Considera a tua escolha
Não esperes o dia de amanhã para inventariar as causas
da aflição que a existência te reserva.
Estamos em plena eternidade e a vida, com a justiça por
fundamento, diariamente reprova nossos erros ou nos
premia as boas ações.
Examina a paisagem de tua luta habitual e não percas a
oportunidade do reajuste.
Se ofendeste o companheiro que te partilha as
experiências, retifica, ainda hoje, o teu gesto infeliz.
Se deste ouvidos à suspeita delituosa, confia-te à
meditação e não te enveredes no cipoal da desconfiança
indébita.
Se puseste os teus olhos sobre o mal, auxilia a tua
própria retentiva a esquecer as imagens perturbadoras
que não deverias procurar nem reter.
Se falaste sem propósito, ferindo ou prejudicando
alguém, retrocede e regenera as chagas que o teu verbo
impensado terá imposto aos que te consagraram atenção.
Se a ociosidade tem sido a tua companheira, abandona-a
ao círculo de sombras em que se compraz e busca o
serviço sem delongas, para que a vida não te considere
peça inútil em suas divinas engrenagens.
Estabelece causas nobres de alegria e bom ânimo, paz e
otimismo, aprendendo, amando e servindo, porque o
sofrimento nos surpreende na estrada com tanta duração e
com tanta intensidade, conforme tenha sido o nosso
esquecimento do dever que o Pai nos designou a cumprir.
Ninguém precisa morrer na carne para encontrar a
correção ou a recompensa do Além. A Terra é nosso lar
sublime, em plena imensidade, e, dentro dela, a vida nos
liberta ou nos agrilhoa, nos reconforta ou nos dilacera,
de conformidade com a escolha que traçamos para nós
mesmos.
Do livro Escrínio de luz, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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