Parábola do Semeador
Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não
havia muita terra. Logo brotou porque a terra
era pouca e profunda.
Todo ensinamento do Mestre é profundo e sublime
na sua menor expressão. Ele nos fala do semeador
que saiu a semear, transferindo a imagem para o
solo do espírito, em que tantos imperativos de
renovação convidam os obreiros da boa vontade à
santificante lavoura da elevação, ou mesmo
quando somos compelidos a sair de nós mesmos, a
fim de beneficiar corações alheios.
A vida é comparável ao trato do solo que nos é
concedido cultivar. Para isso, no entanto,
precisamos nos erguer a cada dia para amparar
nosso campo de serviço, pois estamos destinados
a ser um campo fértil. Criados por Deus, temos a
essência divina, porém, o que queremos para a
nossa existência? Que tipo de solo espiritual
somos e que tipo de solo desejamos ser?
Esta lição mostra-nos a necessidade de
aprendermos a ciência de retirar-nos da escura
cadeia do “eu”, passeando pelo grande continente
denominado “interesse geral”, encontrando “a
terra das almas”, sufocada de espinheiros,
ralada de pobreza, revestida de pedras ou
intoxicadas de pântanos, que nos oferece a
oportunidade de agir em benefício de todos.
Fica claro, então, que toda disposição de
melhoria não deve se restringir apenas às boas
intenções, fáceis de serem dissolvidas no
cotidiano, pois somente com os suores da
semeadura incessante seremos capazes de produzir
frutos da vida eterna. Por isso, a Parábola do
Semeador convida-nos a sermos incondicionalmente
bons, semeando a verdade e o bem sem nenhuma
intenção de obter resultados com alguma
finalidade. Basta a consciência de ter cumprido
nosso dever de aprimoramento espiritual,
recordando que a semente que cai no solo fértil
é a que foi semeada em um coração mais
amadurecido e receptivo ao Evangelho, disposto a
acatar novos aprendizados e a renunciar as
antigas e infelizes aquisições.
Mesmo neste solo fértil, cada um produz de
acordo com a sua evolução espiritual, ou seja,
as sementes que caem em boa terra têm a sua
produtividade de acordo com o gênero de provas
que aceitam e consoante seus próprios esforços,
podendo produzir mais ou menos frutos.
Acreditemos na força da incansável semeadura no
bem, sem alarde; elevando-nos para a luz
imperecível e, integrados nos postulados da
caridade, poderemos, desta maneira, chegar sob
as bênçãos do Alto à frutificação e ao triunfo
sobre nós mesmos.
Apresentemos solos férteis mesmo que as lágrimas
e as dores apareçam na estrada, porque o que
realmente importa são os frutos verdadeiros,
sinais da implantação do reino de Deus em nós,
sendo imperioso construirmos uma boa base, com
terra funda, com conhecimento doutrinário que
possa alimentar a nossa sincera vontade de
melhorar. Continuemos agindo e perseverando,
jamais esmorecendo, removendo as dificuldades e
prosseguindo firmes e confiantes na certeza de
que o Senhor da obra nos observa e segue-nos
vigilante.
O Espiritismo revivendo o evangelho do Senhor
ensina-nos como pregar, a fim de que a palavra
não se faça vazia e a fé não seja vã, limitando
os nossos horizontes e nada enxergando, senão
com os olhos destinados ao sepulcro, adormecidos
quanto à reflexão e ao discernimento.
Portanto, atendamos ao convite do Senhor: “E
disse-lhes: Ide, por todo o mundo, pregai o
Evangelho a toda criatura”. (Marcos, 16:15)
Assim, poderemos concluir com as palavras do
Espírito André Luiz, no livro Nosso Lar, capítulo
1: “É preciso muito esforço para ingressar na
academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se
verifica, quase sempre, de estranha maneira –
ele só, na companhia do Mestre, efetuando o
curso difícil, recebendo lições sem cátedras
visíveis e ouvindo as vastas dissertações sem
palavras articuladas. Muito longa, portanto,
nossa jornada laboriosa”.
Bibliografia:
GODOY, A. Paulo – As
Maravilhosas Parábolas de Jesus – 7ª edição
- Editora FEESP – São Paulo/SP/página 91 – 1999.
XAVIER, C. Francisco – Fonte
Viva – ditado pelo Espírito Emmanuel – 36ª
edição – Editora FEB – Rio de janeiro/RJ/lição
64 – 2011.
XAVIER. C. Francisco – Pão
Nosso – ditado pelo Espírito Emmanuel – 29ª
edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ - lição
25 – 2010.