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Não só agora, mas sempre, necessitamos de união e menos
atritos |
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A frase acima é de autoria do palestrante espírita
Oceander Veschi (foto), 42 anos, natural de São
José do Rio Preto (SP), onde reside. Profissionalmente,
atua como fisioterapeuta e, no campo doutrinário,
participa da AELUZ (Associação Espírita A Caminho da
Luz), onde desenvolve diversos trabalhos, incluindo o de
palestras doutrinárias. Para falar sobre sua iniciação
no Espiritismo e seu trabalho nas lides espíritas, eles
concedeu-nos a entrevista seguinte.
Como o Espiritismo chegou à sua vida?
Fui convidado a conhecer uma casa espírita no ano de
2003, e chegando lá me deparei com o professor Rodrigues
Ferreira fazendo uma explanação tão clara e
esclarecedora sobre a imortalidade do espírito e como
são, de fato, o "céu e inferno", dentre outras
reflexões, que não resisti. Pensei: “É nisso que
acredito”. Daquele dia em diante nunca mais deixei de
frequentar a Associação Espírita A Caminho da Luz -
AELUZ, de São José do Rio Preto. Com o tempo e a amizade
que fui criando acabei sendo convidado a trabalhar na
casa, onde estou desde então. Cada dia aprendo algo novo
e tudo dentro de uma sensatez que pra mim é impossível
se “desvencilhar”.
Você diz que foi, digamos, "arrebatado" após ouvir uma
palestra espírita e, a partir de então, tornou-se
trabalhador da AELUZ. Isso leva-nos a refletir na
importância da qualidade das palestras doutrinárias para
esclarecer a mente e tocar o coração, como em seu caso.
Qual a dica que você deixa aos oradores espíritas para
que possam acessar o coração do público, assim como o
seu foi acessado.
Sempre falem com gentileza, compreensão dos limites que
todos temos e com um linguajar fácil de ser
compreendido. Naquele dia a energia do professor
Rodrigues, falando com propriedade e de uma forma leve,
bem-humorada e gentil, me ganhou. Creio que nossa
doutrina de luz merece todo empenho por parte dos
oradores, a fim de que ela seja reconhecida como algo
leve, esclarecedor e com alegria.
Você tem percorrido muitas casas espíritas em todo o
estado de São Paulo com palestras doutrinárias. Quais
são os maiores desafios e as alegrias dessa tarefa?
Os desafios são conciliar o trabalho do dia a dia, pois
sou profissional liberal, e cuidar da família. É
necessário um estudo sério para apresentar as preleções,
para nunca fugir das orientações doutrinárias. Mas isso
tudo passa a ser absolutamente insignificante perto da
alegria de percorrer quilômetros nas rodovias, mas fazer
amigos valiosos, conhecer cidades e casas espíritas
diferentes e ainda estudar a doutrina junto com tanta
gente interessada na própria melhoria. Eu diria que os
“gastos” são ínfimos perante os ganhos. Posso ainda
destacar que isso une ainda mais minha família, pois vez
ou outra levo meus pais juntos, de vez em quando meu
irmão também vem comigo e quase sempre minha esposa e
minhas duas filhas vão comigo às palestras.
Ainda sobre as palestras e viagens, como você faz para
conciliar de forma satisfatória a atividade de palestras
com os papéis a desempenhar de pai, marido e
profissional? É possível seguir no trabalho voluntário
sem descuidar-se da família?
Trata-se de observar as prioridades. A família é nossa
obrigação maior e deixá-la de lado para cumprir
compromissos doutrinários seria algo desastroso. Mas
consigo ajustar minha agenda profissional conforme as
necessidades de viajar para locais um pouco mais
distantes, o que faz com que sejam possíveis os
deslocamentos. Infelizmente não consigo aceitar convites
para ir a locais mais longínquos de Rio Preto, por
justamente não poder sair muito cedo daqui e retornar
muito tarde. Mas, fora os trabalhos com as palestras,
ainda nos dedicamos três vezes por semana à nossa casa
espírita, a AELUZ, nos trabalhos doutrinários, de
assistência material e doutrinária com famílias de baixa
renda e nos bastidores das palestras públicas da casa,
que acontecem todas as segundas-feiras. É possível
conciliar tudo, desde que se faça com amor, respeito à
doutrina e um grande desejo de se melhorar dia a dia.
Creio que tem dado certo!
Você e sua esposa realizam o Evangelho no Lar virtual.
Fale-nos um pouco sobre essa experiência.
