Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

O autor do Parnaso de Além-Túmulo, mulato, malvestido, com expressão atordoada, virou atração. Intelectuais mineiros se reuniam em torno dele e comentavam, diante de seus olhos arregalados, os estudos de Crookes e Richet sobre a mediunidade, os pastiches de Paul Reboux, os poemas de Baudelaire, Musset, Bilac, Augusto dos Anjos.

Importante lembrar que Chico contava na época 22 anos de idade.

O matuto acompanhava tudo em silêncio. Uma vez ou outra, respondia com monossílabos a perguntas sobre os poemas ditados do outro mundo. Tinha medo de cometer disparates. No meio da noite, sozinho no quarto, respirava aliviado diante das visões do guia e da mãe. As aparições repetiam conselhos sobre a prudência e o respeito aos outros e Emmanuel ainda aproveitava para tirar dúvidas literárias do protegido. Explicava, por exemplo, que Paul Reboux era mestre em imitar o estilo de outros poetas. Enquanto esperava o serviço prometido, Chico acompanhava, à distância, entre as árvores da chácara, a construção de um sanatório em terreno vizinho.

 

Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.




 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita