Enquanto o coronavírus avança, os
suicídios também avançam
É significativa e louvável a conjugação de
esforços mundiais para se equacionar a ameaça de
mais um vírus espalhando-se pela superfície da
Terra, indiscriminadamente ceifando vidas,
assombrando os cidadãos que se encontram
perplexos mais uma vez diante de tão poderosa
força da Natureza.
Nesta data1 as estatísticas acusavam
a morte de 154.350 pessoas por conta destas
minúsculas “criaturas”, desafiando mais uma vez
iminentes sábios a decifrá-las e principalmente
controlá-las, como no passado outros, diante de
ameaça semelhante, também assim o fizeram.
São cíclicos fenômenos que se apresentam
enquanto a Humanidade não se resolve a viver de
forma mais harmônica, sem tantas e gritantes
desigualdades entre aqueles que constituem as
suas muitas sociedades.
O momento é de extrema imoralidade, falta de
ética, atitudes egoístas por todos os lados, que
juntas criam a necessidade de renovar o Planeta,
como anteriormente já aconteceu. Certamente, em
breve, por meio de pesquisas, a ciência médica
chegará a entender e controlar mais uma vez este
indesejado vírus, deixando de apavorar todos
aqueles que morrem
de medo de morrer,
ou seja, a esmagadora maioria dos habitantes da
Terra.
Enquanto assistimos ao caminhar de mais esta
epidemia, há outra que avança também inexorável,
silenciosa, sorrateira, cruel, há muito mais
tempo do que a do Coronavírus (COVID-19), é a
dos suicídios. Estatísticas recentes apontam
para 800.000 suicídios por ano2.
Considerando que a doença foi identificada pela
primeira vez em Wuhan, na província de Hubei,
República Popular da China, em 1 de dezembro de
2019 e, descartando as teorias da conspiração
que sugerem que o vírus foi criado anteriormente
em laboratório e liberado com fins escusos e
cruéis, temos até os dias de hoje, um pouco mais
de 4 meses desde o seu surgimento, todavia, o
número de suicídios correspondentes a um período
equivalente de quase 2 vezes mais.
Em um ano, deixaram prematuramente o mundo
800.000 Espíritos que seguramente terão de
passar por sofrimentos variados em função de
terem abandonado a existência antes do tempo
marcado, e mais, em função do temor que está
sendo difundido atualmente por conta da
epidemia, ou por conta de pensamento
materialista que não entende a continuidade da
vida, é bem possível que o número de suicídios
recrudesça pois, já sem esperanças, e diante de
quadro tão sinistro, o Espírito desiludido e
desesperançado, pode acelerar a sua decisão de
abandonar esta ingrata vida.
O Espírito que está desencarnando por conta da
epidemia, de modo geral, não passará pelas
agruras que os suicidas serão obrigados a
atravessar. Estes enfrentarão um desfecho
contundente, pois a primeira impressão após a
“morte” será a da desilusão, uma vez que
confirmarão estarem ainda muito bem vivos.
Este momento de
desencanto e desapontamento foi magistralmente
relatado por Emmanuel:3
“Quando o suicida acordou no Mais Além, trazendo
a chaga em sangue que abrira em si mesmo, gritou
espantado para os Céus:
- Meu Deus, meu Deus, onde a morte em que
entrei?
Uma voz, porém, lhe respondeu aos ouvidos da
consciência profunda:
- Meu filho;
sairás da morte, tantas vezes quantas forem
necessárias, mas da vida, jamais”. 3
Esta é a nossa lembrança para que não esqueçamos
daqueles que, em função de pressões diversas,
desistiram dessa preciosa oportunidade dada por
Deus a todos nós, ou seja, a de viver
continuamente, tantas vezes quantas forem
necessárias para evoluir até alcançar a relativa
perfeição, meta final de todos nós.
Oremos por eles.
Referências:
1 Covid-19 Acesso
em 18/04/2020.
2 BBC
Brasil Acesso em
18/04/2020.
3 XAVIER,
Francisco C. Recados do Além. Pelo
Espírito Emmanuel. Ano da publicação: 1958. Imortalidade.