Lar Jesus Cristo para as almas
materialistas
Estamos em meados do ano 2020, temos uma morada
planetária que dispõe de recursos naturais que
possibilitam nosso bem-estar, a nossa vida, mas até
quando? Desenvolvimento sustentável e consumo consciente
podem estar em consonância, ou é um paradoxo? A
sustentabilidade supre as necessidades da geração atual
e garante suprir as necessidades das gerações
porvindouras. O que temos de concreto para crer que
existem ações que garantem esta continuidade? Consumo
consciente é realmente consciente?
São questões para resolvermos rápido pois sabemos que
temos o dever de preservar os recursos naturais do lar
que nos serve de morada transitória para o nosso
aperfeiçoamento moral, conforme nos explica a Doutrina
espírita: “Nossas diferentes existências corpóreas se
passam todas na Terra? — Não, mas nos diferentes mundos.
As deste globo não são as primeiras nem as últimas, mas
as mais materiais e distanciadas da perfeição”. E
complementa na questão seguinte: “Pode reviver muitas
vezes num mesmo globo, se não estiver bastante adiantada
para passar a um mundo superior”. ¹
Poderemos reencarnar no Planeta e encontraremos o que
entregamos. Há quem defenda que as ações individuais são
ínfimas comparando com as grandes indústrias e empresas,
mas contamos com a assertiva do apóstolo Paulo: “Deus
retribuirá cada um segundo suas obras”. ²
Jesus é o grande arquiteto e construiu esse Orbe
magnificente com o apoio de seus operários espirituais,3 dotou-o
de recursos vários dos quais a humanidade se serve desde
os tempos imemoriais, ocorre que estamos caminhando há
algum tempo para o colapso de tais recursos e nenhum de
nós pode justificar ignorância dos fatos, pois temos
informações por meios sociais, educativos e midiáticos
de tudo o que vem ocorrendo com a nossa casa doada por
Cristo.
Estamos consumindo mais de 30% dos recursos naturais do
que a capacidade de renovação da Terra; se continuarmos
assim, em menos de 50 anos teremos a metade do que
precisaremos, de nossas necessidades de água, energia e
alimentos. 4
O consumismo se reflete no uso de descartáveis, de água
e de energia, a forma como separamos o lixo orgânico e
reciclável e das reais necessidades de aquisição, o que
nos remete a uma questão de Allan Kardec: “Que pensar do
homem que procura nos excessos de toda espécie um
refinamento dos seus gozos” e a resposta: “Pobre
criatura, que devemos lastimar e não invejar, porque
está bem próxima da morte!”.
Kardec quer entender que tipo de morte e pergunta, na
alínea a, da questão, se ela está próxima da morte
física ou moral, e a explicação é: “De uma e de outra” 5.
Assistimos impotentes à poluição do ar, do solo, dos
rios e oceanos. Angustiados, às queimadas nas florestas,
ao corte ilegal das árvores (a Amazônia está
agonizando), à caça e à pesca predatória, ao
aniquilamento de ecossistemas - que é um agravo do
direito de destruição sobre os animais, regulado pela
necessidade de prover a alimentação e segurança. Quando
esse limite é ultrapassado, violamos a Lei Natural. Os
animais, irmãos menores, destroem apenas o que
necessitam, nós, com o nosso livre-arbítrio, destruímos
sem necessidade, como nos explicam os Espíritos na
codificação. 6
Há quem argumente fundamentado nos ensinos espíritas que
processos de renovação são regidos pela Lei de
destruição: tudo se destrói para renascer, e regenerar é
uma transformação, entretanto, neste
mesmo embasamento, a destruição fora do tempo entrava o
desenvolvimento do princípio inteligente, direito
recebido por Deus para viver e se reproduzir. 7
Sejamos exemplos no ambiente doméstico/social, para que
contaminemos as crianças e aqueles que nos cercam; por
menores que sejam as ações, elas refletem. É o mínimo
que podemos fazer para sermos gratos e reconhecidos por
esse bem imenso, a morada que Jesus Cristo nos reservou.
É o legado, se tivermos a grata alegria de voltar a
morar em uma das “muitas moradas da casa do Pai” 8.
Para não trazermos prejuízos para os próximos
habitantes, precisamos agir conscientemente para com os
recursos naturais finitos, atentos às escolhas e à
procedência do que consumimos, uma vez que somos
responsáveis pelos impactos. Nós, que tendemos para o
mesmo fim, salvaguardados pela Igualdade Natural,
agraciados com o brilho do Sol.
Referências bibliográficas:
1. Kardec, A. O Livro dos Espíritos.
Encarnação nos diferentes mundos. Q. 173.
2. BÍBLIA, Paulo. Carta aos Romanos,
2: 6.
3. XAVIER,
F. C. A Caminho da Luz. Espírito Emmanuel. RJ.
FEB, 1938.
4. BRASIL, MMA. O que é consumo
consciente? Disponível em: <clique
aqui> Acesso
em 10 jun. 2020.
5. Kardec, A. O Livro dos Espíritos.
Gozo dos bens da Terra. Q. 714 e 714ª.
6. Kardec, A. O Livro dos Espíritos.
Da Lei de Destruição. Q. 734 e 735.
7. Kardec, A. O Livro dos Espíritos.
Da Lei de Destruição. Q. 728 e 729.
8. BÍBLIA, João
14: 1. “Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus,
crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu
Pai”.
|