Erros e faltas
Imaginemo-nos diante de uma falta alheia que nos fere e
aborrece. Erro que nos humilha e estraga a tranquilidade.
Provavelmente, o delito terá sido até mesmo perpetrado
contra nós. Vale, porém, conscientizar atitudes antes de
apresentar qualquer reação.
Se te vês em condições de raciocinar, será justo
inquirir de ti próprio se a pessoa em falha permanece em
harmonia consigo própria.
Disporá do equilíbrio que, porventura, estejamos
desfrutando para ajuizar com o possível acerto em torno
de acontecimentos e cousas?
Que antecedentes lhe ditaram a mudança de conduta?
Haverá contado na existência com as escoras afetivas que
nos resguardam a segurança, desde muito tempo?
Que recursos de autoeducação recebeu para evitar a queda
em que se nos fez objeto de inquietação?
Que forças lhe pesam na mente para abraçar comportamento
contrário à nossa expectação e confiança?
Se te dispuseres ao autoexame indispensável à
preservação da consciência tranquila, sem nenhum
obstáculo, compreenderás o ensinamento do Cristo que nos
pede amor pelos inimigos e recomenda se perdoe a ofensa
setenta vezes sete vezes, sempre que nos bata à porta ou
nos visite o coração.
E não basta unicamente observar a posição anômala em que
os nossos companheiros terão agido. Razoável reconhecer
que se vivemos, sentimos, pensamos, falamos e
trabalhamos juntos, somos Espíritos na mesma faixa de
evolução, uns mais à frente e outros um tanto à
retaguarda do progresso, guardando todos a possibilidade
de errar pelos empeços morais que ainda nos
caracterizam.
A diferença entre aqueles que se transviam e aqueles que
se conservam em linha reta é que o companheiro ainda
impecável se mantém de freios seguros no carro da
própria vida e o outro, o que errou, perdeu
temporariamente o controle da direção.
Do livro Mãos unidas, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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