Familiares e amigos
No torvelinho das preocupações em torno dos familiares
queridos, pausemos, de algum modo, para enxergá-los, não
com os olhos da afeição possessiva, e sim na posição de
criaturas de Deus, como são, tanto quanto nós.
Queríamos talvez que eles cressem pelos nossos padrões;
no entanto, possuem caminhos outros pelos quais chegarão
às mesmas fontes de fé em que se nos apoia a existência.
Desejávamos pensassem pelas ideias que nos orientam a
estrada, mas trazem consigo vocações e tendências, ideal
e visão muito diversos daqueles que nos caracterizam a
marcha.
Aspirávamos a tê-los no mesmo trabalho que mais se nos
adapta à maneira de ser; todavia, nem sempre se destinam
a fazer aquilo que nos compete realizar.
Anelávamos situá-los nos figurinos de felicidade que nos
parecem mais justos e aconselháveis; entretanto
permanecem guiados pelo Governo da Vida para outros
tipos de felicidade que ainda não chegamos a conhecer.
Às vezes, não nos conformamos ao vê-los sofridos ou
inquietos, porém é forçoso considerar que, como nos
ocorre, estarão carregando débitos e compromissos que,
nem nós e nem eles, resgataremos sem dificuldade ou sem
dor.
Por tudo isso, aprendamos a observar nos entes amados
criaturas independentes de nós, orientadas,
frequentemente, noutros rumos e matriculadas em outras
classes, na escola da experiência.
E, acima de tudo, reconhecendo quão importante se faz a
liberdade para o desempenho das obrigações que nos foram
assinaladas, saibamos respeitar neles a liberdade que
igualmente desfrutamos, perante as Leis do Universo, a
fim de crescerem e se aperfeiçoarem na condição de
livres Filhos de Deus.
Do livro Rumo Certo, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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