Divaldo Franco: “A Paz em ti ajudará a
construir a paz no mundo”
O Movimento Você e a Paz, idealizado e colocado em
prática pelo humanista e pacifista Divaldo Pereira
Franco, está em sua 22ª edição, sendo realizado em 11
Estados Brasileiros, 10 Países e 74 cidades no Brasil e
no Exterior. O Movimento teve sua geratriz após Divaldo
Franco ter visitado um presídio na Guatemala, onde teve
uma lição de miséria, de amargura, de preconceito. Ali
ele resolveu que deveria fazer algo por si mesmo,
apaziguando-se, realizando algo em prol da paz. Para pôr
em prática e divulgar a não violência, idealizou o
Movimento Você e a Paz no ano de 1998. A realidade da
vida, a caridade e o amor não possuem coloração
política, social, econômica, ou de crenças. A paz deixou
de ser somente um substantivo para se tornar, também, um
verbo, segundo os melhores dicionários, o verbo pazear.
Na Praça Irmã Dulce
Iniciando uma série de apresentações na cidade do
Salvador, o Movimento Você e a Paz esteve em 11 de
dezembro de 2019 na Praça Irmã Dulce, no Largo de Roma.
Engalanada através do hercúleo trabalho realizado pela
Equipe de Eventos da Mansão do Caminho, liderada pela
eficiente e dedicada Telma Sarraf, Vice-presidente do
Centro Espírita Caminho da Redenção – CECR -, tal como
engrenagem muito bem ajustada, esmerou-se em bem receber
o público, apresentando uma estrutura funcional e
eficiente em todos os eventos promovidos pela Mansão do
Caminho, recebendo expressivo público de forma
acolhedora e carinhosa.
Após encantador momento artístico, o palco foi formado
por Manuel Sonyer, espanhol, representando as caravanas
presentes, pelos expositores Juan Danilo Rodríguez
Mantilla, Ruth Brasil Mesquita, Marcel Mariano e Divaldo
Franco, e por Telma Sarraf e João Araújo, o mestre de
cerimônia, todos imbuídos e dedicados divulgadores da
renovação de sentimentos e das atitudes de pacificação.
Juan Danilo destacou a necessidade de cada ser humano
construir a paz em si mesmo, eliminando, tanto quanto
possível três inimigos internos: o sentimento de
competição, de suplantar ou submeter o outro; a
insatisfação com a vida, a inconformidade com as
situações e consigo mesmo: e a falta de perdão, tanto
para si como ao outro, aprendendo a compreender.
Ruth Brasil Mesquita enalteceu a conduta, as atitudes e
a amorosidade da mãe de Irmã Dulce, - Dulce Maria de
Souza Brito Pontes -, que soube dar a ela as condições
necessárias para cumprir com êxito a sua tarefa
missionária. Fruto dessa mãe zelosa e amorosa, Irmã
Dulce via em cada doente, Deus.
Marcel Mariano, discorrendo sobre a violência cotidiana,
destacou ser necessário identificar as causas geradoras,
quase sempre alicerçadas na matriz da radicalidade, o
egoísmo. Com tolerância, em todos os sentidos, é
possível conviver, desenvolvendo a paz interior,
tornando-se agente pacificador, pelo menos no seio
familiar.
Divaldo Pereira Franco, superando os limites impostos
pela idade e pela dor, apresentou de forma sucinta a
história de alguns pacifistas e que se superaram a si
mesmos, pacificando-se e disseminando a cultura da paz,
desde as relações domésticas, sociais e culturais. A
tenacidade, traço comum entre eles, ensejou a mudança de
comportamento, de crenças e de costumes. Leis foram
modificadas, sempre tendentes a humanização nas
relações. A produção literária também foi inspiradora e
motivadora para a adoção de uma cultura de paz. Rosa
Parks (1913-2005), norte-americana; Mahatma
Gandhi (1869-1948), indiano; Martin Luther King
Jr. (1929-1968), norte-americano; Léon
Tolstói (1828-1910), russo; Irmã Dulce (1914-1992),
brasileira, que com sua doçura e beleza caridosa,
pacificava os corações aflitos e atormentados por
doenças, porque, pacificada, tornou-se a Bem-Aventurada
Dulce dos Pobres. Todos esses pacificadores,
profundamente amorosos, pelas suas ações e convicções
legaram à humanidade que a cultura da paz é possível,
basta tornar-se pacífico, apaziguador.
