Artigos

por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

O tempo e o dinheiro


Procure descobrir o seu caminho na vida. Ninguém é responsável por nosso destino, a não ser nós mesmos
. (Chico Xavier)


Tenho aprendido com a natureza a maravilha da obra de Deus. As paisagens ajardinadas, as árvores, as flores e os frutos em formas e cores diversas, coloridas e de sabores inigualáveis, que repontam da Bondade do Pai, conjugando a terra e a chuva, o calor e o adubo, o sol e o vento, o inverno e o verão, a graça e a fragrância em perfumes exuberantes.

Na natureza desfrutamos do tempo, que cura (quase) tudo e transforma a pedra bruta em construção, os Espíritos em anjos de acolhimento e compreensão, sabedoria e amor – ao longo de milênios de depuração. Sabendo organizar o tempo, descobrimos o caminho do aperfeiçoamento e de fazer tudo e benfeito.

Devido às nossas imperfeições, temos dificuldades com o tempo e com outras questões, por exemplo:

Primeiro: guardar segredo (se você não quer que saibam, não me conte, ou não faça nada que precise guardar segredo).

Segundo: perdoar uma ofensa. Depois eu até perdoo, mas na hora me irrito bastante, e a lição que aprendo é que irritação é tempo perdido.

E terceiro: aproveitar o tempo. Eu invejo as pessoas que sabem administrar bem o seu tempo. Eu convivo com uma pessoa assim, mas ainda não aprendi; confesso minha desorganização e demora em fazer primeiro as primeiras coisas – quase sempre é de última hora.

Oh! O tempo, aquele que traz a seca e a poeira, o vento e o frio, as manhãs geladas, é o mesmo que traz o verão quente e acolhedor, é o mesmo que ilumina a paisagem com as multicoloridas flores da primavera, as árvores que se pintam e se vestem de maravilhosa folhagem e floração.

O dinheiro é uma ilusão necessária à vida na Terra. Como um visgo, prende muitos no ter, e eles deixam de ser: ... generosos, amigos, irmãos, companheiros. Na vida do Além ele não é moeda, é um crédito que se adquire pelo serviço no bem, e aquele que possui pode dispor para si e para outrem, sempre.

Por isso, para vencer a nós mesmos, precisamos nos afastar do porto seguro e fazer o melhor que pudermos, enquanto é dia e temos tempo, porque amanhã será outro dia, e poderá ser tarde para lamentar o tesouro perdido que guardamos inútil ou furtamos daqueles que amamos na acomodação, deixando passar vazio e infrutífero, valor que não mais retornará.

O dinheiro não soluciona problemas, mas ajuda a resolver muitos deles. Vivamos de tal forma que, antes de ter dinheiro, tenhamos consciência; antes de querer ter razão, sejamos felizes, respeitados, tratando também nosso semelhante assim.

No caminho do Cristo, rememoremos os passos humildes e abnegados do jovem nazareno, que nos ensinou: “faz o bem enquanto dispõe de tempo e de recursos, para instalar auxílio e conforto, equilíbrio e bondade em torno de si”.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita