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por Wellington Balbo

 

A convivência familiar na pandemia


A impermanência das situações existenciais necessita estar em nossas reflexões.

Por quê?

Simples, porque as mudanças são uma realidade tão palpável quanto a morte.

De um momento para o outro, por exemplo, podemos ter as nossas rotinas capturadas pelos mais variados motivos.

E o ano de 2020 escancarou esta verdade.

Por conta da pandemia do COVID 19 tivemos que rever hábitos e, de maneira abrupta, modificar nossas rotinas.

Quem saía muito de casa para atividades profissionais, religiosas, familiares e de entretenimento tiveram que, necessariamente, romper com esses hábitos e... passar mais tempo em família.

Pois bem... passar mais tempo em casa equivale a dizer que teremos uma maior convivência com familiares.

Uma maior convivência pode significar mais dificuldades nos relacionamentos. Aliás, recebi vários e-mails e mensagens de pessoas queixando-se que o isolamento social expôs os problemas familiares, antes camuflados pela correria do dia a dia.

Minha reação foi sempre a mesma: Boa notícia, pois agora tivemos a oportunidade de enxergar coisas que estavam encobertas e, então, modificá-las, visando a uma melhor qualidade de vida em família e o estreitar desses laços, colocados, aliás, pelos Espíritos como uma lei natural.

E diante de tão grave tema – A convivência em família – rico e que se desdobra em variados pontos a abordar, levantarei, até pelo espaço, um dos tópicos que considero importante: O perdão, ou melhor, o excesso de perdão.

Proponho o oposto: não perdoar, principalmente nesses tempos de pandemia e convivência mais estreita.

Como assim? É de espantar, não é mesmo?

O ideal é viver mais leve, utilizando-se da compreensão.

A equação é esta: Compreender mais e ofender-se menos é igual a zero perdão.

Há um déficit de realidade que necessita ser trabalhado para que não fiquemos, a todo tempo, sentindo-nos ofendidos pelas pisadas na bola do outro e que, certamente, até pela maior proximidade, ocorrerão ainda mais.

Então, faz-se, fundamental, entender o local onde estamos.

E onde estamos? No planeta Terra, mundo de provas e expiações, habitado por Espíritos ainda muito limitados, que buscam, por meio das provas reencarnatórias, evoluir.

Portanto, nesses tempos de maior convivência em família, vale cultivar um pouco mais de leveza, menos cobrança e mais foco no que realmente importa: Esforçar-se para ter uma convivência saudável em família, pois este núcleo é fundamental ao nosso progresso moral.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita