Entrevista
|
|
por José Antônio Vieira de Paula |
|
O
criador
do
programa
Universo
do Bem
diz-nos
como o
programa
nasceu |
|
|
Ivan Vieira de
Paula (foto), espírita há 35 anos, é natural de
Itapetininga (SP), onde reside. Como espírita,
iniciou no ano de 1986 a Caravana da
Fraternidade Ivan de Albuquerque, que faz
visitas periódicas ao Hospital Dr. Francisco
Ribeiro Arantes, também conhecido como Hospital
Colônia-Asilo de Pirapitingui, da cidade de Itu,
dedicado ao tratamento de hansenianos. Esse
Hospital já chegou a albergar aproximadamente 4
mil portadores de hanseníase na década de 1960;
atualmente vivem ali cerca de 260 pacientes. No
meio espírita, o Hospital Colônia ficou
conhecido por albergar o famoso espírita Jésus
Gonçalves, que se celebrizou por sua energia
cristã e intenso trabalho a favor de todos ali
internados e que ficou conhecido como “O Poeta
das Chagas Redentoras”.
Há 33 anos, Ivan iniciou o programa radiofônico
espírita em Itapetininga, chamado “O Terceiro
Milênio”, que vai ao ar até hoje todos os
domingos, das 10 às 11 horas. Em 1998 fundou a
Casa Espírita Dr. Bezerra de Menezes. No ano de
2009 idealizou e iniciou um programa pela TV
Itapê, chamado “Universo do Bem”, um programa
sem vínculos religiosos que tem como objetivo
divulgar apenas notícias positivas, vídeos e
mensagens otimistas. E é sobre esse trabalho que
ele nos concedeu a entrevista seguinte.
Ivan, como surgiu a ideia desse programa?
Surgiu em 2009, fruto do estudo constante da
doutrina espírita, cujas lições preciosas
conduzem-nos ao otimismo, e das instruções dos
benfeitores espirituais nas demais obras que
contribuem com a codificação, as quais sempre
afirmam que nunca houve tanto amor na Terra. De
nossa parte, por fazer muitas visitas a famílias
de todos os níveis sociais, em momentos de lutas
e sofrimentos, que mesmo não sendo espíritas
solicitavam nossa presença para auxiliar a
aliviar suas dores, levando a mensagem
consoladora do Espiritismo. Disso surgiu a ideia
do programa.
Como essas visitas influenciaram nessa ideia?
Nessas visitas percebi que em muitos casos a dor
e o sofrimento eram potencializados pela
massificação das notícias de crimes, tragédias,
guerras ou acidentes terríveis. Tudo isso
alimenta uma desesperança e pessimismo muito
grande. Pensei então em divulgar as boas
notícias, buscar depoimentos de pessoas que
desejassem contar o bem que aconteceu em suas
vidas, vídeos emocionantes de conteúdo elevado e
uma mensagem consoladora e instrutiva, mas com
um caráter ecumênico, para alcançar todos os que
assistissem à nossa TVI, que é um canal
comunitário, transmitido pela NET, para os
assinantes.
A ideia desse programa já era um ideal seu
que se foi consolidando ou surgiu de repente? E
como surgiu o nome?
Surgiu de repente. Como não acreditamos em
acaso, era o momento. Procurei os diretores da
TV na oportunidade, expondo minha intenção,
dizendo como eu idealizava esse Programa e com a
sugestão do nome: “Jornal do Bem”. Eles gostaram
da ideia, orientaram-me como deveria
apresentá-lo e qual dinâmica o programa deveria
ter, mas não gostaram do nome. Então, meio sem
pensar eu falei: “Universo do Bem”, e
acrescentei justificando: existe o Universo
Feminino, o Universo do Esporte, o Universo da
Ciência, por que não o Universo do Bem? Eles
aprovaram na hora.
Qual tem sido a repercussão desse Programa
nesses mais de dez anos?
Tivemos uma primeira temporada, de quase cinco
anos, entre 2009 e 2013, com mais de 200
programas apresentados toda terça-feira, de
aproximadamente 30 minutos, que eram reprisados
nos demais dias da semana. Comecei a ter noção
da repercussão do programa quando pessoas
desconhecidas, ao me encontrarem em locais
comuns, farmácias, supermercados, posto de
combustível, banco etc., ficavam me olhando e
depois se aproximavam e declaravam que assistiam
ao programa e que gostavam muito. Amigos também
passaram a me ligar, ou em encontros casuais,
declarando que assistiam e que ficavam felizes
por poderem assistir a um programa com um
conteúdo que valia a pena. Todos entenderam a
conotação específica do bem, sem nenhum viés de
um segmento religioso.
Por que não um programa espírita, mas um
programa ecumênico?
