DESPERTAR PELA DOR: a
crise global do
coronavírus e a
transição planetária
As dores do parto da
Nova Era se
intensificam, como há
muito previsto pelas
escrituras, pelos
profetas e pelo próprio
Consolador prometido
pelo Cristo há mais de 2
mil anos. Um mundo novo
está sendo gestado: os
tempos são chegados e aí
estão, para aqueles que
tiverem “olhos para ver
e ouvidos para ouvir”.
Isso ocorre porque a
inexorável Lei do
Progresso se cumpre e,
para que efetivamente se
implemente no planeta
neste momento, mudanças
substanciais são
necessárias e já começam
a ocorrer em condições
jamais vivenciadas pela
humanidade terrestre.
Assim, verificamos que a
grandiosa transição
planetária - que deve
elevar a Terra da
condição de um mundo de
expiação e provas para
um mundo de regeneração,
conforme preconizado há
mais de 150 anos pela
Doutrina Espírita - se
desenrola neste instante
a olhos vistos, todos os
dias, perante todas as
nações da Terra, agora
mais integradas e bem
mais atentas devido ao
chamamento geral
ocorrido nos últimos
meses, o qual exige
ações coordenadas e
maior cooperação entre
os povos para conter a
escalada do vírus.
O despertar para
realidades além da
matéria é grande neste
momento, pois o temor da
morte e a
conscientização forçada
da nossa condição
material precária e
frágil nos faz elevar o
pensamento ao mais alto,
questionando: e se isso
chegar a mim? E se isso
tudo fugir do controle?
Mas, apesar do forte
chamado ao despertar,
devido às seculares
resistências humanas
ancoradas nos nossos
piores sentimentos de
egoísmo, orgulho, tola
vaidade e imediatismo
material que há muito
atrasam a nossa evolução
espiritual, esse
processo de evolução
coletiva demandará a
ação purificadora da dor
em grande escala.
Ao elevarmos nosso
pensamento para o ponto
de vista espiritual,
tirando o véu material e
com a ideia da transição
planetária como pano de
fundo, constatamos
claramente que há uma
ferida pulsante que foi
dramaticamente exposta e
que não há mais como
adiar sua cura.
Simplesmente não há mais
tempo, e o mundo de
“antes” já está em
putrefação avançada,
pois o processo é
irreversível. Não há
volta nesse caminho, e
os espíritos mais
materialistas
simplesmente não
conseguem se conformar
com isso, uma vez que
recusam-se levianamente
a despertar do sono
profundo da ilusão
material, o que leva
muitos desses irmãos
adoecidos ao desespero,
às agressões
injustificadas e a
ataques de
irracionalidade
generalizados contra as
vozes sensatas que agora
se multiplicarão como
nunca visto em a favor
da razão e da ciência.
O mundo, perplexo,
enfrenta uma crise
multidimensional de
caráter econômico e
social, com
profundíssimas
implicações morais e
éticas, e de abrangência
internacional, não
poupando nações e não
distinguindo pobres e
ricos. As causas dessa
crise são múltiplas e
complexas, e devemos
ouvir com atenção os
especialistas das mais
diversas áreas para
buscarmos explicações
racionais e
fundamentadas em
evidências e
conhecimento técnico. Pela
ótica do Espiritismo,
doutrina que preza pela
ciência e que reconhece
suas profundas
consequências
filosóficas e
científicas nos sistemas
de conhecimento humano,
sem sombra de dúvidas, o
materialismo exacerbado
está na raiz desses
problemas.
Isso acontece porque, ao
ignorar sua essência
espiritual e o caráter
precário e passageiro
dessa existência
terrestre, o homem se
apega em excesso às
ilusões materiais,
criando e legitimando
sistemas doentios que
escravizam e rebaixam a
nossa paternidade
divina, submetendo seus
semelhantes a processos
de subjugação e
exploração desenfreada
que a partir de agora
serão desmontados um a
um.
Desse modo, os sistemas
religiosos, econômicos,
políticos,
administrativos,
tecnológicos,
filosóficos,
científicos, enfim, tudo
o que até hoje serviu de
alicerce a uma ordem
social calcada no
materialismo, sofrerão
progressivamente perdas
de adesão e de
funcionalidade, fazendo
o conhecimento humano e
a ação do homem avançar
em novas fronteiras: o
“velho” já não é mais
capaz de dar respostas
às novas perguntas que
surgirão a partir de
agora e o homem terá
sede de conhecimento.
