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Divaldo Franco: “Quem ama não adoece; pode ter doenças,
mas não é doente”
Divaldo Franco, o semeador cristão dedicado, no mês de
fevereiro, após profícuo trabalho em São Paulo,
coordenando o Encontro Amélia Rodrigues nos dias 7, 8 e
9, deslocou-se até a Bolívia, onde apresentou a Doutrina
Espírita no período de 10 a 14, viajando em seguida
diretamente para Cascavel (PR), onde conduziu no dia 16
de fevereiro, com seu dinamismo característico, o workshop
“... E o amor continua”, no Tuiuti Esporte Clube,
com a participação de mais de mil inscritos, dentre os
quais várias lideranças espíritas de várias regiões do
estado do Paraná.
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Cidadão honorário de Cascavel, Divaldo Franco tem
dedicado os seus esforços em divulgar o Espiritismo
nessa encantadora cidade desde o dia 23 de julho de
1958.
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Ambientando o assunto, ele destacou inicialmente o ponto
de vista sobre alguns fatos, como o mal e o bem; a
sombra e a luz; o frio e o calor, frisando que os
primeiros são somente a ausência dos segundos. Assim, o
mal não existe; é tão somente a ausência de Deus.
Apresentando as conclusões de Albert Einstein em
uma carta à sua filha Lieserl, em que o notável
cientista afirma que além das quatro forças que regem o
Universo – gravidade, eletromagnetismo, força nuclear
forte e força nuclear fraca – há uma força extremamente
poderosa para a qual a ciência até agora não encontrou
uma explicação formal. É uma força que inclui e governa
todas as outras, existindo por trás de qualquer fenômeno
que opere no universo e que ainda não foi identificada
por nós. Essa força é o AMOR. Nas palavras de Einstein,
o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o
amor é a quintessência da vida.
Outro luminar que destacou o amor foi Mahatma Gandhi, ao
vivê-lo e afirmar: Se um único homem alcançar a mais
elevada qualidade de amor, isso será suficiente para
neutralizar o ódio de milhões. Outros Espíritos de
escol ensinaram sobre o amor, porém não como Jesus o fez
magistralmente, colocando-o não somente como um
sentimento, mas como Lei Divina.
O ser humano é uma energia pensante que, quando se
afasta do amor, adoece. “Quem ama não adoece; pode ter
doenças, mas não é doente.” Por exemplo, as vibrações
negativas, como a raiva, o ódio, a vingança, comprometem
a saúde física. Na história da Antiguidade Clássica, há
as figuras mitológicas dos deuses Eros e Cupido, os
quais, de alguma forma, seguem idolatrados por grande
parte da sociedade contemporânea. Isso fica evidente
quando o amor sexual ainda tem primazia na vida da
maioria das criaturas humanas, muitas vezes em
detrimento do amor espiritual.
A filosofia também contribuiu para um entendimento mais
apurado sobre o amor, destacando que o amor é Deus e
Deus é amor. Na ânsia de bem-estar, o homem tem-se
perdido nos meandros do amor em seus aspectos trágicos
da libido, do poder, da posse e do ódio. Nesse sentido,
o psicólogo e teólogo americano Rollo May afiança
que os atuais destroços da aludida sociedade culta são
resultado do sexismo, do egoísmo e do consumismo. Tudo
para satisfazer as necessidades orgânicas, provocando o
vazio existencial.
Dando ênfase à perenidade do amor, Divaldo destacou que
o amor continua após a morte do corpo físico,
permanecendo exuberante no além-túmulo, como atestam
várias comunicações mediúnicas. “O amor é a alma da
vida.” O amor é uma força poderosíssima que sobrevive a
qualquer força contrária, como comprova a história
verídica conhecida como a menina da maçã,
episódio ocorrido na II Guerra Mundial e concluído
depois dela. Onde o amor existe não há obstáculos
invencíveis, pois que o vazio existencial é totalmente
preenchido pelo nobre sentimento.
O amor dá vida, dá alegria de viver. Viktor Frankl, médico
psiquiatra austríaco, foi o fundador da escola da
Logoterapia que explora o sentido existencial do
indivíduo e a dimensão espiritual da existência. É uma
doutrina que visa dar um sentido para a vida, um
significado. A Dra. Elisabeth Lukas, psicóloga
clínica e psicoterapeuta, austríaca, considera o Dr. Viktor
Frankl como seu “pai espiritual”, destacando que ele
desenvolveu sua própria antropologia, cuja tese central
consistia em que o homem possui uma dimensão espiritual
ou noética (da palavra grega nous, ‘espírito’). As
pesquisas do famoso psiquiatra que, no campo de
concentração de Auschwitz, na Polônia, foi
registrado e conhecido como prisioneiro 119.104,
passaram a ter como foco central “tornar fecunda essa
dimensão espiritual do homem, com o fim de aliviar e
superar as perturbações da alma”. Elisabeth Lukas recomenda
que a criatura humana deve dedicar algum tempo à
transcendência, isto é, orar, meditar, pensar em Deus,
descobri-lo no outro, na Natureza, nos eventos de vida,
sentir-se um ser espiritual.
