A melhora da morte
Se estou condenado, não estou somente condenado à morte,
mas também a defender-me até a morte. Franz
Kafka
Por que as pessoas doentes às vezes melhoram e logo
depois falecem?
Em 1857, na França, um véu se levantou com a publicação
de O Livro dos Espíritos, composto de 1.019
questões sobre diversos temas relacionados com a vida e
a morte, esclarecendo sobre a leis divinas, material e
espiritual.
Posteriormente surgiu a obra O Céu e o Inferno,
edição definitiva, em 1869, reveladora do estado das
almas depois da morte, com exemplos através de
depoimentos de espíritos felizes, espíritos em condições
medianas, espíritos sofredores, suicidas, criminosos
arrependidos e espíritos endurecidos.
No Brasil surgiram diversas obras mediúnicas tratando do
assunto “desencarnação”, que, diferente do termo
“morte”, dá uma esperança e alívio para os familiares,
porque estes entendem que a pessoa querida não morreu,
apenas o seu corpo: ela retornou à vida espiritual,
deixou a carne física, e mantém agora o seu corpo
espiritual, sua inteligência e afeições.
Um desses livros é especial sobre o tema “desencarnação”
porque conta a vinda de uma equipe (composta de dois
médicos, um padre e uma enfermeira) da cidade espiritual
(que envolve a cidade terrena) no Rio de Janeiro,
buscar, em 30 dias, cinco pessoas que estavam na lista
de retorno para a morada verdadeira do espírito. A obra
se chama Obreiros da vida eterna, o autor é André
Luiz, e o médium é Chico Xavier, edição de 1946.
Essa obra trata também de caso de melhora da morte,
quando a equipe inicia o processo de desligamento do
espírito do corpo e ele teme pela morte, ou então, na
maioria das vezes, os parentes que estão junto guardando
o doente oram, fazem novena, vibram intensamente para
que este fique bem, cure-se, melhore, dificultando muito
o processo de desligamento - que é apenas a morte do
corpo físico.
Que fazem então os especialistas da morte? Energizam o
paciente, que melhora da dor, da febre, se acalma e
repousa repentinamente, ficando com característica de
que vai se recuperar. Nessas condições, os familiares
ficam aliviados e se afastam um pouco do doente, para
também descansar e cuidar de suas rotinas ou suas
tarefas diárias ou mesmo dormir.
Nestas condições, os socorristas do Além cumprem a lei
do desatamento físico do espírito da matéria e, quando a
família percebe, o doente vem a falecer em pouco tempo.
Que maravilha seria se todas as religiões tratassem com
essa clareza o verdadeiro retorno à vida espiritual,
auxiliando com pensamentos de amor e carinho, com prece
suave de libertação pelo doente, com fé e na certeza de
sua ida para a cidade espiritual onde se reencontrará
com aqueles que o antecederam.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é
diretor da Editora EME
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