A convivência familiar na
pandemia
A impermanência das situações existenciais
necessita estar em nossas reflexões.
Por quê?
Simples, porque as mudanças são uma realidade
tão palpável quanto a morte.
De um momento para o outro, por exemplo, podemos
ter as nossas rotinas capturadas pelos mais
variados motivos.
E o ano de 2020 escancarou esta verdade.
Por conta da pandemia do COVID 19 tivemos que
rever hábitos e, de maneira abrupta, modificar
nossas rotinas.
Quem saía muito de casa para atividades
profissionais, religiosas, familiares e de
entretenimento tiveram que, necessariamente,
romper com esses hábitos e... passar mais tempo
em família.
Pois bem... passar mais tempo em casa equivale a
dizer que teremos uma maior convivência com
familiares.
Uma maior convivência pode significar mais
dificuldades nos relacionamentos. Aliás, recebi
vários e-mails e mensagens de pessoas
queixando-se que o isolamento social expôs os
problemas familiares, antes camuflados pela
correria do dia a dia.
Minha reação foi sempre a mesma: Boa notícia,
pois agora tivemos a oportunidade de enxergar
coisas que estavam encobertas e, então,
modificá-las, visando a uma melhor qualidade de
vida em família e o estreitar desses laços,
colocados, aliás, pelos Espíritos como uma lei
natural.
E diante de tão grave tema – A convivência em
família – rico e que se desdobra em variados
pontos a abordar, levantarei, até pelo espaço,
um dos tópicos que considero importante: O
perdão, ou melhor, o excesso de perdão.
Proponho o oposto: não perdoar, principalmente
nesses tempos de pandemia e convivência mais
estreita.
Como assim? É de espantar, não é mesmo?
O ideal é viver mais leve, utilizando-se da
compreensão.
A equação é esta: Compreender mais e ofender-se
menos é igual a zero perdão.
Há um déficit de realidade que necessita ser
trabalhado para que não fiquemos, a todo tempo,
sentindo-nos ofendidos pelas pisadas na bola do
outro e que, certamente, até pela maior
proximidade, ocorrerão ainda mais.
Então, faz-se, fundamental, entender o local
onde estamos.
E onde estamos? No planeta Terra, mundo de
provas e expiações, habitado por Espíritos ainda
muito limitados, que buscam, por meio das provas
reencarnatórias, evoluir.
Portanto, nesses tempos de maior convivência em
família, vale cultivar um pouco mais de leveza,
menos cobrança e mais foco no que realmente
importa: Esforçar-se para ter uma convivência
saudável em família, pois este núcleo é
fundamental ao nosso progresso moral.