O amor faz parte da vida do homem desde os seus
primórdios, inicialmente através de seus três instintos
básicos – comer, dormir e procriar. Em sua evolução, o
homem desenvolveu a sua primeira emoção – o medo. Após
milhões de anos, a segunda emoção passou a fazer parte
dessa criatura evolucionista – a ira. A terceira emoção
a aflorar no homem, há cerca de um milhão de anos, foi o
amor. Assim é que o Evangelho de Jesus recomenda amar e
servir, fazer a caridade. O amor, esse sentimento
sublime, ensinado e vivenciado de maneira incomparável
por Jesus, é a solução para todos os males, conflitos e
crises da Humanidade. Todos devemos eleger o amor,
incluindo, também, a proposta do autoamor, como a meta
essencial para uma existência plenificada. É esse ideal
redentor que irá conduzir as criaturas humanas aos
estados interiores de alegria, segurança e paz. É o amor
que sustenta o homem, assim como sustenta o Universo,
pois que Deus é AMOR.
Nas várias histórias narradas por Divaldo Franco, ficou
patente o excelente resultado produzido pelo amor. Mesmo
uma simples prece, pejada de amor, possui poderes
descomunais, com resultados surpreendentes. Cada
indivíduo deve encontrar o seu deus interno, o amor a si
mesmo, valorizando-se moralmente, diminuindo as suas más
inclinações. O amor é o sentimento que leva o homem à
transcendência. Todos nascem para serem felizes, para
amar, para servir, para fazer o bem.
Joanna de Ângelis ensina os seguintes passos ou padrões
que todos devem adotar para obter a iluminação interior
e que estão assim resumidos:
1. A vida é indestrutível e nascemos para amar a vida.
2. Nascemos para poder superar-nos a nós mesmos.
3. O mal que me fazem não é o que me faz mal. O mal que
me torna uma pessoa má é o mal que eu faço aos outros.
4. Seja você quem tem a honra de servir. Nós nascemos
para servir no local mais provável de se encontrar a
felicidade de se amar.
5. Perdoe ao próximo como deve perdoar-se a si mesmo.
Somos falíveis e, portanto, sujeitos a tropeços e erros.
Ao constatar que errou, não permaneça no equívoco.
Levante-se e recomece a caminhada sem recriminações e
autodepreciações, ou responsabilizando os outros. Assuma
a responsabilidade.
Finalizando o workshop, algumas perguntas foram
respondidas. A primeira, por Juan Danilo Rodríguez, que
enfatizou que as injustiças são somente aparentes, não
são punições, mas desafios para o desenvolvimento da
humanidade. Juan projeta que esses aspectos se darão com
maior evidência e em quantidades maiores, dadas as
necessidades evolutivas do homem atual.
Divaldo, respondendo sobre a problemática dos suicídios,
disse que as cartas do além-túmulo, enviadas por
suicidas, possuem caráter coletivo e, de forma geral,
atendem às necessidades particulares, pois que
geralmente essas são comuns. Asseverou que não é fácil
estabelecer contato com os suicidas, pois que
interromperam a vida, e por isso encontram-se
emocionalmente em desequilíbrio, tanto quanto, também,
defraudaram a Lei.
Em outra resposta disse que o processo evolutivo do
planeta se processa como uma escola. Quem estuda, segue
avante. Os que adiam o esforço em aprender, retardam-se
na marcha, devendo ser transferidos para planetas menos
evoluídos, retomando os estudos evolutivos através dos
inúmeros exercícios práticos – as reencarnações.
As mensagens anticristãs que permeiam o seio da
humanidade terrestre retratam o momento de perturbação,
de desequilíbrio em que vive o homem, pois que valoriza
a falta de ética, a vulgaridade e a permissividade. É
necessário valorizar a vida, preencher o vazio
existencial, amar, servir, tornar-se um homem de bem,
perceber-se um ser espiritual. A Doutrina Espírita é uma
ciência que prova a imortalidade da alma, é ética, e de
amor.
Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues,
Divaldo Franco se despediu do público, sendo
intensamente aplaudido de pé.
Nota do Autor:
As fotos desta reportagem são de autoria
de Jorge Moehlecke.