O homem pacificado sabe amar todos e tudo, inclusive a
natureza. O amor está acima de qualquer convicção
política, de fé, de crenças, pois que a paz que Jesus dá
é a paz do coração, da consciência reta, a da prática do
bem. Para tal, a família é o instrumento valiosíssimo na
construção da paz, pois que está alicerçada no amor.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura), estabeleceu os seguintes itens
para a construção da paz no Planeta: 1. Respeito à vida;
2. Rejeitar a violência; 3. Ser generoso com todos; 4.
Ouvir para compreender; 5. Preservar o Planeta; e 6.
Redescobrir a solidariedade. É necessário, frisou
Divaldo Franco, diminuir as queixas, as mentiras, o
egoísmo, amando indistintamente.
Na Praça dos Namorados
As atividades divulgadoras e promotoras da paz tiveram
continuidade na noite do dia 13 de dezembro na Praça dos
Namorados, na orla marítima de Salvador. A formosa praça
foi palco para mais um magnífico evento em prol da paz.
O Movimento Você e a Paz, uma realização da Mansão do
Caminho, reuniu centenas de pessoas comprometidas em
construir a paz em si mesmo, disseminando o sentimento
pacífico através de atos não violentos. Os cantores
líricos Ângela Laborda e Eduardo, acompanhados por
Débora Limeira no teclado, encantaram o público que
interagiu vivamente. A Banda de Música Maestro
Vanderlei, da Polícia Militar do Estado da Bahia, sob a
batuta do Maestro Subtenente Aristóteles, trouxe um ar
solene através de hinos e canções, especialmente na
execução do Hino Nacional, que todos cantaram juntos.
Manuel Sonyer, da Espanha, e representando as caravanas
presentes, convidado a se expressar, destacou ser muito
importante viver a paz, exemplificando-a no cotidiano da
vida, tornando-se mais solidário, construindo um futuro
pacífico para todos.
Marcel Mariano, um dos expositores habituais deste
evento, frisou que a paz não se estabelece por
impositivos burocráticos, como a assinatura de um
acordo, mas pela sua construção na intimidade do ser
humano. Como a criatura humana ainda é um ser belicoso,
a ausência da paz se dá entre as nações, na vida do
homem em sociedade, na família e até mesmo no campo
cibernético. Para que a paz se perpetue é necessário que
os indivíduos tenham a paz em si mesmos, semeando-a,
pacificando-se continuamente, construindo a paz
coletiva, tornando-se, portanto, pacifistas.
Juan Danilo Rodríguez ressaltou que há uma fórmula
infalível para treinar a paz interior. Ei-la: quando
estiver desarmônico, não reaja, aprenda, antes de tudo,
a refletir, acalmar-se, renovar-se de paz, então aja.
Divaldo Franco, idealizador deste fabuloso movimento em
prol da construção da paz, asseverou que é possível
viver a paz, mesmo estando as nações em guerra. Narrou
um episódio acontecido na Primeira Grande Guerra, quando
na noite de natal de 1915, e tendo os fuzis e os canhões
silenciados, e as baionetas embainhadas,
momentaneamente, por um cessar-fogo não oficial, um
soldado francês, de 22 anos, estando em sua trincheira
situada bem em frente a trincheira inimiga, a dos
alemães, e sem mesmo esperar a autorização de seu
superior, disse que iria fazer a paz, levantou uma
bandeira branca, simbolizando uma trégua. No lado
inimigo, a agitação, a apreensão, tomou conta daquele
setor da trincheira alemã, que com ordens, também, de
não atirar, animou um soldado alemão a fazer o mesmo
gesto do francês. Marcharam um ao encontro do outro,
agitando as suas bandeiras brancas, deram-se se as mãos
a meio caminho, abraçaram-se, desejaram-se um feliz
natal.
