Mães que trabalham...
O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o
corriqueiro da vida. Cora
Coralina
Conciliar filhos e profissão é ainda um desafio para
muitas mulheres.
Quem é mãe costuma dizer que a chegada dos filhos altera
todos os âmbitos da vida – inclusive o profissional. Não
porque a busca por formação deixe de fazer sentido de um
dia para o outro, e sim porque as responsabilidades que
acompanham o nascimento de uma criança quase sempre são
mais pesadas para as mulheres. A ideia de que a
maternidade não afeta a carreira pode ser realidade para
um número reduzido e privilegiado de mulheres. No
Brasil, 50% delas afirmam ter deixado de lado algumas
metas e ambições depois das crianças.
Maternidade e culpa seguem juntas? A volta da
licença-maternidade, por exemplo, afeta o emocional de
muitas mulheres, pois nossa sociedade coloca a mãe em um
lugar central...
Para a mãe que trabalha, então, o que é indispensável?
Uma rede de apoio – creches, escolas.
Em casa, as mães dependem também de ajuda, exigindo do
pai, por exemplo, participação cotidiana no cuidado com
as crianças e na divisão das tarefas domésticas. Mães
que trabalham fora e assumem os filhos sozinhas, na
maioria das vezes, vivem sobrecarregadas, exauridas,
dependendo absolutamente de fortaleza por parte da
sociedade.
De outra parte, mulheres que são mães aprendem, no
exercício da maternidade, a desenvolver diversas
habilidades: paciência, empatia, resolução de problemas.
No mercado de trabalho, essas habilidades são caras e
servem à estruturação de ambientes orientados por
compreensão em vez de julgamento, por exemplo.
Fato que muitas mulheres trabalham hoje para garantir
não apenas satisfação pessoal, mas também segurança
econômica, cabe à sociedade tratar as mães que trabalham
com mais apoio e respeito. Afinal, segundo o ditado
atribuído às comunidades africanas, “é preciso uma
aldeia para educar uma criança”.
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