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Estamos sempre nos rastros de Jesus, nosso guia e modelo |
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Dita por nosso entrevistado, Ranieri Lima Dias (foto), a
frase acima nos ajuda a compreender o trabalho realizado
pela organização
humanitária Fraternidade Sem Fronteiras - FSF, tema
desta entrevista. Natural
de São José do Rio Preto e atualmente residente em
Campinas, ambas cidades do interior paulista, Ranieri é
espírita desde o início da década de 1990. Graduado em
Engenharia Civil e empresário do ramo de prestação de
serviços (terceirização de mão de obra), vincula-se à
Sociedade Beneficente Bezerra de Menezes e Centro de
Estudos Nosso Lar, ambas da cidade onde reside, atuando
como voluntário nas diversas ações de ambas as
instituições. Integrante da equipe da Fraternidade Sem
Fronteiras - FSF, ele nos fala sobre a origem e a
proposta da organização.
Como e quando surgiu a Fraternidade sem Fronteiras?
A organização humanitária Fraternidade Sem Fronteiras
surgiu do chamado do coração e pessoal do Wagner Moura
Gomes, atual presidente e fundador. Na data de
15/11/2009 caracterizou-se pela abertura do primeiro
Centro de Acolhimento em Moçambique, na África, após
vários anos de trabalho voluntário na cidade de Campo
Grande, MS com moradores de rua. Nesta data Wagner é
tocado a amparar os irmãos ainda mais necessitados do
ponto de vista global e inicia com o amparo a crianças
órfãs e vulneráveis, naquele país, depois o trabalho
cresce e se estende a todas as faixas de idade.
Em quantos países hoje ela atua? E como?
Atualmente a Fraternidade Sem Fronteiras opera em seis
países; quatro deles estão no continente africano. São
eles: Moçambique, Senegal, Ilha de Madagascar e Malaui.
Mas também atua no Haiti e no Brasil. Em todos esses
locais a FSF inicia os atendimentos contribuindo para
que as pessoas tenham acesso mínimo a alimentação diária
e acesso a água. Na sequência o foco dos trabalhos se dá
no empoderamento da dignidade humana, através de
orientações básicas e até profissionalizante para que
estas populações se tornem independentes do apoio
assistencialista humanitário. Exceto no Brasil onde na
maioria dos projetos a necessidade de água e ou
alimentos já não é o principal, ou seja, a FSF tem
entrado no apoio de iniciativas a pessoas excluídas ou
em situação de vulnerabilidade social, e alavancando
Projetos Sociais que temporariamente estão com
necessidade de apoio estrutural e ou financeiro.
Qual o principal foco?
O principal foco é o combate ao egoísmo, através da
prática da fraternidade universal.
Em sua visão qual a maior dificuldade desses povos?
Na minha visão a maior dificuldade está no "nosso povo",
ou melhor, na população mundial, com a falta de
fraternidade universal. Esses povos são a fonte de
informações a retornarmos à nossa essência. Imagino que
em breve teremos com clareza a compreensão disso.
Quais são os projetos atualmente apoiados pela FSF em
solo brasileiro?
São seis projetos, a saber:
I - IPESQ de Campina Grande (Instituto de Pesquisas
relacionados as crianças vítimas da microcefalia em
função do vírus da Zica congênita). O apoio se dá na
manutenção do Instituto e no tratamento fisioterápico
intensivo das vítimas, crianças recém-nascidas e até
três anos que não tenham tratamento na rede pública
adequado à especialidade da doença.
II - ONG Jardim das Borboletas - Entidade que cuida de
crianças portadoras da epidermólise bolhosa, doença rara
em que pacientes também não têm atendimento na rede
pública adequado, em função da complexidade do
tratamento e também devido a estes pacientes residirem
em locais extremamente de difícil acesso, uma
particularidade bem específica destes irmãos. Na maioria
dos casos elas se encontram no sertão nordestino.
III – Brasil: um coração que acolhe - Acolhimento de
refugiados venezuelanos em Centro de Acolhimento, que
migram através de Boa Vista, RR.Também atuamos na
interiorização desses migrantes pelo Brasil todo, após
busca de acolhedores que não só recebam estes irmãos,
mas que se responsabilizam por integrar essas famílias
neste recomeço da vida após deslocamento compulsório da
sua terra natal.
IV - Fraternidade na rua - Projeto que resgata pessoas
em condição de abandono e vivência nas ruas de Campo
Grande-MS. Estas pessoas são levadas a uma propriedade,
comunidade que a FSF mantém naquela cidade, onde estas
pessoas são reinseridas após tratamento das causas que
contribuem para que elas não saiam das ruas.
V - Clínica da Alma - Clínica de recuperação de pessoas
com doenças relacionadas à drogadição. Neste local o
tratamento é por tempo indeterminado, sem custos, sem
utilização de medicamentos químicos. Todo trabalho é
coordenado pelo pastor evangélico Milton, que através da
pedagogia do AMOR e da Laborterapia tem atingido
elevados índices de recuperação.
VI - ONG Retratos de Esperança - ONG que retrata a
situação de extrema pobreza no sertão baiano e
pernambucano e demais regiões ainda com IDH baixo.
Quais as principais experiências colhidas nesse esforço
que hoje congrega tanta gente?
Realmente são inúmeras as experiências, mas talvez uma
das principais é poder ver as gerações de crianças
saindo da desnutrição infantil generalizada e agora já
trilhando uma vida de possibilidades, como os primeiros
jovens universitários que já dão prova de que é possível
transformar pessoas e países com muito pouco.
Como é o processo de sensibilização para conquista de
apoio e colaboradores voluntários?
Estamos sempre nos rastros de Jesus, nosso guia e
modelo. Com sinceridade, tentando pelo exemplo,
propósito e renúncias, vamos atingindo de um em um. Tem
sido trabalhoso, mas revigorante e algo que nos nutre.
Fale-nos sobre as campanhas para apadrinhamentos e
levantamento de receitas. Como estão?
Nossa principal campanha tem como objetivo DIVULGAR e
CONECTAR CORAÇÕES. Os apadrinhamentos e demais receitas
são sim a principal fonte de manutenção e ampliação dos
projetos, mas o cerne é a sensibilização de cada pessoa.
Como devem proceder as pessoas que queiram colaborar?
Através do site temos inúmeras maneiras de colaborar. As
mais comuns são as de divulgação através de mídias
sociais, boca a boca, apadrinhamento, caravanas
fraternas, campanhas e eventos com fins de arrecadação
de recursos. O site é www.fraternidadesemfronteiras.org.br
De suas lembranças, o que é mais marcante?
Com certeza, verificar o grande número de pessoas que
têm mudado o ritmo de sua vida, num foco de buscar o
auxílio ao próximo em primeiro lugar.
Algo que gostaria de acrescentar?
Sim, nosso movimento espírita necessita urgentemente
possibilitar aos adeptos condições de experimentar ações
concretas de AMOR, obedecendo àquilo que o Consolador
nos ensinou como preponderante: Amai-vos e instruí-vos!
Suas palavras finais.
Apenas gratidão por ter tido e recebido nos últimos anos
a possibilidade da companhia de tantos corações bondosos
e ansiosos pela melhoria coletiva. Somos um povo que
sabe, sim, para onde devemos rumar, mas este mesmo povo
necessita de líderes que saibam como conduzir ou
facilitar para que essas pessoas se encontrem de
verdade.