Como todos os demais soldados estivessem atentos, e
estimulados por aquele pequeno gesto de coragem e
destemor, desarmaram-se, saindo de suas respectivas
trincheiras, encontrando-se na linha divisória que
separavam os dois exércitos, a chamada zona neutra.
Confraternizaram, cantaram, trocaram abraços,
comemoraram o natal, cantaram a canção Noite Feliz,
afinal não eram inimigos pessoais, defendiam posições
estabelecidas por suas nações. Pela manhã jogaram uma
partida de futebol, que teimosamente ficou empatada,
pois que o sentimento acalentado pelos soldados não era
o de vencer o “inimigo”. Porém, logo após, o monstro da
guerra se fez presente, e a bestialidade, a belicosidade
do ser humano, colocou os dois lados em confronto
sangrento, dizimando-se.
Há também, disse o Embaixador da Paz, uma guerra na
intimidade dos lares. É igualmente perversa, pois que,
tudo quanto se instala na intimidade de um ser humano e
que o leva a perder a alegria de viver, onde o desalento
se instala, a ideia de extinguir a vida passa a ser uma
constante, com insidiosa tendência a se tornar
realidade, concretizando-se no suicídio algumas vezes.
Don Miguel Ruiz,
autor mexicano, em seu livro Os Quatro Compromissos,
publicado em 1997, estabeleceu os compromissos
necessários para a construção da paz individual. 1º)
Seja a sua palavra inviolável; 2º) Aprenda a ouvir para
compreender; 3º) Seja você quem ama; e 4º) Nunca devolva
o mal que lhe faça. Esses compromissos foram colhidos
dos toltecas. Eles eram conhecidos no sul do México como
"homens e mulheres de sabedoria". Teothuacan, a
cidade antiga das pirâmides situadas nas proximidades da
Cidade do México era conhecida como o lugar onde o
"Homem se Torna Deus”.
Pensar no bem é salutar, pensar no mal é intoxicar-se,
destruindo-se. Divaldo Franco emprega ingentes esforços
para construir a paz em si mesmo, a aprender a conciliar
o SELF com o EGO. Aconselhou a não se deixar dominar
pela tristeza, mantendo a alegria de viver, não
atribuindo valor ao que não tem valor. Asseverou que a
felicidade é construída a partir do amor ao próximo, do
autoamor, de viver em paz com a consciência, sem se
perturbar com as provocações alheias, atraindo o outro
pelo amor, sem condicionar, sendo verdadeiro, sem
impor-se, aceitando e compreendendo, solidarizando-se.
Procure, ensinou o atento professor Divaldo, olhar o
lado melhor da vida, ver o lado positivo, o bem e o bom.
A paz é comovedora. Seja um pouco de paz no coração do
próximo, ame-o. Não aceite provocações, lembre-se, estás
em treinamento para desenvolver a paciência, seja o
exemplo de bem-proceder, tenha coragem de sonhar e
agradecer a Deus todas as intercorrências da vida, boas
ou más.
No Dique do Tororó
Ao entardecer do dia 15 de dezembro, com toda a
infraestrutura pronta e montada pela eficiente equipe
liderada por Telma Sarraf, Vice-presidente do CECR, as
crianças e adolescentes da Escola de Artes da Mansão do
Caminho, com talentos extraordinários, se apresentaram
cantando, tocando e encantando com a excelente
performance, cativando os presentes. Juan Danilo
Rodríguez Mantilla, equatoriano radicado no Brasil,
voluntário da Mansão do Caminho e fazendo parte da
Escola de Artes, cantou e tocou, alegrando os corações
sedentos de paz e de beleza.
Ruth Brasil Mesquita, Iraci Noronha e Marcel Mariano
deixaram as suas mensagens de paz, destacando que o ser
humano, ainda em formação moral, requer cuidados, de
orientação clara e segura, construindo-se na paz e no
amor, devendo observar as ações do presente se
utilizando da experiência do passado, construindo o
futuro desejado, seguindo os passos de Jesus, modelo e
guia para a humanidade, pois que pacífico, possui a
força dos argumentos.
