Caracterizando
a
humildade
De todas
as
virtudes,
a
humildade
talvez
seja a
de mais
difícil
entendimento.
Haja
vista a
expressão pobre
de
espírito que
muitos,
ainda
hoje,
não
entendem
e que se
refere à
própria
humildade,
segundo
caracterizou
Kardec.
Humildade
não é:
Simploriedade:
qualidade
daquele
que é
muito
crédulo,
tolo,
ingênuo.
Subserviência
e
submissão, que
retratam
muitas
vezes a
covardia,
ou a
bajulação
interesseira.
Desleixo que
é a
falta de
cuidado
ou
higiene.
Pobreza:
muitos
pobres
são
acentuadamente
soberbos.
Mas do
que se
trata
essa
virtude?
Emmanuel
vai
defini-la
como o
reconhecimento
de nossa
pequenez
diante
do
universo.[i] Trata-se,
portanto,
de uma
atitude
íntima
onde o
sujeito
vê-se
pequeno
diante
de toda
a
realidade
existente.
Joanna
de
Ângelis,
por sua
vez,
acrescenta
que esse
sentimento
se
acompanha
de uma
certificação
do que
se é, do
que se
já
alcançou,
e, de
forma
alguma,
de uma
tendência
(quase
sempre
hipócrita)
de negar
o
próprio
valor.
Segundo
a
benfeitora,
mente
todo
aquele
que
exibe
dotes
que não
possui,
quanto o
indivíduo
que os
esconde
e nega. [ii]
Mas
estas
duas
constatações
íntimas
se
acompanham
de um
desejo
sincero
de ir
além do
que se
é, de
ultrapassar
fronteiras,
se
colocando
na
condição
de
aprendiz.
Assim,
três
traços
comportamentais
estão
presentes
na
Humildade:
(1)
identificação
de
nossas
imperfeições,
(2)
reconhecimento
de nosso
valor e
(3)
atitude
de quem
crer
aprender
e
evoluir.
Sem o
reconhecimento
de nossa
pequenez,
não nos
colocamos
na
posição
de
aprendizes
(nada há
a ser
aprendido).
Sem a
identificação
do que
já temos
não
temos
como
saber
aonde
ir.
Imaginemos
um
cidadão
que vai,
pela
primeira
vez, à
cidade
do Rio
de
Janeiro,
assistir
a uma
conferência
no Hotel
Copacabana
Palace.
Em certo
momento,
verifica-se
completamente
perdido,
sem
saber o
que
fazer.
Encosta,
então,
seu
carro,
toma o
celular
e liga
para um
amigo
que lá
reside e
indaga:
- Como
faço
para
chegar
ao Hotel
Copacabana?
Obviamente,
o amigo
lhe fará
a
seguinte
pergunta:
- Onde
você
está?
Se ele
não
souber
dizer
onde
está,
será
impossível
saber
aonde
ir.
Isso é
evidente
na
personalidade
de
Jesus.
Recusou
o
adjetivo
de bom,
mesmo
sendo o
Governador
espiritual
da
Terra,
mas
aceitou
o
qualificativo
de
mestre.
Não se
considerava
bom,
porque
diante
de Deus,
reconhecia
sua
pequenez,
mas
admitiu
ser
mestre,
ou seja,
o que
ensina.
Isso
também é
evidente
em
Pitágoras.
Um de
seus
contemporâneos,
encantado
com suas
virtudes,
lhe
disse:
- Você
é um
sábio!
Ele
retruca:
- Não,
não sou;
conheci
muitos
sábios,
mas eu
não sou.
O que eu
sou é um
filósofo (amante
da
sabedoria).
Identificamos
nessa
personalidade
os três
traços
da
humildade.
1 -
Outros
estão
muito à
sua
frente.
Estes
são os
verdadeiros
sábios:
reconhecimento
da
pequenez.
2 - Ele
possui a
virtude
do amor
ao
saber,
já é uma
conquista
sua:
identificação
do
próprio
valor.
3 - Como
amante
do
saber,
ele se
coloca
na
condição
de
aprendiz.
Tão
extraordinário
é esse
sentimento,
que
Kardec
reproduz,
em O
Evangelho
segundo
o
Espiritismo,
o
seguinte
pensamento:
Mais
vale
pouca
virtude
com
modéstia,
do que
muita
virtude,
com
orgulho.[iii]
[i] Pensamento e vida.
[ii] Vida feliz.
[iii] E.S.E., cap. XVII.
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