No dia 5 de dezembro de 1934, Humberto de Campos morreu.
Três meses depois, Chico teve um sonho. As cenas eram
nítidas demais. Ele deparou com um grupo de
desconhecidos, embaixo de uma árvore enorme e
transparente como cristal, sob um céu muito azul e
brilhante. Não havia casas em volta. Um dos estranhos se
destacou da multidão, caminhou em sua direção, estendeu
a mão e disse: "Você é o menino do Parnaso? Eu
sou Humberto de Campos". As lembranças terminaram aí,
mas deixaram o rapaz cismado. Qual o sentido daquele
sonho? Três meses depois, ele saberia. Textos assinados
por Humberto de Campos cairiam do céu um após o outro.
Em março de 1935, a mão de Chico colocou no papel as
primeiras linhas assinadas pelo ex-imortal. Sob o título
"A Palavra dos Mortos", o escritor se apresentava como
uma testemunha do "trabalho intenso das coletividades
invisíveis pelo progresso humano".
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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