Compromisso reencarnatório e doenças
crônicas
Lembra-nos André Luiz, pela pena
psicográfica de Chico Xavier, que
“renascendo entre as formas perecíveis,
nosso corpo sutil, que se caracteriza, em
nossa esfera menos densa, por extrema leveza
e extraordinária plasticidade, submete-se,
no plano da crosta, às leis de
recapitulação, hereditariedade e
desenvolvimento fisiológico, em conformidade
com o mérito ou demérito que trazemos e com
a missão ou o aprendizado necessários" (No
Mundo Maior). A pedagogia reencarnatória
reclama estudo, atenção e atitude para não
produzir deteriorações desnecessárias a este
corpo, carro material da nossa jornada pelo
planeta.
A química fisiológica, como a química
espiritual, não é casual ou fatalista.
Emerge de nossos atos. Embora seja certo que
a dor nos ensina, a ninguém foi dado buscar
a doença ou o sofrimento como opção de vida.
Incumbe-nos viver de forma cautelosa,
escudando a nossa saúde física e espiritual,
condição para tornar mais proveitosa a nossa
experiência reencarnatória. Neste prisma,
ter os olhos abertos para o que ocorre à
nossa volta é o primeiro passo para evitar
doenças e produzir saúde.
Você sabe o que é doença crônica? São
aquelas de progressão lenta e de longa
duração. Podem ser silenciosas ou
sintomáticas e sempre comprometem a nossa
qualidade de vida. Para considerar apenas as
não transmissíveis, podemos exemplificá-las
com as doenças cardiovasculares, as
respiratórias crônicas (bronquite, asma,
rinite), a hipertensão, o câncer, as doenças
autoimunes (lúpus, doença celíaca, esclerose
múltipla etc.) e as doenças metabólicas
(obesidade, diabetes, esteatose, osteoporose
etc.). Junto às últimas podem ocorrer
diversas manifestações psiquiátricas, como o
autismo e a depressão. Segundo a OMS, as
doenças crônicas respondem por 63% das
mortes no mundo (74% das causas dos óbitos
no Brasil).
Tive acesso, em data recente, a uma
explanação feita pelo Dr. Cícero Galli
Coimbra, médico e cientista, acerca de
alguns dados estarrecedores da saúde
mundial. Na atualidade, 60% da população
norte-americana com menos de 25 anos de
idade sofrem de pelo menos uma doença
crônica. Deste contingente, 45% padecem com
duas dessas doenças. Trata-se de amostragem
do que ocorre em todo o planeta, num ritmo
exponencial que se agravou desde 1980. Na
década de 1975 a 1985, duplicaram os casos
de autismo no mundo. Nas décadas anteriores,
as estatísticas apontavam para o nascimento
de 1 criança autista para cada 5.000
crianças normais. No período seguinte, esta
proporção já era de 1 para cada 2.500. Em
2012, chegamos a 1 criança autista para cada
88 normais e, em 2018, o índice foi de 1 por
40. Se nada for feito, um enorme contingente
de pessoas manter-se-á dependente de
medicamentos que a indústria farmacêutica
lança no mercado a preços exorbitantes.
Essas empresas não estão preocupadas em
descobrir ou combater as causas dessas
doenças. Orbitam nas cifras milionárias de
seus negócios e doenças crônicas constituem
a matéria-prima de seus lucros. Os fármacos
que produzem combatem apenas os efeitos
dessas doenças, o que lhes garante, por
tempo indefinido, a fidelidade forçada de um
expressivo público consumidor. Em 2016, essa
indústria movimentou US$ 17 bilhões apenas
com a venda de imunossupressores para o
tratamento da esclerose múltipla. Quatro
gigantes desse setor projetaram, no mercado
de ações, um lucro de US$ 40 bilhões para
2026, gerado exclusivamente com essa doença.
Milhares de pessoas tendem a se tornar,
ainda jovens, incapacitadas para o trabalho
e até para cuidados pessoais.
A boa notícia é que a maioria das doenças
crônicas pode ser prevenida ou controlada. O
peso da herança genética é pequeno, se
comparado a outros fatores de risco que
estão sob o nosso domínio e dependem apenas
de nossa vontade e determinação. “Não somos
vítimas de nossos genes, mas donos do nosso
destino.” (Bruce Lipton). Para trabalhar no
bem (essência do nosso compromisso
reencarnatório) é preciso saúde. Com
pequenas atitudes você pode evitar doenças
crônicas e permitir uma experiência
proveitosa no vaso físico. Mude hábitos para
garantir uma alimentação saudável e variada,
rica em frutas, vegetais e cereais.
Esforce-se para banir o consumo de produtos
industrializados, de açúcar, de sódio, de
fumo, embutidos e refrigerantes. Mantenha
atividades físicas regulares e reduza ao
máximo o consumo de bebidas alcoólicas. Não
se torne refém de medicamentos. Reserve
momentos para desfrutar do prazer merecido,
da tranquilidade e do relaxamento. Tudo sem
esquecer da atividade mais importante,
motriz de saúde física e mental: o trabalho
desinteressado em favor do outro.