Diálogo no lar
Destaca-se na atualidade terrestre a conveniência por
instrumento de harmonia nas relações humanas.
Entendimento de nação a nação, de grupo a grupo. Raros
companheiros, porém, reconhecem por enquanto a
legitimidade da indicação para a segurança doméstica.
Temos no mundo a escola em que se verifica a
administração do ensino, entre professores e alunos; o
foro para a troca de alvitres, entre magistrados e os
que recorrem à justiça; o consultório para o intercâmbio
de informações entre o médico e o doente; o mercado
destinado aos ajustes recíprocos, nos domínios da oferta
e da procura. Por que não manter no lar o ponto de
encontro dos corações que compõem a equipe familiar?
Observa a importância da palavra compreensiva e
oportuna, quando funciona em teu benefício, na solução
dos empeços da vida, e não sonegues em casa o pagamento
do imposto verbal do amor que todos devemos uns aos
outros, no instituto da evolução.
Não importa a idade física de teus filhos ou tutelados.
Ausculta-lhes as tendências e aspirações,
oferecendo-lhes na frase amiga a luz de tuas próprias
experiências, de modo a auxiliá-los, tanto quanto
possível, a sentir raciocinando e a discernir o rumo
exato que se lhe descerre à frente, nas sendas que lhes
caiba trilhar.
Não importa que teus pais ou orientadores, em família,
se mostrem nessa ou naquela posição diferente, no
calendário que rege a existência corpórea. Anota-lhes os
pontos de vista e dá-lhes no veículo do carinho e do
respeito quanto sabes e pensas de melhor, relativamente
aos problemas da vida, para que semelhantes valores se
lhes incorporem ao patrimônio espiritual.
Todavia, não deixes o diálogo amigo tão somente para os
dias de aflição, quando a crise haja surgido,
estabelecendo desastre e sofrimento nos trilhos da
experiência doméstica.
Mantém o hábito de conversar frequentemente com os seres
amados, praticando a caridade da cortesia e da
tolerância, e reconhecerás sem dificuldade que, muitas
vezes, alguns simples minutos de diálogo afetuoso, na
paz do cotidiano, conseguem realizar verdadeiros
prodígios de tranquilidade e segurança, francamente
inabordáveis por longos e longos meses de azedume ou de
discussão.
Do livro Vida em vida, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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