Ser uma pessoa que
acredita na justiça
divina através da
reencarnação
“A
reencarnação é o meio, a
educação divina é o
fim.” - Alexandre
(“Missionários da Luz”,
de André Luiz,
psicografia de Chico
Xavier)
Jesus e os seus
discípulos dirigiam-se
para os povoados nas
proximidades de Cesareia
de Filipe. No caminho,
ele lhes perguntou:
"Quem o povo diz que eu
sou?". Eles responderam:
"Alguns dizem que és
João Batista; outros,
Elias; e, ainda outros,
um dos profetas".
“E vocês?", perguntou
ele. "Quem vocês dizem
que eu sou?"
Pedro respondeu: "Tu és
o Cristo".
Jesus os advertiu que
não falassem a ninguém a
seu respeito.
Nessa narrativa do
apóstolo Marcos (8:
27-30), para quem deseja
vencer o preconceito e
as tradições, temos
algumas lições que nos
interessam muito, para
nosso crescimento moral
e espiritual. Jesus
pergunta quem é ele, e
os discípulos, que
acreditavam na
reencarnação, uma ideia
corrente e ensinada pelo
Mestre, dizem o que o
povo pensava. E cita o
profeta Elias, que tinha
vivido mais de oito
séculos antes, ou alguns
dos profetas também
anteriores; somente pela
reencarnação ele poderia
estar de volta.
E Pedro responde que ele
era o enviado de Deus,
quer dizer, que estava
acima dos profetas. E
para usar de um
marketing inteligente,
visto que não havia
redes sociais naquela
época a não ser o “boca
a boca”, recomenda não
falar a ninguém a esse
respeito. É aí que todo
mundo comenta. Tanto é
que os apóstolos
registraram essa
conversa.
Na vida vamos navegando
como se estivéssemos num
barco e em cada porto
encontrássemos mais
alguém. Podemos seguir
juntos ou escolher novos
portos. E em cada porto
temos novos partos e a
família vai aumentando.
O nosso destino é a
primavera, pois todos
desejamos ser felizes, e
o determinismo Divino é
pela nossa perfeição.
Uma lição que aprendi
com a Bíblia foi a
pluralidade de
existências físicas do
Espírito. Este
ensinamento vem, entre
outras passagens, numa
história que une o Velho
ao Novo Testamento.
No Livro de Reis, Elias
clama a Deus que Se
manifeste, e o fogo
surge diante dos
sacerdotes de Baal.
Elias então manda matar
a fio de espada 450
sacerdotes.
O Espírito do profeta
retorna e, no Evangelho
de Mateus, é chamado de
João Batista, que
condena o comportamento
do rei Herodes com sua
cunhada e é morto por
decapitação.
E é Jesus quem afirma
que João é Elias que
voltou, mas não foi
reconhecido. Dizia
Shakespeare: "O que é
que há, pois, num nome?
Aquilo a que chamamos
rosa, mesmo com outro
nome, cheiraria
igualmente bem".
Dentro de mim há quatro
estações. Às vezes sou
verão, decidido; às
vezes sou inverno, meio
calado; de outras vezes
sou outono, em
renovação; e o que eu
mais gosto é de ser
primavera, viver em
alegria e fraternidade
com meu próximo.
A vida se parece com um
trem, que não para além
das estações. Viajam
comigo as lembranças e
saudades de meus pais,
meus irmãos, meus
colaboradores, minha
esposa, meus filhos e
minha vida.
Contando com as
experiências das
estações dos anos que
passaram em minha vida,
chuvas e secas, frios e
calores, não estou
estacionado.
E na estação do tempo
desta existência parece
que chegou o outono, o
tempo de me preparar
para a viagem mais
especial: o retorno para
a vida espiritual, a
verdadeira vida.
Interessante fato que se
manifesta em minha vida
adulta: não sei em que
época me tornei eu. E
por outro lado não sei
se me tornei uma outra
pessoa para os outros.
Parece-me que minha
esposa sempre esteve
comigo e os filhos
sempre existiram ao meu
lado, assim como algumas
pessoas que transitam
pela minha vida. Alguns
desses transeuntes eu
gostaria de ter mais
perto de minha família,
alguns até como filhos e
irmãos. E tudo se
explica pela pluralidade
de existências
corporais.
Arnaldo Divo Rodrigues
de Camargo é editor da
Editora EME.