O pacifista Divaldo Franco se utilizou de um episódio
verídico contido na obra Perdão Radical, de Brian
Zahnd, para narrar, com sua verve característica, a
excelência do perdão e do amor. O genocídio do povo
armênio, provocado pelos turcos otomanos, ocorreu
durante a guerra levada a efeito entre Turquia e Armênia
nos anos de 1915 a 1917 e que dizimou cerca de um milhão
e quinhentos mil seres humanos. Essa incursão bélica e
destruidora ocorreu em paralelo à I Guerra Mundial.
A protagonista, jovem com 15 anos, presenciou sua
família ser cruelmente destruída pelo exército turco. Em
um domingo pela manhã, e estando a família reunida para
o café matinal, foram surpreendidos pela ação militar,
sendo o seu lar invadido violentamente. Seus pais foram
mortos de súbito, impiedosamente, sua irmã menor foi
jogada aos soldados que a violentaram até a morte, e ela
foi feita escrava sexual do comandante da tropa.
Após fugir das atrocidades que lhe foram impostas,
contando com o auxílio de um soldado que se apiedou
dela, passou a viver da Turquia, onde se diplomou
enfermeira, pois declarava que havia nascido para amar e
salvar vidas. Tendo sido muçulmana, se converteu ao
cristianismo. Assim, por volta do ano de 1925, e porque
o Diretor da clínica não havia encontrado um
profissional que tivesse coragem para cuidar de um
enfermo em putrefação e prestes a morrer, perguntou
àquela dedicada enfermeira se poderia cuidar o paciente
tal qual uma filha abnegada, assistindo-o na morte
próxima.
Ela, então, se deparou novamente com o seu algoz
implacável, tendo oportunidade de salvar-lhe a vida,
apesar de o ter reconhecido desde o primeiro momento no
hospital em que trabalhava, na Capital da Turquia. O
algoz, então comandante daquela força exterminadora, era
um farrapo humano, e que lhe foi confiado para que o
assistisse na morte iminente. Colocado sob os cuidados
da jovem enfermeira, dedicadamente tratou-o, por cerca
de seis meses, restituindo-lhe a saúde.
Por ocasião de sua alta hospitalar, e porque era um
oficial de destaque, foi agradecer ao diretor do
hospital. Esse lhe disse que o mérito era da enfermeira
que o havia cuidado diuturnamente, internando-se com
ele, a fim de prestar-lhe um excelente serviço.
Ao dirigir-se a enfermeira, o oficial notou que ela
tinha um sotaque que lhe lembrava o povo armênio, onde
estivera durante a guerra. Ela confirmou sua origem,
declarando que o conhecia, e que ele a havia escravizado
sexualmente, após dizimar a sua família, descrevendo a
cena de horror que ele impôs à sua família. O oficial,
tomado de inusitada surpresa, perguntou-lhe porque não o
havia deixado morrer. Ela, então, redarguiu-lhe que
havia aprendido a perdoar, que Jesus é o seu Mestre, que
aprendeu a amar até mesmo os inimigos, e que sua
profissão é dedicada a salvar vidas, jamais
extingui-las.
Nos primeiros momentos, narrou a enfermeira, desejava
morrer, contudo, sustentada no ódio sobreviveu
aguardando a oportunidade para a vingança. Quis o
destino trazê-lo de volta, e por ser agora cristã, tinha
como primeiro desafio perdoar, assim, disse ela: sai do
inferno e passei a experimentar a suave brisa de paz,
por isso o perdoei. Chamo-o agora de irmão.
É a demonstração da poderosa força transformadora da
mensagem de Jesus, quando bem compreendida e vivenciada,
despertando o verdadeiro amor na criatura humana. Esse
amor levou a jovem armênia a perdoar radical e
incondicionalmente o algoz que a havia desventurado e
exterminado sua família impiedosamente.
Divaldo Franco, então, questionou os presentes quanto à
capacidade de cada um de perdoar, dando um freio à
violência, incitando o público à reflexão mais profunda:
- Você seria capaz de perdoar?
