Benfeitores
desencarnados
A
assistência
espiritual
desenvolvida
pelos
Espíritos
benfeitores
tem como
fundamento
a
passagem
do
Evangelho
de
Mateus,
no
capítulo
7,
versículo
11: “Pedi
e vos
será
dado;
buscai e
achareis;
batei e
vos será
aberto;
pois
todo o
que pede
recebe;
o que
busca
acha e
ao que
bate se
lhe
abrirá.
Quem
dentre
vós dará
uma
pedra ao
seu
filho,
se este
lhe
pedir
pão? Ou
lhe dará
uma
cobra,
se lhe
pedir
peixe?
Ora, se
vós que
sois
maus
sabeis
dar boas
dádivas
aos
vossos
filhos,
quanto
mais
vosso
Pai que
está nos
céus
dará
coisas
boas aos
que lhe
pedem!”
Em O
Livro
dos
Espíritos, na
questão
495,
Kardec
faz o
seguinte
comentário:
“A
doutrina
dos
anjos da
guarda,
velando
pelos
protegidos
apesar
da
distância
que
separa
os
mundos,
nada tem
que deva
surpreender,
pelo
contrário,
é grande
e
sublime.
Não
vemos
sobre a
Terra um
pai
velar
pelo
filho,
ainda
que
esteja
distante,
e
ajudá-lo
com seus
conselhos
através
da
correspondência?
Que
haveria
de
admirar
em que
Espíritos
possam
guiar,
de um
modo ao
outro,
os que
tomaram
sob sua
proteção,
pois se,
para
eles, a
distância
que
separa
os
mundos é
menor
que a
que
divide
os
continentes
da
Terra?
Não
dispõem
eles do
fluido
Universal
que liga
a todos
os
mundos e
os torna
solidários,
veículo
imenso
da
transmissão
do
pensamento,
como o
ar é
para nós
o
veículo
da
transmissão
do som?”
Desta
maneira,
poderemos
entender
que, no
mundo
espiritual,
amigos
intercedem
por
nossa
felicidade
a fim de
assegurar-nos
a
estabilidade
que
necessitarmos
para
lutar,
servir,
amar e
vencer,
apesar
do
assédio
dos
desencarnados
que nos
foram
comparsas
em
dramas
do
passado.
A ação
protetora
dos
Espíritos
benfeitores
ocorre
sempre
com o
intuito
de
ajudar o
seu
tutelado
a
encontrar
o
caminho
do bem,
sem
jamais
tolher o
seu
livre-arbítrio,
pois o
Espírito
precisa
de
experiência
para seu
adiantamento.
Entretanto,
perguntamo-nos,
muitas
vezes,
pela
presença
dos
benfeitores
Espirituais
quando
tudo
indica
que
forças
contrárias
às
nossas
noções
de
segurança
e
conforto
comparecem
nos
caminhos
terrestres,
como
desastres,
provações
e
enfermidades.
Onde
estão os
amigos
desencarnados
que nos
protegem?
Se, no
entanto,
aspiramos
a
conhecer
a
atitude
moral
dos
Espíritos
benfeitores,
diante
de
tantos
padecimentos,
consultemos
os
corações
que amam
verdadeiramente
na
Terra,
auscultando
as
esposas
e mães
abnegadas
que
choram
com o
suplício
do
cárcere
dos
filhos e
companheiros
queridos.
Todos
eles
trocam
frases
de
carinho,
orando e
trabalhando
para que
retornem
ao lar.
Assim
esclarecem
os
Espíritos
em O
Livro dos Espíritos,
na
questão
503: “O
Espírito
protetor
que vê o
seu
protegido
seguir
um mau
caminho,
apesar
dos seus
avisos,
sofre
com os
seus
erros e
os
lamenta,
mas essa
aflição
nada tem
das
angústias
da
paternidade
terrena,
porque
ele sabe
que há
remédio
para o
mal, e o
que hoje
não se
fez,
amanhã
se
fará".
Deste
modo,
quando
vemos
alguém
submetido
aos mais
duros
entraves,
não
suponhamos
que esse
alguém
permaneça
esquecido
por
parte
dos
benfeitores
Espirituais.
O amor
brilha e
paira
sobre
todas as
dificuldades,
à
maneira
do sol
que
paira e
brilha
sobre as
nuvens.
