Os doentes eram tantos em Pedro Leopoldo, noite a noite,
que o Espírito de Neio Lúcio, compadecendo-se dos
sofredores, endereçou-lhes a mensagem abaixo por meio de
Chico Xavier:
Palavras aos Enfermos
Toda enfermidade do corpo é processo educativo para a alma.
Receber, porém, a visitação benéfica entre manifestações de
revolta é o mesmo que recusar as vantagens da lição, rasgando o
livro que no-la transmite.
A dor física, pacientemente suportada, é golpe de buril divino,
realizando o aperfeiçoamento espiritual. Tenho encontrado
companheiros a irradiarem sublime luz do peito, como se
guardassem lâmpadas acesas dentro do tórax. Em maior parte, são
irmãos que aceitaram, com serenidade, as dores longas que a
Providência lhes endereçou, a benefício deles mesmos.
Em compensação, tenho sido defrontado por grande número de
ex-tuberculosos e ex-leprosos, em lamentável posição de
desequilíbrio, afundados muitos deles em charcos de treva,
porque a moléstia lhes constituiu tão somente motivo à
insubmissão.
O doente desesperado é sempre digno de piedade, porque não
existe sofrimento sem finalidade de purificação e elevação. A
enfermidade ligeira é aviso. A queda violenta das forças é
advertência. A doença prolongada é sempre renovação de caminho
para o bem. A moléstia incurável no corpo é reajustamento da
alma eterna.
Todos os padecimentos da carne se convertem, com o tempo, em
claridade interior, quando o enfermo sabe manter a paciência,
aceitando o trabalho regenerativo por bênção da Infinita
Bondade.
Quem sustenta a calma e a fé, nos dias de aflição, encontrará a
paz com brevidade e segurança, porque a dor, em todas as
ocasiões, é a serva bendita de Deus, que nos procura, em nome
dele a fim de levar a efeito, dentro de nós, o serviço da
perfeição que ainda não sabemos realizar. (Neio Lúcio)
Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.
|