O perverso possui o dom de destruir a intimidade da
criatura humana. O Perdão é uma das virtudes mais
difíceis de ser praticada. Perdoar é não devolver a
ofensa, tornando-se em um permanente desafio. Divaldo,
apresentando aspectos da violência cotidiana, destacou
que o emprego judicioso da justiça, o sentimento de amor
e o de perdão ainda estão longe dos indivíduos. A
sociedade humana vive um momento grave de desamor. A
mudança se dará quando os indivíduos aprenderem a
amarem-se, adquirindo a noção do bem-proceder. A paz não
é uma necessidade, mas uma urgência a ser atendida com
presteza. Todos têm os mesmos direitos de viver, e os
valores espirituais levarão o homem a viver em harmonia,
em paz.
Cada criatura humana deve viver como Espírito imortal,
com paz no coração à luz do Evangelho de Jesus, o grande
propagador e exemplo de paz, empenhando-se ao máximo
para que o EGO não perturbe o coração e seja possível
instalar a paz em si. Há um amanhecer de luz, de paz, de
amor, de ações no bem, de solidariedade. Faça algo para
que alguém tenha, também, paz, desenvolvendo forças para
poder ouvir, com serenidade, a própria verdade, a do
outro e a verdade transcendente.
Ao final dos eventos, com o público animadíssimo e
estimulado para a construção da paz, foi entoada a
Canção Paz pela Paz, de Nando Cordel, quando todos, de
mãos dadas uniram vozes, corações e sentimentos,
igualados no desejo de estabelecer a paz, embelezando
com harmonia ímpar o ambiente.
No farol da Barra
O Município soteropolitano tem em seu calendário de
manifestações cívicas e culturais, o Dia do Movimento
Você e a Paz, comemorado anualmente em 19 de dezembro,
instituído pela Lei Municipal 5.819/2000, de 29 de
novembro de 2000. O farol da Barra foi o palco em que
esta efeméride foi comemorada. Para lá se dirigiram
milhares de pessoas comprometidas com a divulgação da
paz, da não violência, da formação de uma cultura de
paz. A Equipe de Eventos do Centro Espírita Caminho da
Redenção, sob a liderança de Telma Sarraf e conduzindo
seus liderados atentos e comprometidos com a
funcionalidade e perfeição, montou toda a infraestrutura
para atender com excelência as autoridades e o público.
O momento artístico foi rico de momentos de harmonia e
enlevo, conduzido pelo Coral Santa Dulce dos Pobres;
Assis Diomar; Banda Redenção, sob a liderança de Juan
Danilo, da Mansão do Caminho - um dos vários programas
educacionais da Mansão do Caminho -; e Nando Cordel
(abaixo).
Com as autoridades estaduais, municipais, eclesiásticas
e convidados no palco, a Banda de Música do 2º Distrito
Naval da Marinha do Brasil, executando o Hino Nacional,
por todos cantado, a solenidade foi iniciada. O
Movimento Você e a Paz visa manter os ideais de
fraternidade, de tornar as criaturas mais pacíficas e
pacificadoras, de conscientização da formação de uma
cultura de não violência, de preparação de agentes
pacificadores e promotores do equilíbrio espiritual, sem
caráter político ou religioso. O Movimento já é
realizado em 10 países e 75 cidades, das quais 58 no
Brasil e 17 no Exterior. O Trabalho de promoção da paz é
inadiável.
Os pronunciamentos prévios realizados por várias
autoridades políticas, religiosas e militares destacaram
que não haverá paz se a própria criatura humana não se
tornar pacífica, harmoniosa consigo mesma, pois que o
real sentido da vida é a paz, o respeito em todos os
aspectos, na humildade praticada, no amor e na caridade.
Construir a paz é, antes de tudo, uma atitude de
solidariedade, de aceitação do outro, com abnegação,
renúncia e perdão. O homem pacífico é o que se educou
através de um processo interno, reverenciando a paz,
sentindo-a no coração, extinguindo as guerras íntimas e
que se estendem para os que estão no entorno. A paz será
construída através de ações pessoais, estabelecendo uma
conexão com as leis divinas, com ações de amor e de
respeito.
