Longevidade, bons
hábitos e
espiritualidade
As pesquisas médicas e
psicológicas estão
demonstrando que as
pessoas que têm uma
crença, seguem uma
religião, e vivenciam
essa fé aliada à prática
do bem – que são
altruístas – têm muitos
benefícios, inclusive da
longevidade em relação
àqueles que não possuem
esses sentimentos e
atividades.
O médico doutor Harold
Koenig, formado pela
Universidade da
Califórnia, em São
Francisco, e escritor de
obras sobre medicina,
religião e saúde, em
entrevista à revista Veja,
diz que existe uma
relação significativa
entre a frequência da
prática religiosa e a
longevidade, estimando
que o impacto na
sobrevida seja algo em
torno de 1/3 a mais (até
35%).(1)
Essas pesquisas
demonstram que as
crenças orientam as
decisões diárias dos
praticantes e até as
facilitam, o que
contribui para reduzir o
estresse, a
irritabilidade e a
ansiedade, e isto está
relacionado com a
prevenção de doenças
cardiovasculares e da
hipertensão.
Os laços com a
comunidade religiosa
através dos indivíduos
que acreditam nas mesmas
coisas acabam por
oferecer suporte
emocional e, às vezes,
até financeiro.
Outro fator a se
destacar é o impacto que
a religião tem na adoção
de hábitos saudáveis.
Tanto os mandamentos
religiosos seguidos
quanto a vida em
comunidade estimulam a
boa saúde. Essas pessoas
que vivenciam sua
espiritualidade tendem a
ingerir menos álcool,
porque circulam em um
meio onde ele é evitado
e com pessoas que bebem
menos.
Os que praticam sua fé e
cultivam a
espiritualidade também
têm inclinação a não
fumar. É menos provável
que adotem um
comportamento sexual de
risco, tendo múltiplos
parceiros ou parceiros
fora do casamento.
Tudo isso influencia a
saúde e faz com que
vivam mais e sejam mais
saudáveis.
Todas as religiões são
boas quando seus adeptos
se transformam em
pessoas melhores.
Portanto, não existe uma
melhor. Podemos afirmar
que a melhor é aquela
que seguimos e
praticamos, respeitando
todas as demais,
entendendo que Deus é de
todos e está em toda a
parte.
Outros benefícios que
podemos assinalar, com a
prática da
espiritualidade e seus
benefícios para o
indivíduo e sua família,
são: prevenção ao uso de
drogas e outras doenças;
recuperação mais eficaz
(qualquer tratamento é
mais eficiente quando
amparado numa crença
religiosa); formação
mais sólida de caráter e
sensação de
pertencimento a uma
comunidade (a busca da
dignidade afasta da
corrupção e da
desonestidade); mais
otimismo, esperança,
autoestima, sentido para
a vida, suporte social,
saúde, bem-estar e
satisfação conjugal.
As experiências também
demonstram que há uma
relação direta entre
espiritualidade e
melhores índices de
atividade física,
alimentação equilibrada
e o cultivo de outros
bons hábitos.
Em relação ao sistema
nervoso, as pessoas que
creem em “algo maior” e
são altruístas tendem a
apresentar cargas extras
de neurotransmissores
que respondem pelo
bem-estar. Na questão da
imunidade, a
espiritualidade
potencializa a ação das
células de defesa,
reduzindo o risco de
infecções virais e
bacterianas, além de
ajudar a enfrentar as
doenças, como câncer e
depressão.
No aspecto de
inflamações, os estudos
mostram que pessoas
religiosas possuem menos
moléculas inflamatórias
trafegando nos vasos
sanguíneos, o que
diminui o risco de
infartos e tumores.
Apontam também que o
código genético responde
às influências dos
nossos pensamentos (e ao
resultado de nossas
ações, que dignificam ou
atormentam nossa
consciência); assim,
exercer a fé tornaria
mais vagaroso o processo
de encurtamento dos
telômeros (as
extremidades dos
cromossomos),
encurtamento este que
está no centro dos
processos de
envelhecimento.
(1) Para
ler a entrevista
publicada em Veja, clique
aqui
Arnaldo Divo Rodrigues
de Camargo é bacharel em
direito com
especialização em
dependência química pela
USP-SP/GREA.
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