O mal e a
verdadeira injustiça
“A escuridão não pode
expulsar a escuridão,
apenas a luz pode fazer
isso. O ódio não pode
expulsar o ódio, só o
amor pode fazer isso.”
- Martin
Luther King Jr.
Todos os dias temos a
oportunidade de
agradecer por mais uma
bênção da manhã, quando
o sol radiante, logo às
primeiras claridades,
ilumina a noite que se
desfaz num novo dia.
Sempre, quando
despertamos, temos duas
opções: ser feliz ou
infeliz, praticar o bem
ou ignorá-lo. Porque o
mal é apenas o
afastamento da bondade e
do amor.
Eu procuro olhar para a
frente e seguir minha
meta, que é minha
melhoria, determinando
para mim mesmo viver com
mais amor e enxergar os
anjos que Deus coloca em
torno de mim, para minha
edificação. Demorou
muito tempo para eu
entender que não posso
modificar o outro,
especialmente meus
familiares. E agora faz
tempo que eu não choro
por eles, eu só
agradeço, porque estar
com eles é um
privilégio.
Agora eu não fico mais
preocupado com os
problemas, minha mente
busca a solução, o
caminho do meio, do meio
correto, honesto e
justo.
Dificuldades todos têm,
e desde que se nasce.
Aprendi, conversando com
os mortos, que é mais
rápida a adaptação na
Vida pós-morte – pois lá
poderemos conversar com
aqueles que se foram
antes de nós, no mesmo
dia – do que renascer na
Terra, onde se demanda
muito tempo e esforço de
aprendizado: um ano para
andar, para entender os
outros e os adultos,
e mais um tempo para
conversar com eles.
Minha esposa diz que não
gostaria de renascer no
Japão ou na China,
porque deve ser muito
difícil escrever aqueles
traços que, para quem
não aprendeu a língua,
são inacessíveis, quanto
mais falar o idioma.
E eu agradeço por ter
nascido no Brasil, mesmo
com o país não estando
entre os mais felizes do
mundo, mas ele é
maravilhoso, seu clima,
sua natureza, seus rios
que parecem não ter
solução... vem a chuva e
renova tudo, fica lindo,
limpinho. E uma semana
depois os homens e as
empresas o emporcalham
novamente. Mas Deus
continua no leme e nos
deu a direção,
o livre-arbítrio. Tudo
se renova e a esperança
nos mostra que podemos
ir além e melhorar e
recuperar.
Lendo o Novo Testamento
vi que Jesus conta a
história de um homem que
caiu na mão de
saqueadores (ou
sequestradores), que
despojaram-no de tudo e
ainda bateram
no “coitado”, que,
ferido, ficou caído ao
“deus-dará”.
Demorou, porque
caminharam por ali dois
homens da lei, um
sacerdote e um levita
(aquele que interpreta
os ensinos moisaicos) e
passaram de largo.
Mas sempre tem uma alma
boa em nosso caminho. Um
bom samaritano que,
mesmo desconhecido,
socorre-nos. E o caído
foi acomodado numa
pensão, e com todas as
suas despesas pagas.
É bom aprender que a
injustiça, em qualquer
lugar, é uma ameaça à
justiça em todo lugar do
mundo. Porém, os
misericordiosos também
são uma fonte de amparo,
proteção e equilíbrio em
qualquer lugar do mundo.
Na medida em que
despertamos para a
espiritualidade, temos
um outro olhar e a
consciência de que
teremos a vista
da montanha que
conseguirmos escalar.
Enquanto estamos na sua
base, só vemos
dificuldades; no topo,
descortinamos um novo
horizonte de
perspectivas.
Lembrei-me de Jesus, um
iluminado; lembro de
outro, Buda, que
ensinava que temos de
controlar nossos
anseios, desejos e
interesses, e ter
sintonia com o bem e com
a paz. Diz o iluminado
nepalês: “Nem teus
piores inimigos podem
fazer tanto dano, como
teus
próprios pensamentos”.
Porque a verdadeira
injustiça não é sofrê-la
e, sim, praticá-la.
Arnaldo
Divo Rodrigues de
Camargo é editor da
Editora EME.