O Movimento Você e a Paz, a partir do ano 2.000,
instituiu troféus para homenagear três importantes
segmentos da sociedade: Personalidade física que se doa;
instituição que realiza; e personalidade que viabiliza.
Os agraciados desenvolvem meritórios trabalhos de
soerguimento do ser humano, promovendo-o,
restituindo-lhe a dignidade, minorando estados
calamitosos, acolhendo-o amorosa e fraternalmente, sem
qualquer distinção.
Divaldo Pereira Franco, médium espírita, Embaixador da
Paz no Mundo, idealizador do Movimento Você e a Paz,
destacou que o maior desafio da criatura humana é a
própria criatura humana. Com mais de dois bilhões e
duzentos milhões de anos de desenvolvimento
antropossociopsicológico alcançou o cosmo e, ao mesmo
tempo, a micropartícula, encontrando a energia, a fonte
da vida. Apesar destas conquistas o homem não conseguiu
interpretar-se a si mesmo, vivendo, na atualidade, sem
paz interior. Embora possuindo tudo, dominando o que
seja possível, tanto no macro quanto do microcosmo, e
tendo acumulado conhecimento desde o passado remoto e
desenvolvido a ciência, isto não deu felicidade ao
homem, contudo lhe facultou uma longevidade maior.
Apesar de toda esta conquista, o homem ainda não
realizou a sua grande tarefa, a de moralizar-se, o que
Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita,
denomina como falta de desenvolvimento moral. A
filosofia tem contribuído para a mudança do pensamento
humano, mas o amor, o sentimento ágape, é ainda
desconhecido desde o passado até os dias presentes. O
apelo material predomina sobre o espiritual.
Na busca da felicidade, a criatura humana experimentou o
prazer através do hedonismo, adotando a filosofia de
Epicuro, cerca de 300 anos antes de Cristo. Como não se
sentiu feliz, Diógenes propôs que a felicidade poderia
ser alcançada ao satisfazer a sede de ter e de poder.
Zenão de Cicio, em sua filosofia estoicista, declarava
que a felicidade era suportar a dor e não sofrer, pois
que viver era padecer. Nenhuma delas proporcionou
felicidade ao homem. Há, porém, uma proposta ética,
capaz de fazer com que o homem se harmonize consigo
mesmo, sentido a felicidade, é a do amor, fazendo ao
outro tudo o que gostaria que lhe fosse feito. É a
proposta de Jesus, onde o homem, conhecendo-se, sente-se
integral, harmônico e pacifico.
Quando os indivíduos aprenderem o exercício da
solidariedade, dando-se ao outro, sendo-lhe útil,
amando, servindo, porque já se amam, serão felizes. Com
este nível de amor a paz será constante. Todos estão na
Terra para domarem o instinto, desenvolvendo o
sentimento. Jesus é o caminho da reabilitação perante as
leis divinas. A vida possui um sentido, é o amor, e quem
ama já é pacífico. Sem a paz a vida não tem sentido.
A proposta é levar a paz para o lar, para a família,
amando com mais intensidade, estar junto física e
mentalmente. Amar é sentir o calor humano, é
relacionar-se face a face. Ame! Se não é correspondido,
continue amando, tocando a alma do outro. O bem não pode
conviver com o mal. Assim, não aceite o mal dos maus,
não reaja. Não fazer o que os covardes fazem é
superar-se a si mesmo. O sonho do pacifista é dar-se as
mãos, estampar um sorriso de amor. O homem pode se
sentir feliz desde já, em paz consigo mesmo, pois que há
muito o que agradecer e nada para reclamar.
Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues,
Divaldo encerrou a 22ª edição do vitorioso Movimento
Você e a Paz. Dando-se as mãos, todos cantaram
efusivamente com Nando Cordel a Canção Paz pela Paz, de
sua autoria. Os abraços entre os presentes foram
múltiplos, com desejos de paz, felicidade, harmonia e
solidariedade através da transfusão de vibrações
pacificadoras.
Nota do Autor:
As fotos desta reportagem são de autoria
de Jorge Moehlecke.