Certa vez, um amigo abordou o médium Chico Xavier e lhe
perguntou:
– Chico, em sua opinião, qual é o homem mais rico?
– Para mim, – respondeu ele, – o homem mais rico é o que tenha
menos necessidades.
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
– E o homem mais justo e sábio?
Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:
– O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever.
– Mas – voltou a insistir o homem, certamente querendo uma
resposta ou revelação diferente – o que você está me dizendo é o
óbvio!
Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de
sempre, Chico terminou dizendo:
– Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio! Não existem
segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio
que a verdade! O nosso problema é justamente este: queremos
alcançar o céu, vivendo fora do óbvio na Terra!
Por que relutamos tanto em entender o óbvio? Será entendimento o
que falta? Acreditamos que não. Nossa geração já tem
entendimento e inteligência suficientes. O que falta é o
movimento interior da mudança, de deixar as paixões negativas
para trás. Viver de acordo com as lições de um mestre, como
Jesus, não é ser fanático religioso, extremista e cego. O
verdadeiro cristão é discreto, porém atuante e firme nas ações.
Não enxerguemos Jesus como um santo, inatingível, que serve
apenas para ser adorado. Já passamos desse tempo. Hoje é tempo
de vê-lo como um exemplo, um referencial, num mundo onde as
referências são tão pueris. A lição do Evangelho é o óbvio. O
óbvio tão necessário para acalmar nossas almas angustiadas com
as incertezas do mundo. É via segura à nossa frente, conduzindo
à tão sonhada felicidade.
De Histórias de Chico Xavier, elaborada pelo Grupo de
Estudo Allan Kardec.
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