Uma senhora de 40 anos, muito apegada a uma irmã que
veio a falecer de parada cardíaca, entubou-se de
desespero. Profunda e quase irreal era a dor que sentia.
Numa tarde de outono, Divaldo estava na cidade com Chico
e a conflitada senhora foi procurá-lo. “Divaldo”, relata
ela, “não consegui conformação na perda desta irmã. Era
minha irmã confidente, minha irmã gêmea. Hoje percebo
quanto a amava. O senhor tem algo a dizer que afinal me
alivie? Por que devo sofrer tamanha dor?“ Ele lhe
respondeu: “Minha irmã, quem ama não sofre”.
No olhar da senhora um estranho brilho se refletiu. Ela conhecia
a Doutrina Espírita, sabia teoricamente o que acabara de ouvir.
Sim, a morte destrói o corpo físico, a pessoa desaparece do
mundo material e os nossos sentimentos se expressam através dos
sentidos, embora sejam independentes do organismo. Sim, há
diferença entre saber e vivenciar. Aquela pequena frase dita por
Divaldo, naquelas circunstâncias, iria remotivar sua vida e dar
início a uma nova etapa em sua experimentação existencial. O
poder da palavra reanimadora era a mensagem que é energia na
expansão da consciência. Em outras palavras, precisamos ter
paciência e compreensão conosco mesmo, ante as adversidades da
vida. A medicina terrestre não tem nem nunca terá remédio para a
dor da saudade e a brecha do vazio existencial. São dores da
alma, lá aonde não chegam os efeitos de sedativos ou
barbitúricos. Inobstante, por obra da misericórdia Divina, junto
com o mal, vem o remédio. Para as dores espirituais, o
medicamento tem que ser espiritual.
Benditas palavras confortadoras que auxiliam no alívio dessas
dores!
Do livro Lições de Sabedoria, de Marlene Rossi Severino
Nobre.
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