“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos
esforços que emprega para domar suas inclinações más.” 1
Necessidade do estudo:
Além dos incentivos e advertências acima listados, há ênfase quanto à
necessidade do estudo e do aprendizado constantes. Nossa memória é frágil e
sabemos menos do que supomos.
Na obra indicada, Hermínio C. Miranda reiteradamente nos alerta sobre o quanto
devemos estudar, e à página 356, é enfático:
“(...) o
estudo é uma necessidade imperiosa, absoluta.”
Colhemos outras orientações no mesmo sentido:
“Além do dever imediato de moralizar-se (...) o sensitivo deve instruir-se nos
postulados espíritas.” 2
“O exercício da mediunidade (...) exige estudo contínuo.” 2
Contudo, não
é fácil convencer alguns médiuns de reuniões mediúnicas a serem assíduos e
estudarem. É tarefa quase impossível. E creio que isso é fato comum no meio
espírita. Insistir nisso é como malhar em ferro frio!
Não consultam as boas obras, nem tomam conhecimento de estudos, apoiados em
pesquisas, que lhes são oferecidos.
Os erros em que incorrem e as opiniões que emitem, ilustram esse desinteresse.
“Nota-se que o número de obsidiados que se curam hoje, é bem menor que nos
primórdios. A razão disso é porque o Espiritismo em muitos corações tem tido o
efeito de uma reunião social, de um clube em que a pessoa vai participar com
certa unção, mas, saindo dali acabou-se, não mais se interessa, tem a vida
profana normal, é o homem social, comum, e por isso, os Espíritos que nos
observam não acreditam em nossas palavras. (...) nem também levam em
consideração as palavras destituídas do respaldo dos bons atos.” 3
E
este é problema antigo:
“Ninguém estuda, e quando o faz, é aereamente, sem prestar atenção no que
verdadeiramente estuda.” 4 – Ano:
1961.
A
autora cita Léon Denis 5:
“A maioria dos homens diz amar o estudo e objeta que lhe falta tempo para a isso
se dedicar. Entretanto, muitos dentre eles, consagram noites inteiras ao jogo,
às conversações ociosas.
Replica-se também que os livros custam caro e, entretanto, despende-se em
prazeres fúteis e de mau gosto mais dinheiro do que seria necessário para se
compor uma rica coleção de obras.
E, além disso, estudo da Natureza, o mais eficaz, o mais reconfortante de todos,
não custa nada.” (Depois
da morte, quinta parte – Cap. LIII)
E
em outro livro 6:
“A prática do Espiritismo é difícil e espinhosa, requerendo muito estudo e
observação, muita experiência de todos nós.” Ano:
1966
"As
sessões de desobsessão não são fáceis de realizar e necessitamos de muita
experiência, estudo e conhecimento para que elas sejam eficientes.” Ano:
1976
Pedro Camilo, organizador do livro indicado:
“O que faltava, àquela época como na atualidade, são pessoas dispostas a atender
as exigências a que se refere: estudo, abnegação, dedicação, renúncias e
assunção de responsabilidade.”
“(...) o médium que não se sinta com forças para perseverar no ensino espírita,
se abstenha; porque, não fazendo proveitosa a luz que o ilumina, será menos
desculpável do que outro qualquer e terá que expiar a sua cegueira.” 7
Concluindo:
Elevar crescentemente a qualidade do trabalho desenvolvido nas reuniões
mediúnicas – importantíssimas para Entidades sofredoras e rico manancial de
aprendizado para todos nós – é dever de todos.
Embora haja resistência ao estudo, à assiduidade e ao comprometimento com a
nobre tarefa, cabe-nos indicar obras e estudos que favoreçam nossa evolução.
As provações, ao longo dos séculos, nos convencerão a todos, sem exceções, a
levarmos a sério a palavra empenhada!
O
que não fizermos por amor, nas oportunidades que a vida nos oferece,
aprenderemos, a duras penas, nas múltiplas reencarnações!
Urge atendermos aos convites do Espírito da Verdade:
“Espíritas,
amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.”
“(...) Instruí-vos na preciosa Doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos
ensina o objetivo sublime da provação humana.” 8 [Os
negritos são de autoria do articulista]
Referências:
1. KARDEC,
Allan. O Evangelho segundo o
Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1ª. impr. Brasília: FEB,
2013. Cap. 17, item 4, p. 229.
2. PROJETO
MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA. Qualidade na Prática Mediúnica. 12. ed.
Salvador: LEAL, 2000, p. 25 e 45.
3. PROJETO
MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA. Qualidade na Prática Mediúnica. 12. ed.
Salvador: LEAL, 2000, p. 90.
4. FRANCO,
Divaldo e SAID, Cezar Braga. Cartas de Yvonne – A amizade entre Divaldo
Franco e Yvonne do A. Pereira. 1. ed. Salvador: LEAL, 2016, p. 52.
5. FRANCO,
Divaldo e SAID, Cezar Braga. Cartas de Yvonne – A amizade entre Divaldo
Franco e Yvonne do A. Pereira. 1. ed. Salvador: LEAL, 2016, p. 133.
6. FIGUEIREDO
NETO, Pedro Camilo. Yvonne Pereira: entre cartas e recordações. 1. ed.
Salvador: Editora Mente Aberta, 2016, p. 110, 126 e 127.
7. KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. impr.
Brasília: FEB, 2013. Cap. XXXI, item XIII, p.395.
8. KARDEC,
Allan. O Evangelho segundo o
Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1ª. impr. Brasília: FEB,
2013. Cap.
VI, it. 5 e 6 , p. 101/2.