Isso
porque,
onde
existem
almas
sinceras
à
procura
do bem,
o
sofrimento
é sempre
o
remédio
justo da
vida
para
que,
junto
delas,
não
suceda o
pior.
Quando
esses
amigos
do Alto
nos
encontram
abatidos
e
lacerados,
jamais
nos
aconselham
qualquer
desforço
ou
lamentação,
e, sim,
nos
ajudam a
esquecer
a
crueldade
e a
violência
com
força
bastante
para não
cairmos
na
posição
de quem
nos
insulta
ou
injuria;
e, se
nos
surpreendem
caluniados
ou
perseguidos,
não nos
inclinam
à
revolta
ou ao
desânimo,
mas
recompõem
as
nossas
energias
desconjuntadas,
sustentando-nos
na
humildade
e no
serviço
com que
possamos
reajustar
o
pensamento
de quem
nos
apedreja
ou
difama.
Os
Benfeitores
são
rosas no
espinheiral
de
nossas
imperfeições,
perfumando-nos
a
agressividade
com o
bálsamo
da
indulgência;
são
também
estrelas
que
brilham
na noite
de
nossas
faltas,
acenando-nos
com a
confiança
no
esplendor
da
alvorada
nova,
para que
não
chafurdemos
o
coração
no lodo
espesso
do
crime.
E,
sobretudo,
diante
de toda
ofensa,
levantam-nos
a fronte
para o
justo
dos
justos
que
expirou
no
madeiro,
por
resistir
ao mal
em
suprema
renúncia,
entre a
glória
do amor
e a
bênção
do
perdão.
Oração,
trabalho,
fé,
estudo,
confiança
e amor
fraterno
são os
pilares
para a
sustentação
de
energias
que nos
induzem
à
renovação
e nos
garantem
a
presença
e o
êxito
dos
benfeitores
na
intercessão.
A
balança
é o
próprio
homem,
legítimo
construtor
do seu
progresso,
da sua
felicidade
e da sua
iluminação.
O amor
que
serve,
passa,
ajuda,
constrói,
compreende
e perdoa
é o
grande e
infalível
recurso
de que
dispomos
em
nossas
redentoras
lutas.
Eis que,
brilhando
por luz
de Deus,
ainda
mesmo
nas
regiões
em que a
escuridão
aparentemente
domina,
o amor
regenera
e
aprimora
sempre.
Assim,
compreendemos
que os
Espíritos
benfazejos
procuram
sempre
inspirar-nos
para o
bem,
enquanto
que,
Espíritos
menos
esclarecidos,
buscam
induzir-nos
ao mal.
Os
primeiros
cumprem
a missão
renovadora
junto à
humanidade,
instilando
na nossa
alma,
por
gotas
luminosas,
princípios
que
engrandecem
e
elevam.
São os
missionários
do amor.
Os
segundos
influenciam
em
sentido
contrário,
na
indução
para o
mal, não
cumprindo
a
missão.
No
entanto
sabemos
que, a
nenhum
Espírito,
é dada a
missão
de
praticar
o mal.
Desta
forma,
será
sempre
fácil
discernir
a
presença
dos
mensageiros
divinos
ao nosso
lado a
nos
induzir
pela
rota do
bem.
Ainda
mesmo
que
tragam
consigo
o fulgor
da vida
celeste,
sabem
acomodar-se
no nosso
singelo
degrau
nas
lides da
evolução,
ensinando-nos
o
caminho
da
esfera
Superior.
E mesmo
que se
elevem a
culminâncias
sublimes
na
ciência
do
Universo,
ocultam
a
própria
grandeza
para nos
guiar,
no justo
aproveitamento
das
possibilidades
em
nossas
mãos.
Sem
ferir-nos
de leve,
fazem
luz em
nossas
almas, a
fim de
que
vejamos
as
chagas
de
nossas
deficiências,
de modo
a que
venhamos
saná-las
na luta
do
próprio
esforço.
Nunca se
prevalecem
da
verdade
para
esmagar-nos
em nossa
condição
de
Espíritos
devedores,
usando-a
simplesmente
como
remédio
dosado
para
enfermos,
para que
nos
ergamos
ao nível
da
redenção.
