Esquecimento
Não te rebeles contra o esquecimento em que te
mergulhas, na experiência da Terra, e aprende a
valorizar o minuto para materializar o bem, assim como o
tecelão aproveita o fio para fazer a própria vestidura.
Sob a neblina da carne, reencontramo-nos pontualmente
uns com os outros para corrigir e sublimar. A
consanguinidade, por isso mesmo, quase sempre é o
bendito santuário do reajuste.
Aí dentro, nos altares invisíveis do coração, é possível
desculpar sempre, ajudar sem repouso e repetir suaves
lições de humildade, a fim de que nossa alma se
desenfaixe de pesados compromissos com as sombras.
Não te preocupes se a memória anestesiada pela
Misericórdia Divina se revela incapaz de reconhecer os
adversários e as afeições de ontem. Em ti mesmo, por
tuas tendências e princípios, sabes quem foste.
E, em teu lar, pelos conflitos e necessidades que a
experiência doméstica te apresenta, sabes o que deves.
Somos ainda o reflexo do que fomos
Obtemos do mundo o que merecemos.
Desse modo, saibamos retificar o passado, com a
observância do bem, nas horas do presente, e o porvir
responder-nos-á com a seara de amor e luz, paz e alegria
que nos propomos alcançar.
A luta terrestre é campo imenso, em cuja superfície
podemos projetar as sementes da bondade, todos os dias.
Comecemos, porém, pelo canteiro de casa.
Nossos pais e nossos filhos, o esposo e a esposa, o
irmão e o amigo são leiras de espiritualidade, esperando
por nossas demonstrações de concurso fraterno.
Não olvides a aplicação dos ensinamentos de Jesus, por
onde segues, e o esquecimento transitório da vida física
surgir-te-á como sendo a ponte bendita de acesso à
sublimação integral.
Do livro Mãos Marcadas, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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