Desde o primeiro momento fiz questão de
estabelecer essa característica para o Programa,
convidando muitos amigos e conhecidos de outras
denominações religiosas, para que dessem um
depoimento, contassem um momento que tenham
vivido, onde o bem houvesse sido evidente em
suas vidas. Foram padres, pastores de várias
igrejas evangélicas, líderes e trabalhadores de
todos os núcleos religiosos. Claro que levei
muitos amigos espíritas para também darem seus
depoimentos. Assim, mesmo a maioria me
identificando como espírita atuante em nossa
cidade, todos perceberam que eu estava ali
propondo uma visão exclusivamente ecumênica do
bem, pois o amor ao próximo é Universal, assim
como a dor.
Você disse que o programa foi interrompido em
2013?
Sim. Voltei a fazer o Programa em 2018. Aliás,
nesta temporada, há o adicional de podermos
compartilhar o programa pelos meios eletrônicos
de comunicação. A própria TVitape transmite sua
programação pelo canal 8 digital, para os
assinantes da NET, bem como pelo Facebook e pelo
YouTube. E eu também o compartilho pelo WhatsApp
e pelo meu perfil no Facebook.
Você pode citar algum fato ligado ao programa
que tenha chamado sua atenção?
Na primeira temporada, em muitos encontros com
as pessoas, elas declaravam que tal notícia, ou
depoimento, ou mesmo a mensagem final, haviam
chegado na hora certa, quando mais precisavam.
Em um desses contatos tive uma experiência
notável. Saindo de meu trabalho e indo em
direção ao meu carro que estava estacionado num
lugar próximo, percebi uma senhora vindo em
minha direção, olhando fixamente para mim. Então
esperei que ela chegasse e não entrei no
veículo. Ao aproximar-se, ela disse: “É você que
faz aquele programa do Bem? Sou evangélica e
assisto ao seu programa e muito. Sou casada há
muito tempo, e sempre vivi muito bem com meu
marido. Faz dois anos que ele está muito doente
e acamado, e por isso ele tem ficado muito
irritado, revoltado e nervoso, e a consequência
é que ele começou a me maltratar e eu também
passei a revidar, então passamos a brigar muito.
No último programa o senhor falou do perdão de
um jeito que eu pensei muito, mas muito mesmo. E
decidi tratar melhor meu marido, independente da
reação dele, e percebi que assim que melhorei
meu trato com ele, ele também foi melhorando
muito comigo. Por isso, estou aqui para
agradecer”. Ela chorou e eu também... E nos
abraçamos...
Como espírita, como você se sente realizando
um trabalho dessa natureza?
Nossa doutrina é sublime em seu conteúdo e, por
retratar as Leis Divinas é de fácil compreensão.
Por isso sempre há uma maneira de abordarmos
praticamente todos os temas sob a ótica
exclusivamente espiritual, procurando não
especificar aqueles conceitos que caracterizam a
Doutrina Espírita. Como disse anteriormente,
visito muitas famílias e pessoas não espíritas,
e nesse atendimento fraterno procuro respeitar
suas tradições religiosas, até que chegando a um
ponto, quando é necessário fazer referências aos
postulados espíritas, eu solicito permissão para
daí dizer no que acredito como espírita e que
tem sido de grande valor para minha jornada
pessoal, cheia de lutas como a de todas as
demais criaturas. Então, como no contato pessoal
tenho a oportunidade de pedir permissão para
falar em que acredito como espírita, já na TV
não haveria essa possibilidade. Por isso tenho
esse cuidado de não ferir ninguém em suas
crenças pessoais e mesmo assim tenho para mim
que estou realizando uma tarefa cristã, e a
realizo com muita alegria e seriedade.
Antes de encerrarmos, você poderia citar
algumas fontes em que você encontra material
para seu programa? Acredito que poderiam ser
úteis aos nossos leitores.
Existem sites que se dedicam a postarem somente
boas notícias, de todas as áreas. Os que mais se
destacam são:
www.sonoticiaboa.com.br,
www.razoesparaacreditar.com.br
e outros que uso mais esporadicamente. Consegui
autorização para utilizar textos do Momento
Espírita, do site da Federação Espírita do
Paraná, e os vídeos recebo por WhatsApp de
amigos e grupos, além de garimpar no YouTube.
Suas palavras finais.
Minhas palavras são de gratidão à Doutrina
Espírita que me ensinou que não precisamos
convencer ninguém a aceitar seus preceitos e a
se converterem, mas convidá-los a todos,
especialmente pelo exemplo, a serem cada vez
mais úteis aos semelhantes, condizente com seu
sublime lema: “Fora da Caridade não há
Salvação”. Aproveito para informar os meios para
acessarem os vídeos do Programa Universo do Bem:
o website da TV é
www.tvitape.com.br . No YouTube: tvitape2. O
interessado pode também procurar por "Universo
do Bem", em que se encontram muitos programas
que já foram ao ar.
Nota da Redação:
Clique
neste link e assista ao programa veiculado
no dia 6 de março último.
|
|
|
|
|
|
|
|
|