Mãe
“Honrarás pai e mãe" – a Lei determina. Não te
esquecerás, porém, de que nove meses antes que os outros
te vissem a face, a tua presença na Terra era um segredo
da vida, entre o devotamento e o Mundo Espiritual.
Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher
frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que
desabrochasses à luz, e trazendo o ideal da felicidade
como sendo uma taça transbordante de sonhos, preferiu
trocá-los por lágrimas de sofrimento, para que tivesses
segurança no berço.
Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas
particularmente a ela que transfigurou em força a
própria fraqueza, a fim de preservar-te.
Quando o mundo te aclama a cultura ou o poder, o renome
ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou
o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também
atravessou longos meses de vigília, esperando que
viesses a pronunciar as palavras primeiras, para melhor
escravizar-se à execução de teus desejos.
Muitos disseram que ela estava em delírio, cega de amor,
que nada via senão a ti, entretanto, compreenderás que
ela precisava de uma ternura assim sobre-humana, de modo
a esquecer-se e suportar-te as necessidades, até que lhe
pudesses dispensar, de todo, o carinho.
Se motivos humanos a distanciam, hoje de ti, que isso
aconteça tão-só na superfície das circunstâncias, nunca
nos domínios da alma, porque, através dos fios ocultos
do pensamento, sentir-lhe-ás os braços, sustentando-te
as esperanças e abençoando-te as horas.
Nunca ferirás tua mãe. Ainda quando o discernimento te
coloque em posição diversa, em matéria de opinião.
Porque ela se tenha habituado a interpretação diferente
do mundo, não lhe dilaceres a confiança com apontamentos
intempestivos e espera, com paciência, que o tempo lhe
descortine novos horizontes, relativamente à verdade.
‘Honrarás pai e mãe – a Lei determina. Não te
esquecerás, porém, de que se teu pai é o companheiro
generoso que te descerrou o caminho para a romagem
terrestre, tua mãe é o gênio tutelar que te acompanha os
passos, em toda a vida, a iluminar-te o coração por
dentro, com a bondade e a perseverança da luz de uma
estrela.
Página psicografada pelo
médium Francisco Cândido Xavier, publicada no livro Mãe
(Antologia Mediúnica).
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