Ver fotos de pessoas felizes nas redes sociais
te alegra ou entristece?
Há algum tempo percebemos, assim como muita
gente, os efeitos das mídias sociais em nossas
vidas, influenciando comportamentos e até
intervindo na melhora ou piora de nosso ânimo.
Por isso fomos a campo entrevistar algumas
pessoas para que pudéssemos colher mais
informações acerca da felicidade estampada nas
redes sociais e sua influência em nosso ânimo.
Vale lembrar que a pergunta foi feita a pessoas
que estão passando por algum transtorno
psíquico.
As perguntas que fizemos foi a que dá título a
este texto, e que foi respondida por 40 pessoas.
Dessas 40 pessoas, 33 são mulheres e 07 são
homens, o que em porcentagem representa 82,5% de
mulheres e 17,5% de homens.
Informo que trabalharemos apenas com
porcentagem. Para facilitar a análise, fizemos a
divisão das respostas em 05 grupos, ei-los
abaixo:
Grupo 1 - 32,5% responderam que ao ver foto de
pessoas felizes nas redes sociais ficam mais
tristes, pois comparam com suas vidas e, então,
concluem que têm uma existência bem
desestimulante.
Grupo 2 - Já 22,5% responderam que não ficam
tristes porque sabem que a felicidade das
pessoas é irreal.
Grupo 3 - Também nesta mesma porcentagem, ou
seja, 22,5% responderam que são indiferentes, e
não colocaram, portanto, em suas respostas, a
questão que envolve ser uma felicidade irreal a
das redes.
Grupo 4 - 17,5% dos entrevistados informaram que
ficam felizes ao verem a felicidade alheia, sem,
também, assinalar o tópico da felicidade ser
irreal.
Grupo 5 - E 5% forneceram outras respostas.
Análises das respostas:
Grupo 1 - Percebe-se, neste grupo, uma
influência bem negativa das redes sociais no
ânimo das pessoas. Neste grupo as respostas
apontam para um elemento que é extremamente
nocivo no que diz respeito ao ânimo existencial.
Trata-se da comparação.
Os componentes deste grupo frequentam as redes
sociais, observam os bons momentos dos outros e
fazem comparações com suas próprias vidas.
A comparação é injusta porque é observada apenas
a parte feliz e os bons momentos alheios, o que,
neste tema da comparação, leva a considerar que
a própria vida é feita somente de derrotas e
fracassos, então, óbvio, há uma piora no ânimo
que abre largo espaço para a tristeza e até a
falta de sentido existencial, posto que este
indivíduo está, neste momento, totalmente
contaminado pela ideia materialista.
Toda comparação é, por si mesma, injusta, porque
se observa as coisas de degraus completamente
diferentes, portanto, qualquer choque entre as
realidades comparadas será sempre desigual e
produzirá uma ideia completamente falsa do que
se passa, semeando tristeza e desesperança.
Se algo pode ser dito e, claro, sem a intenção
de deslegitimar este tipo de dor, tomando-a por
bobagem, mas com o intuito de fornecer algum
elemento para a reflexão, é a ideia que os
Espíritos trazem para Kardec referente à inveja.
Afirmam os Espíritos que quem sabe limitar seus
desejos e vê sem inveja o que está acima de si
poupa-se de muitas decepções desta vida.
Grupo 2 – As respostas fornecidas por este grupo
foram bem curiosas. Afirmaram os 22,5% que
responderam à questão proposta que não se
incomodam com fotos de pessoas felizes nas redes
sociais porque sabem que essas fotos e os
momentos vividos e postados nas redes são
irreais, falsos e coisas do gênero.
As respostas fornecidas abrem campo para alguns
questionamentos:
Será que se a felicidade alheia, segundo a
concepção dessas pessoas, fosse real, isso
abalaria os ânimos e traria tristeza?
A indiferença é proveniente apenas porque os
entrevistados consideram ser uma felicidade
falsa a que os outros passam ao expor fotos e
momentos felizes nas redes sociais?
Então, caso haja verdade na felicidade alheia,
isso os abalaria? E se abala, por qual razão?
Por que, como no grupo 1, estabelecem
comparação, ou por que a felicidade alheia
realmente os incomoda?
As respostas para os questionamentos acima
poderão, claro, ter uma pitada de cada coisa.
A ideia não é fechar questão, mas com profunda
sinceridade mergulhar nos questionamentos que
foram abertos e tentar respondê-los.
Claro que cada um trará a sua ou as suas
próprias respostas.
E talvez as respostas tragam algum norte
existencial para os que indicaram indiferença em
face de uma falsa felicidade alheia.
Encontrar-se, saber o que sente e por que sente,
parece uma boa opção para a melhora na qualidade
de vida.
Mas, para encontrar-se, é preciso confrontar-se
numa verdadeira busca por descobrir em qual
degrau da existência que se está.
Grupo 3 – O grupo 3 curiosamente teve a mesma
porcentagem do grupo 2, ou seja, 22,5%.
Este grupo respondeu que é indiferente à
felicidade alheia estampada nas redes sociais, o
que me parece ser, realmente, uma indicação de
que a resposta fornecida foi sincera.
Grupo 4 – Já este grupo afirmou que fica feliz
com a felicidade das pessoas que postam suas
vitórias e bons momentos nas redes sociais.
Um total de 17,5% das pessoas fez esta afirmação
e nada mais foi indicado que pudesse chamar a
atenção.
Grupo 5 – Apenas 5% das pessoas deram outro tipo
de resposta, algumas, aliás, sem qualquer nexo,
o que inviabiliza a análise.
Palavras finais:
A divulgação das ideias que traz o Espiritismo
se faz cada vez mais necessária, haja vista
serem os fundamentos morais trabalhados por
Kardec em parceria com os Espíritos bem
adequados para fornecer um sentido mais amplo à
existência humana.
O fato de abordar de maneira muito clara o tema
imortalidade da alma é significativo.
Compreender a imortalidade da alma é um bom
início para a melhora na qualidade do ânimo,
pois este conceito mostra que a vida não se
resume apenas no “agora" e em fotos “felizes"
postadas nas redes sociais.
A crença de que somos imortais, que há um
futuro, mesmo que não saísse do campo retórico,
ainda seria melhor do que a crença no “nada" e
de que a vida se resume nestes poucos anos na
Terra.
Muitos poderão dizer que a crença na
imortalidade da alma lança, sempre, a felicidade
para depois, posto que nunca dará para
desfrutá-la enquanto encarnados, mas apenas numa
hipotética vida futura.
Os Espíritos, porém, trazem outro ensinamento e
que se contrapõe à objeção acima. Dizem-nos que
um dos elementos que compõem a felicidade do
homem na Terra é a fé no futuro.
E por falar em redes sociais, nunca estivemos
tão bem equipados para divulgar a imortalidade
da alma.
Que aproveitemos e façamos, então, a divulgação
da imortalidade do Espírito com alegria e
sincero desejo de levar um pouco mais de alegria
para tantas existências que se sentem combalidas
pelas lutas internas e externas, próprias de um
mundo de prova e expiação.