A força que engrossa o fio da
vida
O escritor Marcel Souto Maior, em seu livro As
lições de Chico Xavier (Para quem acredita e
para quem quer voltar a acreditar), no
capítulo A força do trabalho, conta que
Chico Xavier ensinava que o trabalho engrossa o
fio da vida, sendo essa a receita dele contra
todos os males. Que, quando Chico já estava
doente, ao ver multidões de plantão na calçada
em frente à sua casa, à espera de um contato com
ele, deixava escapar, o seguinte trocadilho: -
Pá, pessoal! Pá!
Os admiradores, sem entender o recado,
retribuíam: - Paz!
A lição que fica para todos nós, caminhantes
pelas estradas evolutivas da vida, é que
assumamos e empreguemos as nossas “pás” nos
serviços da seara do Mestre Jesus, envidando
esforços nos trabalhos de amansamento do terreno
da consciência, a fim de semear a semente do bem
e produzir frutos em forma de virtudes.
A questão 674 de O Livro dos Espíritos esclarece-nos
que: o trabalho é lei da Natureza; que, por
essa razão, constitui uma necessidade, e a
civilização obriga o homem a trabalhar mais,
porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.
Em seguida, na questão 675 do mesmo livro, vamos
aprender que por trabalho devemos entender as
ocupações materiais e as espirituais, haja vista
a resposta do Espírito de Verdade: o espírito
trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil
é trabalho.
Já tivemos várias notícias a respeito de pessoas
que, passando por aflições diversas, procuravam
por Chico Xavier, a fim de tomar um passe e
buscar uma solução, até mesmo mágica, para os
seus problemas; entretanto, elas recebiam como
resposta, por parte dele, a orientação para a
terapia no trabalho, ou seja, a se ocuparem com
as coisas úteis do dia a dia, tendo em vista que
a mente, quando desocupada, ou ocupada com as
inutilidades do cotidiano, torna-se suscetível à
aquisição de sofrimentos e enfermidades.
Então, a receita que Chico Xavier costumava
passar para muitos que o procuravam, era o
trabalho, recomendando-lhes a vigilância, a
oração e a abnegação nos serviços de promoção do
bem ao próximo e a si mesmo, isto é, a vivência
na caridade, seguindo os exemplos de Jesus
Cristo, que disse certa vez: O meu Pai
trabalha até agora, eu também trabalho (João
5:17), demonstrando, assim, que a força do
trabalho engrossa o fio da vida, dando-lhe
sentido e fortalecendo-nos, moralmente, na
caminhada evolutiva da vida.