Em 2016 surgiram as “lives” do Facebook. Era uma nova
ferramenta de comunicação em que qualquer pessoa pode
fazer um vídeo, ao vivo, em seu perfil ou canal. Se for
algo bem feito, pode-se, então, alcançar um público em
qualquer parte do planeta, de qualquer credo religioso,
e isso pode ser feito de forma anônima, ou seja, a
pessoa que assiste não precisa manifestar-se nem corre o
risco de ser “vista”. Percebemos que não havia (ainda)
quem fizesse um estudo do evangelho na maior rede social
do planeta e resolvemos começar pois já fazíamos isso em
casa, junto com amigos. Isso foi em setembro de 2016 e o
resultado foi muito além do que esperávamos. Muitas
pessoas que acompanham nem sequer faziam (ou fazem)
ideia do que era a doutrina espírita, e com um linguajar
simples e acessível temos o objetivo de levarmos este
entendimento espírita ao indivíduo leigo e também
àqueles que estudam a doutrina espírita. Lá se vão três
anos e meio, e estamos contentes por podermos estudar
esta doutrina tão encantadora e ainda trazer conosco
muita gente bacana que tem este mesmo ideal: entender,
praticar e, consequentemente, melhorar suas vidas em
todos os aspectos, em especial o espiritual.
Comente um pouco sobre o Realinhamento da Cogitação
(RECOGI). Em que consiste e como as pessoas chegam até
ele?
O Realinhamento da Cogitação é um “curso-tratamento”
elaborado pelo professor Rodrigues Ferreira que
compreende 13 semanas de passes, atendimento fraterno e
aulas sobre perdão, humildade, generosidade, afeto,
proteção espiritual, o bom hábito da leitura, enfim,
dentre outros assuntos que compõem a vida cotidiana de
todos nós. É uma aula de vida, dando sempre exemplos
práticos do dia a dia associados ao entendimento
doutrinário. É um curso que se as pessoas tivessem a
oportunidade de fazer na juventude evitariam muitos
desconfortos ao longo da vida. As pessoas que lá chegam
são dos mais variados “tipos”: jovens, adultos maduros,
idosos, de todas as classes sociais, Uns vêm por
indicação de outras pessoas que fizeram o curso, outros
vêm por curiosidade e acabam descobrindo o curso, outros
ficam sabendo pelas redes sociais que abastecemos com
informações. São pessoas que vêm de outras religiões (em
média 50%) e os demais são espíritas.
Nossa revista é bastante lida pelo público de São José
do Rio Preto e região. Então, por gentileza, deixe-nos o
endereço da AELUZ para que nosso público possa, caso
deseje, comparecer ao RECOGI.
Sejam todos muito bem-vindos! Às segundas feiras temos
as palestras públicas, iniciando-se às 20 horas e nas
quintas-feiras temos o RECOGI, também às 20 horas. O
endereço da AELUZ - Associação Espírita A Caminho da Luz
é Rua Theodoro Sanches, 2300, Bairro São Jorge, São José
do Rio Preto, SP.
Em sua profissão de fisioterapeuta e acupunturista você
consegue aplicar os conceitos espíritas? Caso consiga,
como isso ocorre?
Consigo e muito. Tento sempre levar em meu coração um
grande desejo de auxiliar as pessoas com a técnica
profissional, aliada à minha boa vontade com uma maneira
mais atenciosa de lidar com meus pacientes, que acabam
tornando-se amigos. Creio muito no poder da gentileza,
da paciência e da dedicação em ser útil. Tento muito pôr
isso em prática, e ao longo destes 15 anos de profissão
tem dado muito certo. Muitas pessoas ficam curadas de
uma determinada enfermidade, param de tratar-se comigo,
e depois de um tempo surge outro problema e elas
retornam ao tratamento. Associo muito à capacidade que
todos temos de nos energizarmos com boas vibrações e
tento sempre passar isso aos meus pacientes, no momento
da aplicação dos pontos de acupuntura, ou no toque que,
naturalmente, todo fisioterapeuta tem com seus
pacientes. Prestar atenção no que faz e desejar fazer
isto bem feito é onde mais consigo levar a doutrina
espírita na prática. Tem dado muito certo!
Em sua opinião, qual o maior desafio do movimento
espírita neste século 21?
Creio no poder da união. Como Kardec dizia que 100
pessoas orando de maneira egoísta alcançam um resultado
inferior ao de 10 que estejam em comunhão de
pensamentos, vejo que não só não só agora, mas sempre,
necessitamos de união e menos atritos. Menos vaidades,
menos “razão” e mais fraternidade. Tanto que a
recomendação do Espírito de Verdade foi a de que nos
amássemos, em primeiro lugar, e em seguida, nos
instruíssemos. Estamos muito bons na segunda
recomendação e precisamos urgentemente fortalecer a
primeira.
Suas palavras finais.
Agradeço ao irmão Wellington Balbo pela consideração e
desejo muito que todos possam conhecer a doutrina
espírita, de modo que isso seja um divisor de águas em
suas vidas. Jesus conosco!