Brasil
por Paulo Salerno

Ano 13 - N° 659 - 1º de Março de 2020

 

Divaldo Franco: “Quem ama não adoece; pode ter doenças, mas não é doente”


Divaldo Franco, o semeador cristão dedicado, no mês de fevereiro, após profícuo trabalho em São Paulo, coordenando o Encontro Amélia Rodrigues nos dias 7, 8 e 9, deslocou-se até a Bolívia, onde apresentou a Doutrina Espírita no período de 10 a 14, viajando em seguida diretamente para Cascavel (PR), onde conduziu no dia 16 de fevereiro, com seu dinamismo característico, o workshop “... E o amor continua”, no Tuiuti Esporte Clube, com a participação de mais de mil inscritos, dentre os quais várias lideranças espíritas de várias regiões do estado do Paraná.

Cidadão honorário de Cascavel, Divaldo Franco tem dedicado os seus esforços em divulgar o Espiritismo nessa encantadora cidade desde o dia 23 de julho de 1958.

Ambientando o assunto, ele destacou inicialmente o ponto de vista sobre alguns fatos, como o mal e o bem; a sombra e a luz; o frio e o calor, frisando que os primeiros são somente a ausência dos segundos. Assim, o mal não existe; é tão somente a ausência de Deus.

Apresentando as conclusões de Albert Einstein em uma carta à sua filha Lieserl, em que o notável cientista afirma que além das quatro forças que regem o Universo – gravidade, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca – há uma força extremamente poderosa para a qual a ciência até agora não encontrou uma explicação formal. É uma força que inclui e governa todas as outras, existindo por trás de qualquer fenômeno que opere no universo e que ainda não foi identificada por nós. Essa força é o AMOR. Nas palavras de Einstein, o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o amor é a quintessência da vida.

Outro luminar que destacou o amor foi Mahatma Gandhi, ao vivê-lo e afirmar: Se um único homem alcançar a mais elevada qualidade de amor, isso será suficiente para neutralizar o ódio de milhões. Outros Espíritos de escol ensinaram sobre o amor, porém não como Jesus o fez magistralmente, colocando-o não somente como um sentimento, mas como Lei Divina.

O ser humano é uma energia pensante que, quando se afasta do amor, adoece. “Quem ama não adoece; pode ter doenças, mas não é doente.” Por exemplo, as vibrações negativas, como a raiva, o ódio, a vingança, comprometem a saúde física. Na história da Antiguidade Clássica, há as figuras mitológicas dos deuses Eros e Cupido, os quais, de alguma forma, seguem idolatrados por grande parte da sociedade contemporânea. Isso fica evidente quando o amor sexual ainda tem primazia na vida da maioria das criaturas humanas, muitas vezes em detrimento do amor espiritual.

A filosofia também contribuiu para um entendimento mais apurado sobre o amor, destacando que o amor é Deus e Deus é amor. Na ânsia de bem-estar, o homem tem-se perdido nos meandros do amor em seus aspectos trágicos da libido, do poder, da posse e do ódio. Nesse sentido, o psicólogo e teólogo americano Rollo May afiança que os atuais destroços da aludida sociedade culta são resultado do sexismo, do egoísmo e do consumismo. Tudo para satisfazer as necessidades orgânicas, provocando o vazio existencial.

Dando ênfase à perenidade do amor, Divaldo destacou que o amor continua após a morte do corpo físico, permanecendo exuberante no além-túmulo, como atestam várias comunicações mediúnicas. “O amor é a alma da vida.” O amor é uma força poderosíssima que sobrevive a qualquer força contrária, como comprova a história verídica conhecida como a menina da maçã, episódio ocorrido na II Guerra Mundial e concluído depois dela. Onde o amor existe não há obstáculos invencíveis, pois que o vazio existencial é totalmente preenchido pelo nobre sentimento.

O amor dá vida, dá alegria de viver. Viktor Frankl, médico psiquiatra austríaco, foi o fundador da escola da Logoterapia que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. É uma doutrina que visa dar um sentido para a vida, um significado. A Dra. Elisabeth Lukas, psicóloga clínica e psicoterapeuta, austríaca, considera o Dr. Viktor Frankl como seu “pai espiritual”, destacando que ele desenvolveu sua própria antropologia, cuja tese central consistia em que o homem possui uma dimensão espiritual ou noética (da palavra grega nous, ‘espírito’). As pesquisas do famoso psiquiatra que, no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, foi registrado e conhecido como prisioneiro 119.104, passaram a ter como foco central “tornar fecunda essa dimensão espiritual do homem, com o fim de aliviar e superar as perturbações da alma”. Elisabeth Lukas recomenda que a criatura humana deve dedicar algum tempo à transcendência, isto é, orar, meditar, pensar em Deus, descobri-lo no outro, na Natureza, nos eventos de vida, sentir-se um ser espiritual.

