Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Alguns membros da Juventude Espírita do Distrito Federal e de Belo Horizonte visitavam o Chico. Antes de começar a Sessão do LUIZ GONZAGA, palestravam animadamente sobre assunto de Doutrina e a tarefa destinada aos moços espíritas. Uma jovem, desejando orientação e estímulo, colocou o Chico a par das dificuldades encontradas para vencerem o pessimismo de uns, a quietude e a incompreensão de muitos. Poucos queriam trabalho sacrificial, testemunhador do roteiro evangélico, que estava a exigir dos jovens uma vida limpa, correta, vestida de abnegação e renúncia. Na verdade, desejavam colher sem semear.

O Chico ouviu e considerou: — O trabalho das juventudes, com Jesus, tem que ser mesmo diferente. Sua missão será muito difícil e por isso gloriosa.

E recebeu de Emmanuel a seguinte lição:

— Há a cruz de ouro e a cruz de palha, simbolizando nossas tarefas. A de ouro, a mais procurada, pertence aos que querem brilhar, ver seus nomes nos jornais, citados, apontados, elogiados, como beneméritos. Querem simpatia e bom conceito. Se tomam parte em alguma Instituição, desejam, nela, os lugares de mando e de evidência. Querem cargos e não encargos. A de palha, a menos procurada, no entanto, pertence aos que trabalham como as abelhas, escondidamente e em silêncio. Lutam e caminham, com humildade, na certeza de que, por muito que façam, mais poderiam fazer. Não se ensoberbecem com os triunfos, antes se estimulam e se defendem com oração e vigilância, sentindo a responsabilidade que assumiram como chamados, por Jesus, à tarefa diferente. Entendem a serventia das mãos e dos pés, dos olhos e da mente, do coração, enfim, colocando amor e humildade em seus atos, nos serviços que realizam. Por carregarem a cruz de palha, toleram o vômito de um, o insulto de mais outro, a incompreensão de muitos, testemunhando a caridade desconhecida, oferecendo, com o sofrimento e a renúncia, com o silêncio e o bom exemplo, remédios salvadores aos companheiros que os adversam, os ferem e desconhecem a vitória da “segunda milha”.

Os jovens presentes ficaram satisfeitos. Entenderam o trabalho que lhes cabia realizar nas terras do Brasil, o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.

 

Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.




 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita