até conseguir o que deseja,
pois ela entende que, se seu pai pode gastar à vontade,
ela igualmente pode comprar o que quer e sem motivo
algum.
Na infância, o aprendizado sobre o consumo consciente
está implicado diretamente com o ambiente da criança, ou
seja, sua interação repetida com os pais, consigo mesma
e com o mundo.
O meninozinho que brinca sozinho ao ar livre, observando
em silêncio os insetos no jardim, ou convivendo em casa
com um alegre cachorro, tem a oportunidade de
desenvolver amor, cuidado e respeito pelo outro, pela
natureza. E isso, por sua vez, reduz largamente o anseio
pelas compras sem sentido, os brinquedos que, logo após
a surpresa dos primeiros dias, ficarão jogados no
armário do quarto, pois essa criança dispõe, por conta
de sua natural curiosidade e imaginação, de uma série de
outras possibilidades de ação no dia a dia.
Em casa, a educação sobre o consumo responsável passa
continuamente pela comunicação com os pais e o
comportamento cotidiano que esses adultos oferecem a
respeito de ações e atitudes que se distanciam do
consumir – o filho pequeno vê o pai dando preferência a
consertos de objetos domésticos em vez de adquirir
outros novos. A filha observa a mãe consertando roupas
no lugar de comprar vestidos novos.
Quem tem filhos pequenos, nos fins de semana, por
exemplo, em vez de ir ao shopping, pode optar por levar
as crianças para brincarem no parque. No domingo, é
bastante rico fazer piquenique na hora do almoço ou, com
a ajuda de vizinhos e dos filhos, limpar a pracinha do
bairro. Essas escolhas simples, cindidas do hábito do consumismo
alienante, ensina às pessoas, desde a infância, um
estilo de vida responsável e em harmonia com a
sociedade-natureza.
Notinhas
No dia a dia, procure seguir alguns princípios para o
consumo consciente: consuma apenas o necessário;
reutilize produtos e embalagens; não compre outra vez o
que você pode consertar; separe seu lixo; recicle e
contribua para a economia de recursos naturais, a
redução da degradação ambiental e a geração de empregos;
use crédito apenas se estiver ciente de que poderá pagar
as prestações; avalie com regularidade os motivos que
guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo; ensine
seu filho a economizar água, luz, e a entender a
responsabilidade sobre o lixo e o valor da reciclagem...
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