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por Rogério Miguez

 

Enquanto o coronavírus avança, os suicídios também avançam


É significativa e louvável a conjugação de esforços mundiais para se equacionar a ameaça de mais um vírus espalhando-se pela superfície da Terra, indiscriminadamente ceifando vidas, assombrando os cidadãos que se encontram perplexos mais uma vez diante de tão poderosa força da Natureza.

Nesta data1 as estatísticas acusavam a morte de 154.350 pessoas por conta destas minúsculas “criaturas”, desafiando mais uma vez iminentes sábios a decifrá-las e principalmente controlá-las, como no passado outros, diante de ameaça semelhante, também assim o fizeram.

São cíclicos fenômenos que se apresentam enquanto a Humanidade não se resolve a viver de forma mais harmônica, sem tantas e gritantes desigualdades entre aqueles que constituem as suas muitas sociedades.

O momento é de extrema imoralidade, falta de ética, atitudes egoístas por todos os lados, que juntas criam a necessidade de renovar o Planeta, como anteriormente já aconteceu. Certamente, em breve, por meio de pesquisas, a ciência médica chegará a entender e controlar mais uma vez este indesejado vírus, deixando de apavorar todos aqueles que morrem de medo de morrer, ou seja, a esmagadora maioria dos habitantes da Terra.

Enquanto assistimos ao caminhar de mais esta epidemia, há outra que avança também inexorável, silenciosa, sorrateira, cruel, há muito mais tempo do que a do Coronavírus (COVID-19), é a dos suicídios. Estatísticas recentes apontam para 800.000 suicídios por ano2.

Considerando que a doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, República Popular da China, em 1 de dezembro de 2019 e, descartando as teorias da conspiração que sugerem que o vírus foi criado anteriormente em laboratório e liberado com fins escusos e cruéis, temos até os dias de hoje, um pouco mais de 4 meses desde o seu surgimento, todavia, o número de suicídios correspondentes a um período equivalente de quase 2 vezes mais.

Em um ano, deixaram prematuramente o mundo 800.000 Espíritos que seguramente terão de passar por sofrimentos variados em função de terem abandonado a existência antes do tempo marcado, e mais, em função do temor que está sendo difundido atualmente por conta da epidemia, ou por conta de pensamento materialista que não entende a continuidade da vida, é bem possível que o número de suicídios recrudesça pois, já sem esperanças, e diante de quadro tão sinistro, o Espírito desiludido e desesperançado, pode acelerar a sua decisão de abandonar esta ingrata vida.

O Espírito que está desencarnando por conta da epidemia, de modo geral, não passará pelas agruras que os suicidas serão obrigados a atravessar. Estes enfrentarão um desfecho contundente, pois a primeira impressão após a “morte” será a da desilusão, uma vez que confirmarão estarem ainda muito bem vivos.

Este momento de desencanto e desapontamento foi magistralmente relatado por Emmanuel:3

“Quando o suicida acordou no Mais Além, trazendo a chaga em sangue que abrira em si mesmo, gritou espantado para os Céus:

- Meu Deus, meu Deus, onde a morte em que entrei?

Uma voz, porém, lhe respondeu aos ouvidos da consciência profunda:

- Meu filho; sairás da morte, tantas vezes quantas forem necessárias, mas da vida, jamais”. 3

Esta é a nossa lembrança para que não esqueçamos daqueles que, em função de pressões diversas, desistiram dessa preciosa oportunidade dada por Deus a todos nós, ou seja, a de viver continuamente, tantas vezes quantas forem necessárias para evoluir até alcançar a relativa perfeição, meta final de todos nós.

Oremos por eles.

 

Referências:

1 Covid-19 Acesso em 18/04/2020.

2 BBC Brasil Acesso em 18/04/2020.

3 XAVIER, Francisco C. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. Ano da publicação: 1958. Imortalidade. 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita