As pedras do caminho
Filho dileto de
Hugo Gonçalves, o jornal "O Imortal" circula desde
novembro de 2018 exclusivamente na Web
Muito se escreveu sobre este “tal periódico”, humilde
porém gigante e de conteúdo exemplar quando o assunto é
Doutrina Espírita. Por ele passaram diversos
trabalhadores, missionários, voluntários que fizeram
florescer dentro de si sentimentos enraizados no amor e
com muita disciplina para que fizessem d’ O Imortal um
rio caudaloso, emaranhado de conhecimento, respeito e
admiração por ensinamentos que nós, seres terrenos,
insistimos por diversas vezes em não aprender. Portanto,
se acomode melhor em sua cadeira, ajuste a tela de seu
computador, ou então, caso esteja lendo via smartphone ou
tablet, se ajeite melhor no sofá de sua sala ou talvez
até em sua cama, mas continue com a gente e conheça ou
até mesmo relembre, caso seja um velho amigo nosso, a
história do humílimo trabalhador chamado O Imortal.
Tudo começou com Hugo Gonçalves e Luiz Picinin. Foi na
cidade de Cambé, interior do Estado do Paraná, que estes
dois deram vida a mais uma obra. Enquanto se empenhavam
no trabalho do Lar Infantil Marília Barbosa e no Centro
Espírita Allan Kardec, de Cambé - CEAK, havia uma outra
missão por continuar, a divulgação da Doutrina Espírita.
O Imortal circulou
pela primeira vez no dia 25 de dezembro de 1953.
Considerado um órgão de divulgação espírita do CEAK,
após a escolha do nome outros colaboradores foram
aparecendo. Hugo dizia que no início enfrentaram grandes
dificuldades. Foi preciso muita coragem e força de
vontade; afinal, manter um jornal em uma cidade
interiorana, que estava nascendo, e com uma única
máquina impressora e ainda por cima obsoleta, não foi
fácil. Os percalços foram vencidos e o jornal
sobreviveu. Por alguns anos ele permaneceu assim,
circulando com quatro páginas e muita dificuldade. Hugo
sonhava em melhorar o jornal, sua apresentação e até
mesmo aumentar o número de páginas. Vivia pensando
nisso, mas não encontrava meios. Um dia, o telefone
tocou; era Divaldo Franco, direto de Salvador,
dizendo-lhe que Cairbar Schutel lhe pedia paciência e
que seu sonho se realizaria. Em julho de 1980, Hugo
procurou Astolfo Olegário, que mantinha na ocasião
coluna semanal sobre Espiritismo no jornal Folha de
Londrina e pediu-lhe ajuda. Ele lhe disse: Dê-me um
tempo. O tempo passou e foram mais três anos de espera,
até que um dia, no segundo semestre de 1983, quando O
Imortal completaria 30 anos de existência, Astolfo
apareceu trazendo sua resposta e os planos que
resultaram na transformação do jornal, que circulou, com
o clássico formato de tabloide, até outubro de 2018.
Foram assim 65 anos ininterruptos de trabalho duro,
dedicação e horas a fio de estudo, a fim de que a
qualidade doutrinária permanecesse intacta, ou melhor,
em evolução a cada edição, até que em novembro de 2018
os velhos papéis coloridos em forma de tabloide ganharam
mais vida, mais interação, surgimento de novas seções
como o “Espaço Jovem” e a “Poesia e Espiritismo”, ou
seja, uma capacidade ilimitada na forma digital.
Sim, a tecnologia bateu à porta de O Imortal dando
continuidade à sua expansão, tal qual era desejo de Hugo
Gonçalves.
Ainda tímido, o jornal O Imortal deu início à
suas atividades na era on-line em 1º de novembro de
2018, como já citado. Sua nova fase veio acompanhada de
muitos porquês positivos, apesar de ainda encontrarmos
leitores saudosos que relembram os bons tempos do papel
e espalham aos “quatro ventos” o desejo do seu retorno;
entretanto, o jornalismo on-line está inserido no
cotidiano das pessoas, oferecendo uma alternativa para
quem busca informações rápidas e cativando novos e
antigos leitores. A informatização e a globalização
fazem com que o mundo seja realmente uma “aldeia global”
em que a quantidade e a velocidade de transmissão da
informação ocorram de forma incrível, permitindo um
aumento do alcance da informação e a troca de ideias.
No primeiro ano de funcionamento inteiramente digital,
sentimos que o jornal O Imortal é parte de uma
“obra” muito maior, talvez um tamanho inimaginável.
Devido à mudança, em apenas um ano, já conquistou
leitores em 41 países dos 5 continentes e aumentou em 4
vezes o número de seus leitores, comparativamente com o
que ocorria anteriormente, com o formato impresso, um
crescimento significativo para um jornal de uma cidade
interiorana do Paraná. E nessa “onda digital” o jornal
entregou mensagens de amor, promoveu estudos de
qualidade, todos alicerçados nas obras de Allan Kardec e
nos ensinamentos de Jesus, bem como a divulgação de
inúmeros trabalhos assistenciais e reflexões de nossos
queridos articulistas e colunistas.
A mudança de formato, aprovada em reunião de diretoria
do Centro Espírita Allan Kardec e do Jornal O Imortal,
deu-se por inúmeros motivos, desde a questão financeira,
uma maior aproximação com os jovens e, a principal e
mais aguardada necessidade, a de divulgar a Doutrina
Espírita em larga escala, atingindo o máximo de irmãos e
irmãs, de forma gratuita, assim como Jesus pregava aos
pés do Monte. Talvez, um dia, o seu formato impresso
retorne, mas até lá, esperamos que o leitor acompanhe,
sempre que quiser e puder, o trabalho de O Imortal pela
página www.jornaloimortal.com.br
ou
pelas redes sociais @jornaloimortal_oficial (Instagram)
e @jornaloimortal (Facebook).
“Estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus
Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na
palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma
espécie permanente de caridade – a caridade da sua
própria divulgação”. Portanto,
permaneçamos firmes na missão laboriosa da divulgação e
na construção de um mundo cheio de amor, compaixão e
harmonia entre os povos, independentemente de classe,
raça, crença religiosa ou cultura.
Estamos no caminho!
Marcel Bataglia Gonçalves
é editor
do jornal “O Imortal”.