Reencarnações: -
quantas?...
Pensando na reencarnação, nas vidas sucessivas e nas
existências terrenas, veio-me à mente uma “simples” e
“curiosa” indagação: quantas vezes eu teria reencarnado?
De início, busquei pista para alguma resposta em “O
Livro dos Espíritos”, escrito por Allan Kardec, com
amparo de Espíritos elevados.
Sobre tão instigante quanto transcendental tema,
encontrei Kardec, naquela abençoada obra, como sempre,
perguntando àqueles Espíritos que o acompanharam e
arrimaram na Codificação da Doutrina dos Espíritos, e
eles respondendo:
168. É limitado o número das existências corporais,
ou o Espírito reencarna perpetuamente?
“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para
diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de
todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas
da vida corporal”.
169. É invariável o número das encarnações para todos
os Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se
forra. Todavia, as encarnações sucessivas são
sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito”.
170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última
encarnação?
“Espírito bem-aventurado; puro Espírito”.
171. Em que se funda o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente
repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos
uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que
seria injusto privar para sempre da felicidade eterna
todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não
são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas
se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os
castigos sem remissão”.
De posse dessas respostas, e sobre elas, Allan Kardec
elaborou extensas reflexões, sintetizadas logo abaixo da
questão acima, que muito ajudam ao entendimento do que
registraram os Benfeitores sobre as reencarnações, isto
é, as vidas sucessivas de cada Espírito:
- Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus
lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes
as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes
concede realizar, em novas existências, o que não
puderam fazer ou concluir numa primeira prova;
- Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua
bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam
encontrado, oriundos do próprio meio onde foram
colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos
ao seu melhoramento;
- A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em
admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é
a única que corresponde à ideia que formamos da justiça
de Deus para com os homens que se acham em condição
moral inferior;
- A única que pode explicar o futuro e firmar as nossas
esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos
os nossos erros por novas provações. A razão no-la
indica e os Espíritos a ensinam;
(...) - Quem é que, ao cabo da sua carreira, não
deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já
não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa
experiência tardia não fica perdida; o Espírito a
utilizará em nova existência.
Fácil deduzir o bom senso de Kardec: não perguntou aos
Invisíveis qual o número das encarnações para
todos os Espíritos, mas sim, se limitado, perpétuo,
invariável, ou infinito.
E os elevados Espíritos responderam, economicamente:
— São numerosas, as reencarnações, dependendo do
progresso de cada um! A última encarnação ocorre quando
o Espírito fica sem impurezas, sendo os bem-aventurados,
puros Espíritos.
Nota: Com essas informações deparei-me com
impressionante registro contido na obra “Evolução em
Dois Mundos”, do Espírito André Luiz, psicografia de
F.C.Xavier e W.Vieira, em 1958, Edição da FEB,
Brasília/DF. No capítulo VI, pg. 53, da 11ª Ed., 1989,
que F.C.Xavier psicografou (em 02.02.1958), à pg. 53
encontramos:
(...) “Princípio inteligente: 15 milhões de
séculos para, como ser pensante, em fase embrionária da
razão, lançar suas primeiras emissões de pensamento
contínuo”.
Salvaguardando a seriedade do autor espiritual da “Nota”
acima, associada às dos médiuns que psicografaram essa
obra, registro que não encontrei na literatura espírita
confirmação desse registro, motivo pelo qual apenas
cito-o como probabilidade de incontáveis reencarnações;
prudente será aguardar que outros Espíritos o
homologuem, por médiuns desconhecidos entre si. Ademais,
meu texto não é absoluto.
Unindo os ensinamentos espíritas acima à Arqueologia,
deduzi: obviamente, resposta numérica ninguém tem, até
porque as trajetórias evolutivas variam, de Espírito
para Espírito, inexistindo a possibilidade matemática de
serem quantificadas, posto que individuais.
Ademais, o número de Espíritos existentes — encarnados e
desencarnados —, só Deus o sabe e o tem.
Restou absolutamente claro, para mim, de que não há como
saber quantas reencarnações vivencia o Espírito.
Não obstante, imagino que talvez a maioria dos
espíritas, como eu, além de não espíritas, mas que
também creem na reencarnação, um dia tiveram a
curiosidade de saber quantas reencarnações já tivemos.
Então, volto às lições contidas em “O Livro dos
Espíritos” e lembro que pelas orientações dos Espíritos
evoluídos, sempre citando a Justiça Divina e a Lei de
Causa e Efeito: o Espírito, vindo dos reinos inferiores
(Kardec não cita quais, só do reino animal para o
racional...), ao adentrar no reino da inteligência
contínua, ali chega simples e ignorante; dotado, porém,
de inteligência, consciência e livre-arbítrio; são-lhe
colocados ao alcance todos os meios de usar esses
sublimes atributos para evoluir, o que é de
responsabilidade única e exclusiva dele.
E como corolário do Amor do Criador, todos têm à frente
a bênção das vidas sucessivas: em cada uma delas,
consoante o emprego feito, para o bem ou para o mal,
esse Espírito evoluirá com maior ou menor número de
reencarnações, respectivamente.
Este artigo é singela tentativa de demonstrar a bondade
infinita de Deus e na Justiça Divina, que através das
reencarnações concede-nos incontáveis oportunidades de
evolução — quantas necessárias sejam.
Unindo os pródromos da reencarnação, acima, imaginei
fundamentos para formular não mais que simples
suposição: se cada existência terrena do ser com pensamento
contínuo (o homem) durar 100 (cem) anos, e que após
desencarnar, o Espírito permaneça outros 100 (cem) anos
no plano espiritual, em seguida reencarnando, teria que
ocorrem cinco reencarnações de cada Espírito, por
milênio.
Aplicando esses dados imaginários às descobertas e aos
estudos da Antropologia e da Arqueologia, poderiam
acontecer:
- homo sapiens (local ignorado) - 400 mil anos =
2.000 reencarnações;
- homo sapiens neanderthal - 80 mil anos = 400
reencarnações;
- cro magnon (França) - 38 mil anos = 190
reencarnações.
Vi, depressa, que é impossível para qualquer pessoa
sequer aproximar-se da informação de quantas vezes já
teria reencarnado, nem mesmo em sonhos, ou em devaneios.
Ilações, no caso, se houver, rumam para o infinito...
Única certeza: sendo cada existência terrena uma Bênção
Divina, e como já tivemos tantas, bem como com certeza
mais teremos, nossa gratidão ao Pai Maior há de ser para
sempre.
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