Nestes tempos
pandêmicos, quem sabe!
Atualmente estou ficando, na maior parte das
vezes, em exercícios de conversação com os meus
botões, acerca do porquê e do para quê destes
tempos pandêmicos.
Como nada na vida é por acaso, e sim por uma
causa, logo tem de haver um motivo que
justifique tal crise. Seria talvez a força da
natureza pedindo à humanidade um basta. Ou uns
bastas.
Um basta a tanta correria; a tanto egoísmo; a
tanta sede de poder; a tanto orgulho; a tanto se
achar que é dona do pedaço; a tanto pensar em si
mesma, sem se amar e sem se conhecer na
essência. Um basta às guerras, aos preconceitos,
às agressões físicas e morais, ao desrespeito à
opinião do outro, às maledicências etc.
Acompanho os noticiários e os vaivéns das
pessoas nestes tempos de pandemia. Notícias que
chocam. Mas também que fazem pensar. Que fazem
agir e que provocam mudanças de hábitos.
Já estamos dando importância ao uso de máscaras
de proteção; à higienização das mãos com água e
sabão líquido ou, na impossibilidade, com álcool
em gel.
Inclusive, já estamos evitando os apertos de
mãos e os abraços físicos, pelo que se pode
desenvolver um sentimento de respeito à
integridade física dos semelhantes e aprendermos
a reverenciar uns aos outros.
Abençoada campanha “fique em casa”, que provoca
um basta às inquietações pela busca incessante
sabe lá de quê. Talvez um basta à priorização
obcecada das conquistas de bens materiais e de
ganhar mais e mais dinheiro.
Campanha abençoada que desacelera os ânimos e
nos coloca dentro de casa, no convívio com os
companheiros de família. Agora, sim, temos tempo
para conversar, trocar umas ideias, colocar os
assuntos em dia, brincar e conhecer uns aos
outros de verdade, e buscar o autoconhecimento.
Sair às ruas, somente em casos estritamente
necessários. Apenas os serviços essenciais
funcionam.
Um detalhe: Enquanto a crise pandêmica vai
passando, as crises econômicas e financeiras vão
chegando. Falta dinheiro. As necessidades
básicas não esperam. Problemas de
relacionamentos vão batendo às portas. E agora,
senhor ou senhora corona, para onde?
Quem sabe, aprenderemos mais a valorizar a vida,
a respeitar mais uns aos outros e a nós mesmos?!
Quem sabe, cresceremos, somando em nós coisas
novas, e aprenderemos a viver e a conviver com
menos dinheiro, contentando com o necessário,
sem esbanjamento, e com menos supérfluos?!
Quem sabe, estaremos menos egoístas e menos
orgulhosos, dizendo não aos preconceitos, às
brigas inúteis da politicagem e dos interesses
pelo poder etc.?!
Quem sabe, aprenderemos a reverenciar o próximo,
e a abraçarmos uns aos outros em vibrações de
paz e de amizade sincera?!
Nestes tempos pandêmicos, quem sabe!