Em termos concretos,
embora relatos
espirituais apontem que
desde a década de 1980 a
Terra já havia iniciado
esse processo, a
aceleração do processo
transicional terrestre
deu-se a partir do final
de 2019, com a
instalação silenciosa e
com a posterior
propagação mundial do
coronavírus. Foi um
“fator surpresa” que
deixou até os países
mais desenvolvidos
desprotegidos, forçando
agora ações emergenciais
que acabaram por
centralizar todas as
atenções internacionais
para um mesmo ponto, ao
mesmo tempo.
Esse fato inesperado
causou comoção
generalizada, e talvez
por algum tempo tenhamos
que conviver com as
consequências mais ou
menos sérias que virão
adiante, dependendo de
como seremos capazes de
reagir hoje mesmo,
enquanto humanidade, a
esta temível prova de
fogo. Porém, o mais
importante para nós
espíritas é interpretar
o significado mais amplo
que atrás por detrás do
véu material de toda
esta trama: ao fim e ao
cabo, a crise atual
anuncia o nascimento de
um novo paradigma de
convivência social e de
organização da sociedade
e da economia, impondo à
humanidade dilemas e
decisões inadiáveis.
Além disso, momentos de
crises e catástrofes de
grande alcance costumam
despertar sentimentos
nobres de solidariedade
e compaixão, como também
temos visto em toda
parte em ações de
resgate para minimizar
os danos provocados pela
temível pandemia global.
Todavia, embora
meritórias, as ações de
socorro emergencial e
assistencialismo geral
que predominam neste
momento são ainda muito
tímidas para promover o
“reset” de todos os
sistemas carcomidos que
operam as sociedades
humanas até o momento: a
inauguração de um novo
paradigma econômico,
social e ambiental vai
exigir que se coloque
definitiva e
irreversivelmente o
materialismo em cheque, indo
muito além de algumas
ações pontuais e
passageiras para
remediar um problema
imediato.
Essa mudança definitiva
de paradigma, tão
aguardada, significa ir
além dos atuais momentos
críticos e,
principalmente, promover
paulatinamente uma visão
de mundo renovada que
coloque o Espírito
imortal acima da matéria,
o que naturalmente
levará o ser humano a
progressivamente
priorizar cada vez mais
e mais o meio-ambiente
acima da produção
capitalista desenfreada,
o consumo consciente
acima da frivolidade e,
essencialmente, a vida
acima do lucro, com a
consequente promoção do
interesse geral acima de
interesse mesquinho de
pequenos grupos. Esse
é o ponto fulcral que
deve guiar aqueles
interessados em cooperar
na construção de um novo
tipo de pensamento que
deverá fundamentar os
novos paradigmas
emergentes.
Enfim, aqueles que
acompanham atentamente
as previsões e mensagens
mediúnicas que tem-se
proliferado neste
momento como prova da
solidariedade perpétua
entre os mundos, sabem
com a tranquilidade
consoladora que, caso a
humanidade resista a
mais esse impulso
renovador trazido pela
crise global do
coronavírus, outras
estratégias bem mais
eficazes – e também mais
dolorosas – serão
trazidas pela
espiritualidade, que
está atenta a tudo que
ocorre no orbe
terrestre, influenciando
todos os processos de
renovação transicional
para garantir que a Lei
do Progresso se cumpra.
Portanto, isso tudo é
necessário, em grande
medida, para que muitos
irmãos infelizes,
recalcitrantes no
doentio e criminoso
abuso dos recursos
materiais, sejam
finalmente despertos,
pois sua ação deletéria
retarda a evolução
terrestre neste momento
grandioso. Se isso
ocorrer, devem passar a
cooperar com a parte já
desperta da humanidade
interessada em construir
um mundo novo sob a
égide da Nova Era. Caso
contrário, deixando este
precário invólucro
carnal, partirão para
mundos rudes melhor
adequados à sua condição
evolutiva retardatária.
Neste novo ambiente -
longe da Terra em
regeneração, a exemplo
do ocorrido em tempos
remotos com os famosos
“Exilados de Capela”, e
como espíritos em
evolução jamais
desamparados pela
Providência Divina -
aprenderão, não sem dor,
a respeitar a vida e
conviverão entre seus
iguais, aprendendo a dar
valor real às preciosas
condições evolutivas
desprezadas neste
momento único da nossa
História.