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por Temi Mary Faccio Simionato

 

Parábola do Semeador


Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra. Logo brotou porque a terra era pouca e profunda.


Todo ensinamento do Mestre é profundo e sublime na sua menor expressão. Ele nos fala do semeador que saiu a semear, transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa vontade à santificante lavoura da elevação, ou mesmo quando somos compelidos a sair de nós mesmos, a fim de beneficiar corações alheios.

A vida é comparável ao trato do solo que nos é concedido cultivar. Para isso, no entanto, precisamos nos erguer a cada dia para amparar nosso campo de serviço, pois estamos destinados a ser um campo fértil. Criados por Deus, temos a essência divina, porém, o que queremos para a nossa existência? Que tipo de solo espiritual somos e que tipo de solo desejamos ser?

Esta lição mostra-nos a necessidade de aprendermos a ciência de retirar-nos da escura cadeia do “eu”, passeando pelo grande continente denominado “interesse geral”, encontrando “a terra das almas”, sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicadas de pântanos, que nos oferece a oportunidade de agir em benefício de todos.

Fica claro, então, que toda disposição de melhoria não deve se restringir apenas às boas intenções, fáceis de serem dissolvidas no cotidiano, pois somente com os suores da semeadura incessante seremos capazes de produzir frutos da vida eterna. Por isso, a Parábola do Semeador convida-nos a sermos incondicionalmente bons, semeando a verdade e o bem sem nenhuma intenção de obter resultados com alguma finalidade. Basta a consciência de ter cumprido nosso dever de aprimoramento espiritual, recordando que a semente que cai no solo fértil é a que foi semeada em um coração mais amadurecido e receptivo ao Evangelho, disposto a acatar novos aprendizados e a renunciar as antigas e infelizes aquisições.

Mesmo neste solo fértil, cada um produz de acordo com a sua evolução espiritual, ou seja, as sementes que caem em boa terra têm a sua produtividade de acordo com o gênero de provas que aceitam e consoante seus próprios esforços, podendo produzir mais ou menos frutos. Acreditemos na força da incansável semeadura no bem, sem alarde; elevando-nos para a luz imperecível e, integrados nos postulados da caridade, poderemos, desta maneira, chegar sob as bênçãos do Alto à frutificação e ao triunfo sobre nós mesmos.

Apresentemos solos férteis mesmo que as lágrimas e as dores apareçam na estrada, porque o que realmente importa são os frutos verdadeiros, sinais da implantação do reino de Deus em nós, sendo imperioso construirmos uma boa base, com terra funda, com conhecimento doutrinário que possa alimentar a nossa sincera vontade de melhorar. Continuemos agindo e perseverando, jamais esmorecendo, removendo as dificuldades e prosseguindo firmes e confiantes na certeza de que o Senhor da obra nos observa e segue-nos vigilante.

O Espiritismo revivendo o evangelho do Senhor ensina-nos como pregar, a fim de que a palavra não se faça vazia e a fé não seja vã, limitando os nossos horizontes e nada enxergando, senão com os olhos destinados ao sepulcro, adormecidos quanto à reflexão e ao discernimento.

Portanto, atendamos ao convite do Senhor: “E disse-lhes: Ide, por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”. (Marcos, 16:15)

Assim, poderemos concluir com as palavras do Espírito André Luiz, no livro Nosso Lar, capítulo 1: “É preciso muito esforço para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira – ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo as vastas dissertações sem palavras articuladas. Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa”.


Bibliografia
:

GODOY, A. Paulo – As Maravilhosas Parábolas de Jesus – 7ª edição - Editora FEESP – São Paulo/SP/página 91 – 1999.

XAVIER, C. Francisco – Fonte Viva – ditado pelo Espírito Emmanuel – 36ª edição – Editora FEB – Rio de janeiro/RJ/lição 64 – 2011.

XAVIER. C. Francisco – Pão Nosso – ditado pelo Espírito Emmanuel – 29ª edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ - lição 25 – 2010.


 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita