Divina fé
Vejamos como se comportava Jesus no trato da fé que lhe
abrasava o coração, a fim de que não nos falte
entendimento no cultivo da sublime virtude.
Anjo entre os Anjos, não desdenha descer ao convívio dos
homens, mais para padecer-lhes a brutalidade do que para
engalanar-se, de pronto, com os louros da simpatia e da
compreensão que lhe pudessem ofertar.
E entre os homens, ninguém lhe surpreende o mínimo gesto
de intolerância, à frente dos problemas que se lhe
impõem à bandeira de redenção.
Não exige que os outros lhe adotem a cartilha de
confiança.
Não perde tempo em controvérsias, acerca da essência e
atributos da natureza de Deus.
Não se converte em suposto advogado do Criador para
maldizer ou ferir as criaturas enrijecidas na
delinquência.
Não indaga quanto à convicção religiosa daqueles que lhe
pedem assistência e consolo.
Não preceitua condições deste ou daquele teor, em
matéria de crença, para que se administre a luz do
Evangelho.
Não se arvora em profeta da destruição e do pessimismo,
conjugando revelação e perturbação, conhecimento e
terror no ânimo dos ouvintes.
Não solicita vantagens particulares, auxiliando sempre,
sem cogitar de auxílio a si mesmo.
Não promove ligações com os príncipes e sacerdotes do
mundo para prestigiar os princípios de amor dos quais se
tornara intérprete.
Não recusa sofrer agravos e insultos, calúnias e prisão
por parte daqueles a quem confiara o tesouro das
esperanças mais puras, a pretexto de garantir-se na
posição de medianeiro celeste.
E, por último, não recorre nem mesmo à proteção da
justiça humana, para exonerar-se da cruz em que
desfalece, entre a serenidade e o perdão, em plenitude
de obediência.
Observemos a fé em Jesus e a fé em nós, a fim de
exercitarmos, em nossas necessidades de evolução, o
esquecimento de nossos obscuros caprichos e a aceitação
da Sábia Vontade de Nosso Pai.
Do livro Confia e Segue, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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