O tempo e
o dinheiro
Procure descobrir o seu
caminho na vida. Ninguém
é responsável por nosso
destino, a não ser nós
mesmos.
(Chico Xavier)
Tenho aprendido com a
natureza a maravilha da
obra de Deus. As
paisagens ajardinadas,
as árvores, as flores e
os frutos em formas e
cores diversas,
coloridas e de sabores
inigualáveis, que
repontam da Bondade do
Pai, conjugando a terra
e a chuva, o calor e o
adubo, o sol e o vento,
o inverno e o verão, a
graça e a fragrância em
perfumes exuberantes.
Na natureza desfrutamos
do tempo, que cura
(quase) tudo e
transforma a pedra bruta
em construção, os
Espíritos em anjos de
acolhimento e
compreensão, sabedoria e
amor – ao longo de
milênios de depuração.
Sabendo organizar o
tempo, descobrimos o
caminho do
aperfeiçoamento e de
fazer tudo e benfeito.
Devido às nossas
imperfeições, temos
dificuldades com o tempo
e com outras questões,
por exemplo:
Primeiro: guardar
segredo (se você não
quer que saibam, não me
conte, ou não faça nada
que precise guardar
segredo).
Segundo: perdoar uma
ofensa. Depois eu até
perdoo, mas na hora me
irrito bastante, e a
lição que aprendo é que
irritação é tempo
perdido.
E terceiro: aproveitar o
tempo. Eu invejo as
pessoas que sabem
administrar bem o seu
tempo. Eu convivo com
uma pessoa assim, mas
ainda não aprendi;
confesso minha
desorganização e demora
em fazer primeiro as
primeiras coisas – quase
sempre é de última hora.
Oh! O tempo, aquele que
traz a seca e a poeira,
o vento e o frio, as
manhãs geladas, é o
mesmo que traz o verão
quente e acolhedor, é o
mesmo que ilumina a
paisagem com as
multicoloridas flores da
primavera, as árvores
que se pintam e se
vestem de maravilhosa
folhagem e floração.
O dinheiro é uma ilusão
necessária à vida na
Terra. Como um visgo,
prende muitos no ter, e
eles deixam de ser: ...
generosos, amigos,
irmãos, companheiros. Na
vida do Além ele não é
moeda, é um crédito que
se adquire pelo serviço
no bem, e aquele que
possui pode dispor para
si e para outrem,
sempre.
Por isso, para vencer a
nós mesmos, precisamos
nos afastar do porto
seguro e fazer o melhor
que pudermos, enquanto é
dia e temos tempo,
porque amanhã será outro
dia, e poderá ser tarde
para lamentar o tesouro
perdido que guardamos
inútil ou furtamos
daqueles que amamos na
acomodação, deixando
passar vazio e
infrutífero, valor que
não mais retornará.
O dinheiro não soluciona
problemas, mas ajuda a
resolver muitos deles.
Vivamos de tal forma
que, antes de ter
dinheiro, tenhamos
consciência; antes de
querer ter razão,
sejamos felizes,
respeitados, tratando
também nosso semelhante
assim.
No caminho do Cristo,
rememoremos os passos
humildes e abnegados do
jovem nazareno, que nos
ensinou: “faz o bem
enquanto dispõe de tempo
e de recursos, para
instalar auxílio e
conforto, equilíbrio e
bondade em torno de si”.
Arnaldo
Divo Rodrigues de
Camargo é editor da
Editora EME