Livros cabem na infância
Livros não mudam o mundo,
quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.
Mario Quintana
Cresci em contato com os livros – em casa, na escola,
nas amistosas bibliotecas. Os primeiros, os contos de
fadas. Nas noites de frio, ao ouvir uma história, era eu
a própria protagonista: a alegria de ser salva pelo
solidário passarinho…
No início da escola primária, ao ler o conto dos
Músicos de Bremen, meu temperamento naturalista
rapidamente tomou partido daqueles quatro animais
sofridos e, sem dúvida, com eles eu quis morar naquela
casinha sem endereço na floresta…
Os livros influenciam a vida das crianças
De início a criança tem necessidade de ouvir histórias.
O calor e a atenção que o adulto coloca quando conta um
conto desperta na criança valores e qualidades
importantes para o seu desenvolvimento emocional e
psíquico. Por exemplo, perguntas fundamentais que
movimentam o ser da criança podem ser respondidas
através dos contos e suas imagens universais.
Criança leitora?
O livro infantil desempenha um papel fundamental na
formação de leitores.
Na fase pré-leitor, por exemplo, muito importante é o
hábito da contação… Quantas vezes o pai contará a mesma
história na hora de fazer o filho pequeno dormir? Sei de
crianças que precisam que o mesmo conto seja repetido
por inúmeras semanas – e essa necessidade deve ser
respeitada.
O leitor iniciante depende de um acesso fácil aos
contos de fadas clássicos – Irmãos Grimm e Hans
Christian Andersen são muito apropriados, assim como a
boa poesia: Cecília Meireles, Mario Quintana, Manuel
Bandeira, Manoel de Barros. Quantos aos leitores em
processo e os fluentes, eles estão implicados com livros
que ajudem a criança a dar solidez ao amor pela leitura.
Família e escola orientam o gosto pelo livro na infância
A família e os professores têm um papel fundamental para
auxiliar as crianças a desenvolver o gosto pela leitura.
Casa e escola devem insistir com carinho e atenção o
contato das crianças com o mundo das letras,
disponibilizando obras literárias que favoreçam o gosto
pela leitura.
Quando eu era criança, meus pais eram agricultores. Não
tinham o hábito da leitura. Contudo, felizmente,
permitiram que minha grande alegria na infância fosse o
livre acesso ao livro.
A caixa de livros que ganhei no aniversário de 9 anos
foi o presente que mais me sensibilizou na infância e
dela até hoje eu não esqueço. Gratidão à minha mãe.
Parte da leitora que sou hoje devo à compreensão que ela
teve sobre minha necessidade de livros. Com eles,
conheci mundos e aprendi a entender melhor a mim mesma e
aos outros.
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