Nem se
valem da
virtude
que
adquiriram
para
condenar
as
nossas
fraquezas,
empregando-as
tão só
na
paciência
incomensurável
em nosso
favor.
Como nos
esclarece
o
benfeitor
espiritual,
Emmanuel,
no livro O
Consolador, na
questão
226:
“Os
guias
Espirituais
têm uma
parte
ativa na
nossa
iluminação
pessoal.
Essa
colaboração
apenas
se
verifica
como no
caso dos
irmãos
mais
velhos,
ou dos
amigos
mais
idosos
nas
experiências
do
mundo.
Os
mentores
do Além
poderão
apontar-nos
os
resultados
dos
nossos
próprios
esforços
na
Terra,
ou,
então,
aclarar
os
ensinos
que já
recebemos
por meio
de
misericórdia
do
Cristo e
da
benevolência
dos seus
enviados,
mas, em
hipótese
alguma,
poderão
afastar
a alma
encarnada
do
trabalho
que lhe
compete
na curta
permanência
das
lições
do
mundo.
Os
amigos
espirituais
não se
encontram
em
estado
beatífico.
Suas
atividades
e
deveres
são
maiores
que os
nossos.
E cada
Espírito
deve
buscar
em si
mesmo a
luz
necessária
à visão
acertada
do
caminho.
Trabalhar
sempre.
Essa é a
Lei para
vós
outros e
para nós
que já
nos
afastamos
do
âmbito
limitado
do
círculo
carnal,
esforçando-nos
constantemente.
A
palavra
do guia
é
agradável
e amiga,
mas o
trabalho
de
iluminação
pertence
a cada
um. Na
solução
dos
nossos
problemas,
nunca
esperemos
pelos
outros,
porque,
de
pensamento
voltado
para a
fonte da
sabedoria
e
misericórdia,
que é
Deus,
não nos
faltará,
em tempo
algum, a
divina
inspiração
de Sua
bondade
infinita”.
Portanto,
confiemos
nos
Benfeitores
e nas
bênçãos
que nos
enriquecem
os dias,
sem,
contudo,
nos
esquecermos
das
nossas
obrigações
no
aproveitamento
do
amparo
que nos
ofertam.
Instrutores
da alma
que nos
orientam
a viagem
da
elevação,
por
muito
que nos
protejam,
não nos
suprimem
o suor
da
subida
moral.
Encontramo-nos
à frente
do amor
de que
todos
somos
necessitados,
assim
como o
vegetal
diante
da
natureza.
A planta
não se
cria sem
o ar,
não
expande
sem o
sol, não
dispensa
o
auxílio
da terra
e não
prospera
sem
água,
mas deve
produzir
por si
mesma.
Assim
também é
no reino
do
Espírito.
Parece-nos
claro,
portanto,
que se
Jesus
não
parou em
contemplação
inoperante,
transitando
no
serviço
ao
próximo
da
manjedoura
até a
cruz,
ninguém
aguarde
a
visitação
dos
mensageiros
divinos
paralisando
as mãos
na
esperança
sem
trabalho
e na fé
sem
obras. A
palavra
do
Enviado
celeste,
entretanto,
é clara
e
incisiva: “Aquele
que me
segue
não
andará
em
trevas,
mas terá
a luz da
vida” (João,
8: 12).
Ouçamos
e
sigamos
os bons
Espíritos,
deixando
para
sempre
as
sombras
da
retaguarda
e
avancemos
para
Deus sob
a glória
da luz.
Bibliografia:
XAVIER,
Francisco
Cândido
– Religião
dos
Espíritos –
ditado
pelo
Espírito
Emmanuel
– 22ª
edição –
Editora
FEB –
Brasília
– DF –
lição 35
– 2013.
XAVIER,
Francisco
Cândido
– Livro
da
Esperança –
ditado
pelo
Espírito
Emmanuel
– 10ª
edição –
Editora
Comunhão
Espírita
Cristã –
Uberaba
– MG –
lição 9
– 1988.
XAVIER,
Francisco
Cândido
– Seara
dos
Médiuns –
ditado
pelo
Espírito
Emmanuel
– 20ª
edição –
Editora
FEB –
Brasília
– DF –
lição 90
– 2015. |