O amor faz parte da vida do homem desde os seus primórdios, inicialmente através de seus três instintos básicos – comer, dormir e procriar. Em sua evolução, o homem desenvolveu a sua primeira emoção – o medo. Após milhões de anos, a segunda emoção passou a fazer parte dessa criatura evolucionista – a ira. A terceira emoção a aflorar no homem, há cerca de um milhão de anos, foi o amor. Assim é que o Evangelho de Jesus recomenda amar e servir, fazer a caridade. O amor, esse sentimento sublime, ensinado e vivenciado de maneira incomparável por Jesus, é a solução para todos os males, conflitos e crises da Humanidade. Todos devemos eleger o amor, incluindo, também, a proposta do autoamor, como a meta essencial para uma existência plenificada. É esse ideal redentor que irá conduzir as criaturas humanas aos estados interiores de alegria, segurança e paz. É o amor que sustenta o homem, assim como sustenta o Universo, pois que Deus é AMOR.

Nas várias histórias narradas por Divaldo Franco, ficou patente o excelente resultado produzido pelo amor. Mesmo uma simples prece, pejada de amor, possui poderes descomunais, com resultados surpreendentes. Cada indivíduo deve encontrar o seu deus interno, o amor a si mesmo, valorizando-se moralmente, diminuindo as suas más inclinações. O amor é o sentimento que leva o homem à transcendência. Todos nascem para serem felizes, para amar, para servir, para fazer o bem.

Joanna de Ângelis ensina os seguintes passos ou padrões que todos devem adotar para obter a iluminação interior e que estão assim resumidos:

1. A vida é indestrutível e nascemos para amar a vida.

2. Nascemos para poder superar-nos a nós mesmos.

3. O mal que me fazem não é o que me faz mal. O mal que me torna uma pessoa má é o mal que eu faço aos outros.

4. Seja você quem tem a honra de servir. Nós nascemos para servir no local mais provável de se encontrar a felicidade de se amar.

5. Perdoe ao próximo como deve perdoar-se a si mesmo. Somos falíveis e, portanto, sujeitos a tropeços e erros. Ao constatar que errou, não permaneça no equívoco. Levante-se e recomece a caminhada sem recriminações e autodepreciações, ou responsabilizando os outros. Assuma a responsabilidade.

Finalizando o workshop, algumas perguntas foram respondidas. A primeira, por Juan Danilo Rodríguez, que enfatizou que as injustiças são somente aparentes, não são punições, mas desafios para o desenvolvimento da humanidade. Juan projeta que esses aspectos se darão com maior evidência e em quantidades maiores, dadas as necessidades evolutivas do homem atual.

Divaldo, respondendo sobre a problemática dos suicídios, disse que as cartas do além-túmulo, enviadas por suicidas, possuem caráter coletivo e, de forma geral, atendem às necessidades particulares, pois que geralmente essas são comuns. Asseverou que não é fácil estabelecer contato com os suicidas, pois que interromperam a vida, e por isso encontram-se emocionalmente em desequilíbrio, tanto quanto, também, defraudaram a Lei.

Em outra resposta disse que o processo evolutivo do planeta se processa como uma escola. Quem estuda, segue avante. Os que adiam o esforço em aprender, retardam-se na marcha, devendo ser transferidos para planetas menos evoluídos, retomando os estudos evolutivos através dos inúmeros exercícios práticos – as reencarnações.

As mensagens anticristãs que permeiam o seio da humanidade terrestre retratam o momento de perturbação, de desequilíbrio em que vive o homem, pois que valoriza a falta de ética, a vulgaridade e a permissividade. É necessário valorizar a vida, preencher o vazio existencial, amar, servir, tornar-se um homem de bem, perceber-se um ser espiritual. A Doutrina Espírita é uma ciência que prova a imortalidade da alma, é ética, e de amor.

Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco se despediu do público, sendo intensamente aplaudido de pé.

Nota do Autor
:

As fotos desta reportagem são de autoria de Jorge Moehlecke.


 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita