Escola fechada
A educação exige os maiores cuidados, porque influi
sobre toda a vida.
Sêneca
Em relação às crianças, quando leio os jornais, noto que
a principal preocupação tem sido que a escola possa
continuar virtualmente, sobretudo porque as lições
diárias as mantêm ocupadas.
Escola fechada (só funciona na modalidade online),
creio que a pandemia oferece uma oportunidade para que a
família possa descobrir maneiras próprias de aprender e
os pais tanto auxiliando quanto funcionando como
professores. Por exemplo, explicar ao filho como um
aspirador de pó funciona, uma máquina de lavar... No dia
a dia, pedir à criança para estender a roupa, costurar,
cuidar do animal de estimação, cuidar das plantas,
aproveitando os dias de chuva para o adulto, sem pressa,
abordar o ciclo da água, a importância da coleta
seletiva do lixo…
Na minha infância, além do jardim, eu achava a cozinha
um lugar bastante interessante. Aprendi a ter as
primeiras noções de física e química ali, experimentando
misturar ovos e farinha para os bolos, assando as tortas
de verduras, as minhas favoritas. A cozinha é, sem
dúvida, um laboratório excelente para a criança. Ela,
supervisionada por um adulto, pode testar as primeiras
receitas, fazer vídeos. Além disso, e para todo mundo,
aprender a cozinhar não é um luxo, mas sim uma
necessidade.
Se a família lê, esta época de restrições oferece também
uma chance excelente de propor às crianças que elejam um
livro ou, ainda, que adira a família à leitura coletiva.
Ou seja, um membro da família lendo um único livro meia
hora todos os dias.
Na casa, há inúmeras possibilidades para valiosos
aprendizados. O mais importante? Que os pais também
passem tempo com os filhos, convivendo, interagindo,
inventando brincadeiras, pois as crianças têm
necessidade da presença (atenta) dos pais.
Quando o confinamento acabar, certamente as crianças
quererão encontrar-se com outras crianças para correr,
brincar, pular, gritar, cantar… e tudo mais que cabe na
infância.
Notinha
Durante o confinamento é importante manter o diálogo com
a criança, dando valor a seus receios e questionamentos.
Além disso, manter os filhos conscientes e informados
sobre a doença (coronavírus), enfatizando a respeito das
medidas de prevenção. Em termos simples, tudo precisa
ser sincero, objetivo, esclarecedor, o adulto escolhendo
a linguagem de acordo com a idade da criança. Não
esquecer que a melhor forma de ensinar sempre foi e
sempre será o exemplo (não adianta incentivar o uso do
álcool gel se o filho nunca vê o pai ou a mãe
passando-o).
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