O próximo mais próximo
Já vi e ouvi muitos palestrantes e autoridades
religiosas afirmarem, em seus ensinamentos, que
devemos aprender a amar o próximo mais próximo.
Se mergulharmos bem nessa reflexão, chegaremos à
conclusão de que o próximo mais próximo de mim
sou eu mesmo; que o próximo mais próximo de você
é você mesmo, ou você mesma.
Está aí a lógica do mandamento de Jesus: (...)
amar o próximo como a si mesmo. (Mateus,
capítulo 22, versículo 39.)
Se eu aprender a amar o próximo de mim mesmo,
que sou eu mesmo, logo estarei habilitado a amar
as pessoas com as quais me relaciono no dia a
dia e aquelas que encontro ocasionalmente.
A questão é estarmos bem resolvidos intimamente.
Ou seja: em paz na intimidade, com a consciência
tranquila, sabendo lidar com a autoconvivência e
sempre nos perguntando e nos questionando,
diariamente, se não faltamos a algum dever
com o próximo e se ninguém tem o que se queixar
de nós. (Vide resposta de Santo Agostinho à
questão 919-a, de O Livro dos Espíritos.)
Considerando que o outro é o reflexo de nós
mesmos, logo saberemos e estaremos prontos a
fazer ao outro somente aquilo que gostaríamos
que o outro nos fizesse (Mateus, capítulo 7,
versículo 12; e Lucas, capítulo 6, versículo
31); pois, com certeza, nós nos veremos e nos
identificaremos no outro, que passa a ser,
também, o próximo mais próximo de nós.
Dessa forma, suavizaremos os atritos da
convivência, que não são poucos, e
prosseguiremos juntos em busca da felicidade que
nos é possível aqui na Terra, conforme
ensinamentos contidos nas questões de 920 a 933
de O Livro dos Espíritos.
P.S.:
A título de exemplo e de ilustração ao tema
exposto, sugiro a leitura da Parábola do Bom
Samaritano (Lucas, 10:25-37; Mateus,
22:34-40; Marcos, 12:28-34).