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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Injustiçados pela sorte?    

 
Pode acreditar: o destino não é determinado pela sorte, ele é feito de escolhas. Não começamos no berço; já escolhemos a família e o tipo de pessoa que vamos ser como fruto de nossas decisões anteriores e como oportunidade divina de nosso crescimento. Portanto, o nosso hoje – como o nosso amanhã – não é algo que devemos ficar esperando do Alto, porque é nossa meta a alcançar.

Somos pessoas que deram certo ou pessoas para quem nada dá certo? E culpamos os outros, os pais, a escola, o governo ou o país? Aprendamos com a vida: o acaso não existe, somos os responsáveis perante nós mesmos pelas escolhas que fizemos na vida e que resultaram no presente.

Sem refletir, somos levados a acreditar nesse absurdo de “sorte e azar”, certamente uma crença que enfraquece nossa autoestima, nossa motivação e mais ainda nossa responsabilidade como seres humanos para vencer e alcançar nossos objetivos na vida. Nossa determinação, quando funciona de forma mais otimista e com mais coragem de ter sucesso naquilo a que nos propomos, pode interferir muito nos resultados de nossos destinos.

O piloto francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), que foi escritor e ilustrador, autor do clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, escrito em 1943, um ano antes de sua morte, na obra revela uma grande verdade: “Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Temos que esse órgão (o coração) é a caixa de ressonância de nossa alma; quando sentimos qualquer manifestação, emoção de alegria, satisfação ou tristeza, crítica e agressão, é ele que, comandado pelo cérebro, se expressa em dor ou felicidade.

A oração é um pensamento e se espalha no universo, através do fluido cósmico universal, ao encontro do Criador. Estejamos atentos e ouçamos mais o nosso coração, pois é nele que Deus costuma deixar as respostas das nossas petições. Cuidemos de mantê-lo equilibrado e puro – sem mágoas, sem ambições descabidas, sem orgulho desnecessário, ressentimentos e ansiedades. Lembrando que quem recebe deve e muito, devemos gratidão ao nosso Pai, a Quem somente podemos retribuir através de pensamentos e ações de fraternidade ao nosso próximo.

Somos livres para escolher o nosso céu ou então a prisão ao nosso destino pelos equívocos que produzimos.

O Globo, de 29.08.2019, destacou: “Cabral é condenado pela 11ª. vez na Lava-Jato, e penas já somam 234 anos”. A pergunta que fica: quantas vidas corporais uma pessoa em semelhantes circunstâncias precisará para quitar essa dívida? A mulher desse ex-mandatário condenado por corrupção está fora da prisão para cuidar dos filhos, porém não consegue escapar da consciência e não pode evitar a pergunta: “Mãe, por que o papai foi condenado a tantos anos?”.

A corrupção é comparada à droga, ela vicia, causa dependência e compulsão mental e espiritual de querer mais e acumular vantagens materiais e poder.

Cada um transborda o que tem dentro de si, de sua alma e de seu coração. Sigamos o exemplo do Cristo. Procuremos dar o melhor de nós, a doação de nosso amor pelo desprendimento emocional e material.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é bacharel em direito com especialização em dependência química pela USP/SP/GREA.
  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita